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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Trimestre de 2025
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No primeiro trimestre de 2025, as
exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$15,34 bilhões (19,8%
do total nacional) e as importações2 US$21,92 bilhões (32,6% do
total nacional), registrando déficit comercial de US$6,58 bilhões (Figura 1).
Em relação ao mesmo período de 2024, houve queda nas exportações (-7,1%) e
aumento nas importações (+25,0%); essa conjunção de desempenhos resultou no
acréscimo do déficit (+551,5%)
no saldo da balança comercial paulista. 1.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na
análise setorial do agronegócio3, no primeiro trimestre de 2025, na
comparação com igual período do ano anterior, o setor paulista apresentou
redução nas exportações (-14,6%), alcançando US$6,40 bilhões, e aumento nas
importações (+9,5%), totalizando US$1,50 bilhão; com esses resultados, o saldo
da balança comercial obteve um superávit de US$4,90 bilhões, 19,9% inferior em
relação ao primeiro trimestre de 2024 (Figura 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado no primeiro trimestre de 2025 ficou em
41,7%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 6,8% (Figura
1). Em relação ao primeiro trimestre de 2024, as participações recuaram 3,6
pontos percentuais nas exportações, e 1,0 p.p. nas importações. Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$8,94 bilhões,
e as importações, US$20,42 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado
de US$11,48 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Dessa forma, conclui-se que
o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho
do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$4,90 bilhões). 1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por
Grupos de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no primeiro trimestre
2025 foram: complexo sucroalcooleiro (US$1,65bilhão, sendo que desse total o
açúcar representou 88,7%, e o álcool etílico – etanol, 11,3%), setor de carnes
(US$887,91 milhões, em que a carne bovina respondeu por 82,5%), o grupo de
sucos (US$863,07 milhões, dos quais 98,2% referentes a suco de laranja),
produtos florestais (US$758,98 milhões, com participações de 55,1% de celulose
e 35,5% de papel) e o grupo complexo soja, com vendas de US$507,27 milhões
(81,7% referentes a soja em grão e 13,4% de farelo de soja). Esses cinco
agregados representaram 73,0% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela
1). Destaque para o grupo de café (tradicional nas exportações paulistas), que
se encontra na sexta posição com vendas de US$465,75 milhões (73,4% referentes
ao café verde e 23,1% de café solúvel). Ainda de acordo com a tabela 1, nos
três primeiros meses de 2025 na comparação com igual período de 2024, houve
importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos
da pauta paulista, com aumentos para os grupos de café (+67,2%), sucos
(+37,5%), setor de carnes (+25,0%) e produtos florestais (+6,0%), e quedas nos
grupos de complexo sucroalcooleiro (-50,5%) e complexo soja (-17,9%). Essas
variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das
oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3 - Exportações dos Principais Produtos do
Agronegócio Paulista Os dados de valor e volume
exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio
paulista no primeiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano anterior
são apresentados na tabela 2. Desses
grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação
(25,8%) nas exportações paulistas. No total, o grupo apresentou quedas de 50,5%
em valores e 45,9% em volumes exportados, acompanhando as menores vendas
externas do açúcar (-51,9% em valores e -46,5% em volume), principal produto do grupo, com
desvalorizações nos preços médios dessas commodities
de 9,6% para açúcar em bruto e 14,5% para o refinado, quando comparados com
o primeiro trimestre de 2024. Para o álcool, os embarques apresentaram
variações negativas de 37,9% em volume e de 35,0% em valores. Os
destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de
participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais
compradores: Bangladesh (10,7%), Índia (6,9%), Nigéria (6,3%), Emirados Árabes
Unidos e Arábia Saudita (6,0%, cada), Egito (5,8%), Coreia do Sul e Indonésia
(5,3%, cada), China (4,6%), Argélia (4,5%), Malásia (4,4%), Estados Unidos
(3,9%) e demais países (30,3%). O grupo dos de carnes ocupa a
segunda posição na pauta paulista com 13,9%
de representatividade e apresentou altas em valores (+25,0%) e em volumes
embarcados (+17,7%) em relação aos três primeiros meses de 2024. A carne
bovina, principal produto com 82,5% de contribuição no grupo, registrou
aumentos de 22,8% em valores e de 13,0% no volume exportado. Para a carne de
frango, segundo produto com 14,1% de participação no grupo, o desempenho obtido
foi positivo nas vendas em valores (+24,5%) e em volumes (+23,0%). A carne
suína (1,6% de participação) apresentou resultados de recuperação em valores
(+1329,9%) e na quantidade embarcada (+810,4%). Os principais destinos em participação são China (39,6%),
Estados Unidos (16,9%), União Europeia (7,6%) e Hong Kong (3,9%), Filipinas
(3,3%), Arábia Saudita (3,2%), México (2,3%) e Chile (2,1%); enquanto os demais
países compradores somam 21,1% de participação. O grupo de
sucos se apresenta na terceira posição com 13,5% de representatividade na pauta
paulista: o suco
de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 27,0% no valor e
redução de 35,5% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor
brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+28,6%) e queda em
volumes Na quarta posição no primeiro trimestre de 2025, aparece o grupo produtos
florestais com 11,9% de participação, e seu desempenho foi de aumentos em
valores (+6,0%) e queda na quantidade embarcada (-2,1%) em relação a igual
período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal
item do grupo, apresentou incrementos em valores (+9,5%) e diminuição nos
embarques (-5,3%). Já o papel obteve variações negativas para os valores Para o
grupo composto pelo complexo soja (5ª posição e 7,9% de participação), os dados
apontam reduções no acumulado do primeiro trimestre de 2025, nos embarques Para o
grupo do café, que representa 7,3% de participação na pauta paulista, os
resultados apontaram crescimentos de 67,2% nos valores e queda de 2,5% no
volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café
verde, que registrou aumentos nas vendas externas de 66,0% em valores e perdas
de 3,6% em quantidades exportadas pelo estado, e a alta de 72,2% no preço médio internacional justifica o
desempenho positivo. Já o café solúvel obteve incrementos de 65,1% em
valores e 3,2% em volume comercializado. Esse aumento é resultado da majoração
do café torrado e moído que tem promovido uma migração para o solúvel. A
União Europeia é o principal destino e suas compras representam 38,4% do valor
exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (18,7%), Japão (6,3%), Canadá
(4,2%), Argentina (3,8%), Chile e Rússia (3,0%, cada um), Coreia do Sul (2,8%)
e Arábia Saudita (2,3%); os demais países participam com 17,5%. 1.4 -
Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista Em relação aos destinos das exportações
do agronegócio paulista no primeiro trimestre de 2025, a China se apresenta
como o principal destino das exportações do estado de São Paulo com US$1,24
bilhão e detém 19,3% de participação no total do agro paulista. Contudo, registrou variação
negativa de 12,6% em relação ao valor do primeiro trimestre de 2024, por conta
das reduções das compras de soja e de algodão pelos chineses. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$1,05
bilhão, 16,4% de participação e variação positiva de 34,4% no período
analisado), seguida dos Estados Unidos (US$1,02 bilhão, participação de 15,9% e
variação positiva 27,7%). Na sequência, completando os dez
principais destinos em termos de participação, aparecem Bangladesh (3,4%),
Índia (2,4%), Ará-bia Saudita (2,3%), Egito (1,9%), Emirados Árabes Unidos
(1,9%), Indonésia (1,8%) e Coreia do Sul (1,8%). A tabela 3 apresenta os 20
principais destinos das exportações paulistas no primeiro trimestre de 2025,
que somados representam 80,7% do total, e as respectivas pautas (em %) por
grupos de produtos. Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na
composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio
paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja
(29,1%), carnes (28,4%), produtos florestais (23,0%) e sucroalcooleiro (6,1%),
enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações
paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (37,3%, basicamente suco de
laranja), com destaques para café (17,0%) e produtos florestais (10,6%). Já os
Estados Unidos têm uma pauta mais diversificada, composta principalmente pelos
sucos (39,2%), grupo das carnes (14,8%), produtos florestais (8,8%), café (8,6%),
sucroalcooleiro (6,3%) e demais grupos (22,4%). Ainda em relação aos Estados
Unidos, a majoração de 10% nas tarifas de importações aplicadas pelo governo
americano no início do mês de abril poderá diminuir o fluxo do comércio dos
produtos do agro para aquele mercado e, consequentemente, ter um decréscimo nas
exportações. A sequência do 4º ao 11º principais importadores tem elevada concentração
de suas importações no complexo sucroalcooleiro, todos com mais de 65% de
representatividade. 1.5 - Importações do Agronegócio
Paulista Os
principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no primeiro
trimestre de 2025 foram: salmões (US$124,02 milhões), papel (US$103,61 milhões)
e trigo (US$91,26 milhões). Das mercadorias da pauta do estado de São Paulo,
destaca-se a borracha natural, com aumentos em valores e quantidades importadas
no período analisado. Isso pode configurar abastecimento de estoques pelas
indústrias, uma vez que a produção doméstica não atende a demanda nacional e há
queda na produção global do produto. A figura 2 apresenta os dez principais
produtos que representam 46,2% (US$691,79 milhões) do total importado (US$1,50
bilhão). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira
registrou superávit de US$9,98 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com
exportações de US$77,31 bilhões e importações de US$67,33 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 46,1% no superávit em relação
ao mesmo período de 2024, quando alcançou US$18,50 bilhões (Figura 3). 2.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações
do agronegócio brasileiro no acumulado dos três primeiros meses de 2025 (Figura
3) cresceram 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o
valor de US$37,83 bilhões (48,9% do total nacional). As importações subiram
11,9% no período, registrando US$5,18 bilhões (7,7% do total nacional). O saldo da balança comercial dos agronegócios
registrou superávit de US$32,65 bilhões no primeiro trimestre de 2025, sendo
0,7% maior na comparação com o mesmo período de 2024 (Figura 3). Portanto, o comércio exterior
brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez
que os demais setores da economia, com exportações de US$39,48 bilhões e
importações de US$62,15 bilhões, produziram um déficit de US$22,67 bilhões no
primeiro trimestre de 2025. 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre de 2025 foram:
complexo soja (US$11,00 bilhões, tendo a soja em grão com 79,3% de participação
e 16,9% do farelo de soja), carnes (US$6,67 bilhões, com as carnes bovina, de
frango e suína representando desse total, respectivamente, 48,1%, 38,0% e
11,7%), produtos florestais (US$4,38 bilhões, com participações de 63,3% de
celulose e 23,0% de madeira), grupo de café (US$4,09 bilhões, com 92,5%
referentes ao café verde e 6,8% de café solúvel), grupo sucroalcooleiro
(US$3,01 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 90,6%, e o álcool
etílico – etanol, 9,3%). Esses cinco grupos agregados representaram 77,1% das
vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4). Na sexta posição aparece o
grupo de cereais, farinhas e preparações (US$1,93 bilhão, dos quais o milho em
grão representou 68,0% do grupo). Ainda conforme a tabela 4, na
comparação com o primeiro trimestre de 2024, houve importantes variações nos
valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro,
com destaque positivo para os grupos café (+68,9%), carnes (+22,4%) e
florestais (+14,2%), enquanto os grupos de complexo sucroalcooleiro (-39,9%),
cereais, farinhas e preparações (-16,8%) e do complexo soja (-11,0%)
apresentaram reduções. Essas variações nas receitas do comércio exterior são
derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 2.3 - Exportações dos Principais Produtos do
Agronegócio Brasileiro A
tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais
produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas
respectivas variações no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o
período em 2024. Desses grupos relevantes, aparece na primeira posição na pauta brasileira está o grupo complexo
soja (29,1% de participação) nas exportações brasileiras. No período em
análise, as vendas externas recuaram 11,0% em valores e maior 1,6% em volumes
exportados. A soja em grão apresentou perdas de 10,4% nos valores e ganhos de
0,5% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques registraram
ganhos em receitas de 85,1% e de 73,2% em volumes, enquanto o farelo de soja teve variação negativa de 22,3% em valores e
positivas de 3,2% em volume. A
China representa 60,8% das compras em valores desse grupo, seguida por União
Europeia (12,6%), Tailândia (4,2%), Indonésia (3,1%), Índia (2,4%), Bangladesh (2,3%)
e Vietnã (2,2%); os demais países importadores somam 12,4%. O grupo
de carnes, na segunda posição (17,6% de participação), apresentou ganhos de
22,4% em valores e 13,3% em volume em relação aos três primeiros meses de 2024.
A
carne bovina teve aumentos em valores (+21,8%) e no volume exportado (+12,0%).
Para a carne de frango, foram registradas altas em valores (+20,6%) e nos
embarques (+13,5%), e para carne suína, crescimentos em valores (+32,6%) e na
quantidade (+17,9%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino,
com 27,1% das compras de carnes; na sequência aparecem Estados Unidos (7,4%),
União Europeia (5,6%), Arábia Saudita (4,8%), Chile (4,3%), Emirados Árabes
Unidos (4,1%), Japão e Filipinas (3,9%, cada um), Hong Kong (3,6%), enquanto os
demais países somam 35,3% de participação. Na terceira posição aparece o grupo produtos florestais (11,6% de participação) que, no
primeiro trimestre de 2025, registrou aumentos para valores (+14,2%) e no
volume exportado (+9,2%). As variações de valores e volume foram de,
respectivamente, +24,4% e +17,3% para a celulose (principal item do grupo), de
0,1% e -7,4% para a madeira, e -1,0% e +1,8% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China
(31,2%), Estados Unidos (19,7%), União Europeia (19,3%), Argentina (2,6%),
México (2,5%), Coreia do Sul (1,9%) Reino Unido e Turquia (1,8%, cada um) e
Peru (1,5%); os demais países participam com 17,7%. O grupo do café, na quarta posição (10,8% de participação),
apresentou aumento em valores (+68,9%) e queda nas quantidades (-1,5%),
puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de
69,8% em valores, e recuo de -1,9% em quantidades exportadas pelo país. Quanto
às participações dos países destinos das exportações em valores, a União
Europeia representa 44,0% desse grupo, seguida por Estados Unidos (15,2%),
Japão (6,5%), Turquia (4,7%), Rússia (3,7%), Coreia do Sul (2,6%), China
(2,3%), Reino Unido (2,2%) e Canadá (2,0%); os demais países somam 16,8% de
participação. Na quinta
posição e 8,0% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que nos
primeiros três meses de 2025 registrou quedas de 39,9% em valores e 34,4% em
volumes exportados, devido às menores exportações do açúcar (-41,7% em valores
e -35,1% em volume). Para o álcool, os embarques tiveram reduções de valores
(-15,6%) e em volumes O grupo de
cereais, farinhas e preparações obteve resultados negativos em valores (-16,8%) e em quantidades embarcadas (-17,0%). O
milho em grão, principal item do grupo com 68,0% de representatividade,
registrou quedas em volume (-15,9%) e em valores 2.4 - Destinos
das Exportações do Agronegócio Brasileiro
Em relação
aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre de
2025, a China (US$10,90 bilhões, 28,8% de participação e variação negativa de
5,0% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do
Brasil, seguida da União Europeia (US$5,69 bilhões, 15,0% de participação no
primeiro trimestre de 2025 e variação positiva de 19,0%) e dos Estados Unidos
(US$3,24 bilhões, participação de 8,5% e variação positiva de 17,0%). A tabela
6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras no primeiro
trimestre de 2025, que somados representam 82,4% do total, e as respectivas
pautas (em %) por grupos de produtos. A
China importou principalmente produtos do complexo soja (61,3%), carnes (16,6%)
e produtos florestais (12,5%), enquanto na União Europeia, entre os principais
produtos da pauta de importações, predominam os produtos do grupo café (31,7%),
com destaques também para complexo soja (24,3%) e produtos florestais (14,9%).
Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos
florestais (26,6%), café (19,2%), carnes (15,2%) e demais grupos (34,2%).
Contudo, o salto nas importações estadunidenses poderá sofrer revezes diante da
majoração das taxas aplicadas unilateralmente aos produtos brasileiros. 2.5 -
Importações do Agronegócio Brasileiro Os principais produtos da pauta de
importação do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre 2025 foram: trigo
(US$452,04 milhões, contabilizando 2 milhões de toneladas, 18,0% superior ao
volume importado em relação ao trimestre de 2024), cacau inteiro ou partido
(US$283,63 milhões), salmões (US$252,17 milhões) e papel (US$247,87 milhões). A
figura 4 apresenta os dez principais produtos que representam 42,5% (US$2,20
bilhões) do total importado (US$5,1 bilhões). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação
paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da
economia) no primeiro trimestre de 2025, registrou queda de 1,5 ponto
percentual nas exportações, enquanto as importações aumentaram em 3,0p.p.,
apontando valores de 19,8% nas exportações e de 32,6% de representatividade
para as importações (Figura 5). Para o agronegócio, as exportações
setoriais de São Paulo nos três primeiros meses de 2025, representaram 16,9% em
relação ao agronegócio brasileiro, 3,3 p.p. menor ante a igual período do ano
anterior e as importações, caíram 0,6 p.p., passando de 29,6% para 29,0%
(Figura 5). A participação dos grupos do agronegócio
paulista no agronegócio nacional no primeiro trimestre de 2025 se destacou nos
seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do
total nacional: sucos (87,2%), produtos alimentícios diversos (69,8%), demais
produtos de origem vegetal (65,8%) e complexo sucroalcooleiro (54,8%) (Tabela
7). Em relação
aos principais estados exportadores em valores, São Paulo aparece na primeira
posição com 16,9% de participação, seguido de Mato Grosso (15,7%), Minas Gerais
(11,9%), Paraná (10,9%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso do Sul (6,4%)
(Figura 6). Esses seis estados somados representam 70,3% das exportações totais
do agro brasileiro no primeiro trimestre de 2025. Em razão do
disparo da guerra comercial, é provável que haja alterações nesse ranqueamento,
com ganhos e perdas em razão das especializações de cada estado. No caso, os
estados exportadores de grãos (soja e milho) devem apresentar aumentos nas
exportações, principalmente com destino à China, e retração para produtos
industrializados como sucos de laranja e de produtos florestais (celulose), do
qual os Estados Unidos é um grande consumidor. 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos
os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília:
MAPA, 2025. Disponível em:
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: abr. 2025. Palavras-chave:
agronegócio, balança comercial, exportações,
importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo. COMO CITAR ESTE ARTIGO ANGELO,
J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios
Paulista e Brasileiro, Primeiro Trimestre de 2025. Análises e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 1-18, abr. 2025. Disponível em: colocar o link do
artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
(-23,5%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em
valores de 64,7% e redução de 2,8% em volumes. A variação total das exportações
do grupo de sucos foi positiva em valores (+37,5%), puxados pela valorização dos preços dos sucos no período
analisado (FCOJ 97,1%, NFC 68,0% e outros sucos de laranja não fermentados
69,4%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarcados do grupo
(-22,7%). Os maiores compradores desse
grupo são União Europeia (46,1%), Estados Unidos (45,5%), Japão e China (3,1%,
cada um); os demais compradores têm 2,2% de participação.
(-6,1%) e volume (-1,9%). O principal
destino em participação de valores exportados é a China (37,5%), seguida de
União Europeia (14,7%), Estados Unidos (11,8%), Argentina (4,5%), Peru (4,0%),
Reino Unido (3,9%) e Colômbia (3,2%); outros países somam 20,4% de
participação.
(-9,7%) e em valores (-17,9%). A soja em grão, principal produto do grupo,
apresenta quedas nos volumes (-15,3%) e em valores (-22,9%), e a exportação do
farelo de soja apresentou queda em valor (-4,1%) e ganhos no volume (29,2%),
quando comparados ao mesmo período de 2024. A China aparece como
principal destino em termos de participação de valores (71,1%), seguida de
União Europeia (5,6%) Tailândia (5,5%), Índia (3,5%); Bangladesh (3,1%),
Indonésia (2,9%), e Iraque (1,8%); os demais importadores somam 6,5%.
(-21,8%), quando comparados com o mesmo período do ano anterior. Assim
como no estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem
diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam a
sequência composta por Bangladesh (10,4%), Argélia (6,2%), Emirados Árabes
Unidos (5,7%), Nigéria (5,7%), Índia e Coreia do Sul (5,5%, cada um), Indonésia
(5,2%), Malásia (4,8%), China e Estados Unidos (4,4%, cada um) e Arábia Saudita
(3,9%); os demais países importadores somam 38,3% de participação.
(-17,4%). Os principais destinos são Irã (24,1%), Egito (14,9%), Vietnã
(14,7%), Arábia Saudita (5,9%), Argélia (4,1%), Turquia (3,8%), Bangladesh
(3,7%), Indonésia (2,5%), Marrocos (2,0%), Venezuela (1,8%) e Taiwan (1,7%),
restando 20,8% de participação para os demais países.
Data de Publicação: 24/04/2025
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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