A União Européia (UE)¹ terminou 2006 como o principal mercado comprador dos produtos dos agronegócios brasileiros, com o total de US$ 15,74 bilhões e participação de 30,3%, registrando crescimento de 7,0% em comparação com o ano anterior. Contudo, essa variação positiva de 2006 ficou abaixo do crescimento obtido nas exportações totais dos agronegócios, de 12,3% (total de US$ 52,00 bilhões); de 14,5% nas vendas gerais para a UE (valor de US$ 30,21 bilhões); e de 16,2% nas exportações brasileiras (que fecharam 2006 com US$ 137,45 bilhões) (tabela 1).

Tabela 1 - Exportações brasileiras para a União Européia, de 2005/06, totais e dos agronegócios, em US$ 1000
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação das exportações dos agronegócios para a UE nas vendas totais do setor foi de 30,3% em 2006, pouco abaixo da de 2005 que era de 31,8%. Verificou-se também queda na representatividade das exportações dos agronegócios nas vendas totais para a UE, que passou de 55,5% (2005) para 51,9% (2006). Conseqüentemente, diminuiu a participação em relação às exportações totais, de 12,4% (2005) para 11,5% (2006). Já a participação das vendas totais para a UE nas exportações totais passou de 22,4% (2005) para 22,1% (2006). Essas quedas das participações para a UE, apesar do crescimento em valores, são decorrentes do aumento das exportações para outros destinos (tabela 2).

Tabela 2 - Participação das vendas para a União Européia nas exportações brasileiras, de 2005 e 2006, em porcentagem
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Nos agronegócios, do montante exportado em 2006 para a UE, a distribuição por perfil de agregação de valor indica que os produtos básicos tiveram a maior participação, com 56,4%, bem acima dos 43,9% das vendas totais dos produtos básicos dos agronegócios. Em seguida, apareceram os produtos manufaturados, com 29,0%, completados com os 14,6% dos produtos semimanufaturados. Isto implica que os agronegócios vendem, para a UE, produtos com menor valor agregado que as exportações setoriais totais (tabela 3).
 

Tabela 3 - Participação dos diferentes perfis de agregação do valor nas exportações dos agronegócios brasileiros, de 2006, em porcentagem
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Os cinco principais grupos dos agronegócios exportados para a UE em 2006 foram, na ordem, Cereais, leguminosas e oleaginosas (28,8%); Produtos florestais (16,6%); Bovídeos (15,0%); Café e estimulantes (11,9%) e Frutas (9,1%). Juntos representam 81,3% das exportações (US$ 12,80 bilhões), com variação positiva de 7,6% comparado com o ano anterior. Os 18,7% restantes estão distribuídos nos demais grupos (nove no total) no valor de US$ 2,94 bilhões (tabela 4).

Tabela 4 - Principais grupos de cadeias de produção das exportações brasileiras para a União Européia, de 2005 e 2006
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao destacar a agregação de valor para os principais grupos de cadeias de produção transacionados com a UE, nota-se a elevada participação dos produtos básicos, que somaram US$ 8,87 bilhões (56,4%) em 2006. E, dentre eles, Cereais, leguminosas e oleaginosas (soja e derivados), com US$ 4,00 bilhões, o que corresponde a 93,9% das vendas desse grupo de mercadorias (tabela 5).

Tabela 5 - Agregação de valor nos principais grupos de cadeias de produção das exportações brasileiras para a União Européia, de 2006
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

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¹ A União Européia é um bloco econômico, com união aduaneira e Política Agrícola Comum (PAC) e formado por 25 países com uma população estimada em 450 milhões de habitantes.
 

 Exportações para União Européia,por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil,  2005 e  2006(1).