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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de 2007, Janeiro a Setembro
                    

Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (+11,9%), atingindo US$11,64 bilhões, enquanto as importações aumentaram 25,6%, somando cerca de US$3,88 bilhões, com saldo de US$7,76 bilhões3, 6,2% maior do que o de janeiro a setembro de 2006 (Figura 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$30,77 bilhões para exportações de US$26,18 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$4,59 bilhões de janeiro a setembro de 2007. Assim, conclui-se que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho dos agronegócios estaduais.
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado reduziu-se em 0,3 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 0,2 ponto percentual, na comparação dos primeiros nove meses de 2006 e 2007 (Figura 3).
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$30,94 bilhões de janeiro a setembro de 2007, com exportações de US$116,60 bilhões e importações de US$85,66 bilhões. Esse superávit, 9,6% menor do que o do mesmo período em 2006, aconteceu em função de aumento nas exportações (+15,5%) inferior ao das importações (+28,3%) (Figura 4).
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Nos nove primeiros meses de 2007, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 19,2% em relação ao ano anterior, atingindo US$45,22 bilhões (38,8% do total). Já as importações do setor aumentaram 46,2%, também em comparação com janeiro a setembro de 2006, somando US$12,00 bilhões (14,0% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a setembro de 2007 foi de US$33,22 bilhões4, 11,8% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$71,38 bilhões e importações de US$73,66 bilhões, produziram no período um déficit de US$2,28 bilhões.
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram tanto em termos das exportações (+1,2 ponto percentual) como das importações (+1,7 ponto percentual) (Figura 6).
A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-0,8 ponto percentual) e também diminuiu ligeiramente no tocante às importações (-0,1 ponto percentual) (Figura 7).
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC. 
  
  
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo nos primeiros nove meses de 2007 representaram 25,7%, ou seja, 1,7 ponto percentual a menos que no mesmo período de 2006, enquanto as importações representaram 32,3%, sendo 5,3 pontos percentuais inferior à verificada no ano anterior (Figura 8).
Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios paulistas, de janeiro a setembro de 2007, foram: cana e sacarídeas (US$3,55 bilhões), bovídeos-bovinos (US$2,42 bilhões); frutas (US$1,73 bilhão), produtos florestais (US$1,32 bilhão) e agronegócios especiais (US$578,51 milhões), que juntos perfizeram 82,4% das exportações setoriais paulistas (Tabela 1).
| Grupo de mercadorias |        US$1.000  |            %  | 
| Cana e sacarídeas |        3.546.348  |            30,47  | 
| Bovídeos - bovinos |        2.420.120  |            20,79  | 
| Frutas |        1.727.087  |            14,84  | 
| Produtos florestais |        1.316.838  |            11,31  | 
| Agronegócios especiais |        578.508  |            4,97  | 
| Cereais/leguminosas/oleaginosas |        538.118  |            4,62  | 
| Bens de capital/insumos |        509.030  |            4,37  | 
| Café e estimulantes |        423.519  |            3,64  | 
| Suínos e aves |        272.221  |            2,34  | 
| Têxteis |        253.507  |            2,18  | 
| Flores e ornamentais |        22.565  |            0,19  | 
| Olerícolas |        19.400  |            0,17  | 
| Pescado |        9.549  |            0,08  | 
| Fumo |        1.822  |            0,02  | 
| Agronegócios |        11.638.632  |            100,00  | 
Fonte: Elaborada pelo IEA a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC.
Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas (US$10,50 bilhões), produtos florestais (US$6,71 bilhões); bovídeos-bovinos (US$6,65 bilhões); cana e sacarídeas (US$5,03 bilhões) e suínos e aves (US$4,47 bilhões), que totalizam 73,8% das vendas externas dos agronegócios (Tabela2).
TABELA 2 - Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Janeiro a Setembro de 2007
| Grupo de mercadorias |        (mil       US$)  |            %  | 
| Cereais/leguminosas/oleaginosas |        10.503.964  |            23,23  | 
| Produtos florestais |        6.711.610  |            14,84  | 
| Bovídeos - bovinos |        6.654.181  |            14,71  | 
| Cana e sacarídeas |        5.026.118  |            11,11  | 
| Suínos e aves |        4.472.851  |            9,89  | 
| Café e estimulantes |        3.045.392  |            6,73  | 
| Frutas |        2.421.584  |            5,35  | 
| Fumo |        1.707.197  |            3,77  | 
| Bens de capital/insumos |        1.603.746  |            3,55  | 
| Agronegócios especiais |        1.363.081  |            3,01  | 
| Têxteis |        1.287.234  |            2,85  | 
| Pescado |        234.417  |            0,52  | 
| Olerícolas |        159.762  |            0,35  | 
| Flores e ornamentais |        32.691  |            0,07  | 
| Agronegócios |        45.223.828  |            100,00  | 
Fonte: Elaborada pelo IEA a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC.
A quantidade exportada5 de produtos dos agronegócios brasileiros cresceu 8,2% de janeiro a setembro de 2007, quando comparada com a do mesmo período de 2006, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo teve aumento de 9,6%. Os preços dos produtos exportados pelos agronegócios subiram 10,2% em nível nacional e 2,2% no âmbito de São Paulo (Tabela 3).
TABELA 3 - Variação Percentual dos Índices de Quantidade e de Preço das Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 20071 
  
| Setor |        |            | |||||
|        Quantidade  |            Preço  |            Quantidade  |            Preço  | ||||
| Agronegócios |        8,23  |            10,15  |            9,56  |            2,17  | |||
| Agronegócios exc. bens de capital/insumos |        8,34  |            10,18  |            11,32  |            1,67  | |||
1Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher.
Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Cerca de 52,0% do valor das exportações brasileiras dos agronegócios de janeiro a setembro de 2007 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados) e 48,0% a produtos básicos. No Estado de São Paulo, os produtos básicos representam apenas 20,0% e a participação de produtos industrializados dos agronegócios mostra-se muito maior (80,0%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (Tabela 4).
| Fator agregado        (produtos)  |            |            |            SP/Br  | ||
|        US$       mil  |            %  |            US$       mil  |            %  |            (%)  | |
| Básicos |        21.689.075  |            47,96  |            2.326.035  |            19,99  |            10,72  | 
| Semimanufaturados |        8.211.677  |            18,16  |            2.502.394  |            21,50  |            30,47  | 
| Manufaturados |        15.323.076  |            33,88  |            6.810.203  |            58,51  |            44,44  | 
| Agronegócios |        45.223.828  |            100,00  |            11.638.632  |            100,00  |            25,74  | 
Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de janeiro a setembro de 2007, representando 58,5% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo tem participação pouco inferior (48,4% do valor total) ao de bens de consumo (48,5%)(Tabela 5).
| Categorias de uso |        |            |            SP/Br  | ||
|        US$       mil  |            %  |            US$       mil  |            %  |            (%)  | |
| Bens de capital |        1.245.008  |            2,75  |            365.941  |            3,14  |            29,39  | 
| Bens de consumo |        17.517.915  |            38,74  |            5.644.710  |            48,50  |            32,22  | 
| Matérias-primas e produtos intermediários |        26.460.905  |            58,51  |            5.627.981  |            48,36  |            21,27  | 
| Agronegócios |        45.223.828  |            100,00  |            11.638.632  |            100,00  |            25,74  | 
Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC. 
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1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 
2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$8,43 bilhões. 
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$36,71 bilhões. 
5As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fischer. 
Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 22/10/2007
                Autor(es): 
                José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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