Valor da Produção Agropecuária Paulista: resultado por Região Administrativa e Região Metropolitana em 2024


Em 2024, o Valor da Produção Agropecuária (VPA) do Estado de São Paulo para as 40 Regionais da CATI foi contabilizado em artigo recentemente publicado pelo Instituto de Economia Agrícola em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA)1. Entretanto, outro possível recorte consiste na tabulação desses mesmos resultados para as 16 Regiões Administrativas (RAs), que constituem as bases territoriais da administração pública paulista.

Dentre as 16 RAs paulistas, a de Campinas lidera a produção de VPA, contabilizando R$24,02 bilhões, representando 14,6% do total estadual (Tabela 1). Em seguida, posicionam-se as RAs de São José do Rio Preto, Sorocaba e Marília. Essas quatro regionais contabilizam 49,3%, ou seja, R$81,26 bilhões. Comparando os resultados obtidos em 2024 com aqueles registrados em 2023, entre essas quatro regionais, apenas uma alteração no ranking foi observada: Marília passou do terceiro para o quarto lugar, sendo superada por Sorocaba que, em 2023, ocupava essa posição.

As RAs com menor participação na formação do VPA paulista foram: Baixada Santista, Metropolitana de São Paulo, São José dos Campos e Registro. Essas quatro regionais totalizaram 2,6% do total do valor produzido no Estado, contribuindo com R$4,28 bilhões para a VPA estadual.

Araçatuba, Itapeva, Central, Franca e Presidente Prudente exibiram VPAs regionais entre R$10 bilhões e R$11 bilhões. Entre essas, três mudanças no ranking de 2023 para 2024 destacam-se: Araçatuba sai do sétimo lugar para o quinto e, Central, do nono para o sétimo, representado as regionais que saltaram no ranking. Na direção oposta, a RA de Presidente Prudente declina da quinta colocação para a nona. Tais oscilações decorrem diretamente das variações das quantidades produzidas (lavouras e criações) e dos respectivos preços médios.

        

 

Entre as quatro RAs primeiras colocadas, excetuando-se a de Sorocaba, as outras três possuem na cana-de-açúcar o pilar da geração de valor na agropecuária. Na Região de São José do Rio Preto, a produção de cana-de-açúcar alcançou 49,6% do valor total produzido (R$10,48 bilhões), em Campinas, 26,7%, enquanto em Marília representou 19,4%. Na RA de Sorocaba a laranja para a indústria perfaz 31,5% do VPA produzido regionalmente (Tabela 2).

No grupo das regiões com menor valor da produção, a fruticultura, a horticultura e a atividade leiteira se destacam. Em Registro a produção de banana amealhou R$1,61 bilhão (57,3% do valor total produzido na região). Essa mesma cultura possui expressão ainda maior na RA da Baixada Santista com produção de R$148,57 milhões, representando 92,8% do VPA. Na Região Metropolitana de São Paulo a alface constitui a hortaliça de maior produção de valor, contabilizando R$316 milhões (23,8% do total regional). A produção de valor centrada na bovinocultura de leite é a marca da RA de São José dos Campos, onde 80,1% do VPA é gerado nessa criação (R$589,28 milhões).

Considerando as cinco classes de segmentos que compõem o VPA: Produtos para Indústria, Produtos Animais, Grãos e Fibras, Frutas Frescas e Olerícolas, o valor produzido pelos produtos destinados para agroindústria (cana, laranja, café, etc.) atinge R$83,16 bilhões, e representa 50,45% do valor total gerado pela agropecuária paulista. São José do Rio Preto, Campinas, Franca e Central, as quatro primeiras RAs do ranking nesse segmento, responderam por R$39,78 bilhões do VPA desse grupo, 47,8% do total, denotando o elevado grau de concentração territorial que possuem os produtos para a agroindústria (Tabela 3).

Em seguida, os produtos animais, em 2024, originaram R$43,64 bilhões. Segmentos de grãos e fibras e frutas frescas produziram valores similares, ou seja, R$14,80 e R$13,65 bilhões, respectivamente. O grupo das olerícolas ocupou a quinta posição, com valor produzido de 9,58 bilhões. 

Desde 2016, o cálculo do VPA por RA e RM é elaborado pelo IEA/CATI. Efetuando-se cálculo da taxa anual geométrica de crescimento do VPA para o período 2016 a 2024, considerando os valores corrigidos pelo IPCA, o percentual obtido foi de 6,9%. Considerando o mesmo procedimento metodológico empregado para o caso do PIB do Estado de São Paulo, esse percentual foi de apenas 1,1%. Essa discrepância denota o dinamismo econômico da agropecuária paulista, posicionando-a como vetor importante para a expansão econômica do Estado. 

O conhecimento do Valor da Produção Agropecuária (VPA), calculado pelo IEA/CATI/CDA, constitui, para as Regiões Administrativas, uma ferramenta útil no direcionamento das ações públicas ou em parceria com o setor privado, especialmente aquelas voltadas à ampliação da infraestrutura logística e dos canais de distribuição dos produtos agropecuários que contribuem na geração de valor regional e no fortalecimento da produção de riquezas no campo.


1Apurou-se, em 2024, resultado 0,43% abaixo do registrado em 2023. Ver VEGRO, C. L. R. al. Valor da Produção Agropecuária Paulista em 2024: resultado por região da CATI. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 6, jun. 2025, p. 1-11. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=16296. Acesso em: 02 jun. 2025.


Palavras-chave: Valor da Produção Agropecuária, Renda Agrícola, Preços e Produção Agropecuária.



COMO CITAR ESTE ARTIGO

VEGRO, C. L. R. al. Valor da Produção Agropecuária Paulista:resultado por Região Administrativa e Região Metropolitana em 2024. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 7, jul. 2025, p. 1-11. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.

Data de Publicação: 14/07/2025

Autor(es): Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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