Em 2005, as exportações do Estado de São Paulo¹ somaram US$ 38,01 bilhões (32,13% do total nacional) e as importações², US$ 30,49 bilhões (41,45% do total nacional), registrando superávit de US$ 7,52 bilhões, ou seja, 91,41% superior ao resultado de 2004. Merece ser destacado que quatro superávits consecutivos e crescentes interromperam a seqüência de déficits observados na balança comercial paulista entre 1994 e 2001. Em relação ao ano anterior, o valor das exportações aumentou 22,46% e o das importações, 12,47% (gráfico 1).

 

            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+17,05%), atingindo US$ 11,75 bilhões, enquanto as importações aumentaram apenas 0,55%, somando US$ 3,78 bilhões, com saldo de US$ 7,97 bilhões³, 26,92% maior do que o de 2004. As aquisições de produtos estrangeiros do agronegócio, realizadas a partir de São Paulo, tiveram crescimento muito menor (+0,55%) que as importações totais estaduais (+17,05%).
            Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - cresceram de US$ 21,00 bilhões para US$ 26,26 bilhões e as importações, de US$ 23,35 bilhões para US$ 26,71 bilhões, reduzindo o déficit externo desse agregado, que foi de US$ 2,35 bilhões em 2004, para US$ 450 milhões em 2005. Disso conclui-se que os superávits crescentes do comércio exterior paulista ainda decorrem do desempenho do agronegócio estadual.
            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 1,43 ponto percentual, enquanto a das importações reduziu 1,47 ponto percentual (gráfico 2), dada a relativa diminuição dos dispêndios com as importações, pelo reduzido incremento das compras no exterior e a desvalorização cambial que tornou esses produtos mais baratos, permitindo acessar maiores quantidades com menores valores empregados em moeda brasileira.

 

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 44,76 bilhões em 2005, com exportações de US$ 118,31 bilhões e importações de US$ 73,55 bilhões. Esse superávit (33,04% maior do que o de 2004) resultou de aumento nas exportações (+22,63%) superior ao das importações (+17,06%). As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 11,54% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 46,30 bilhões (39,13% do total). Já as importações do setor caíram 1,27%, também em comparação com 2004, somando US$ 10,07 bilhões (13,69% do total). O superávit do agronegócio foi de US$ 36,23 bilhões⁴, ou seja, 15,73% superior ao do ano anterior (gráfico 3).

            As participações das exportações e das importações do agronegócio nos totais do País diminuíram (gráfico 4), em decorrência do desempenho das vendas externas de outros setores em 2005, em especial a indústria automobilística, e das menores compras de trigo e de insumos e máquinas para o agronegócio.

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo representaram 25,38%, ou seja, 1,19 ponto percentual a mais do que em 2004, enquanto as importações representaram 37,5%, ou 0,69 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 5).

            Os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista, em 2005, foram cana e sacarídeas (US$ 3,25 bilhões); bovinos (US$ 2,63 bilhões); produtos florestais (US$ 1,41 bilhão); frutas (US$ 1,20 bilhão) e bens de capital e insumos (US$ 810 milhões). Em âmbito nacional, os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 10,05 bilhões); produtos florestais (US$ 7,50 bilhões); bovinos (US$ 6,36 bilhões); suínos e aves (US$ 4,98 bilhões) e cana e sacarídeas (US$ 4,71 bilhões).
            A quantidade exportada⁶ de produtos do agronegócio brasileiro cresceu 5,4%, quando comparada com a de 2004, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo reduziu-se em 2,2%. Os preços dos produtos exportados pelo agronegócio subiram 5,8% em nível nacional e 19,7% no âmbito de São Paulo.
            Entre os produtos que apresentaram crescimento de quantidades exportadas, destacaram-se no agronegócio, em nível nacional, carnes (16,3%), açúcar (13,5%), soja (9,6%) e algodão (8,0%).
            Cerca de 52,7% do valor das exportações do agronegócio em 2005 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo, a participação de produtos processados do agronegócio foi bem maior (76,9% do total), evidenciando índices superiores de agregação de valor.
            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foram o grupo predominante no período de janeiro a dezembro de 2005, representando 57,2% do valor total de exportações nacionais de mercadorias do agronegócio. No caso do Estado de São Paulo, matérias-primas e produtos intermediários significaram 48,7% das vendas externas e os bens de consumo, 46,8%do valor total.
            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para os agronegócios, são apresentados nas tabelas 1a a 3a.

Tabela 1a - Brasil - Balança Comercial, 2001 - 2005
(US$ bilhões)

Tabela 2a - Estado de São Paulo - Balança Comercial, 2001 - 2005
(US$ bilhões)

Tabela 3a - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, 2001 - 2005

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¹ Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
² Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
³ Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 8,65 bilhões.
⁴ Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 38,63 bilhões.
⁵ As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fisher.
 

Para download das tabelas:

Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2004 e Janeiro a Dezembro de 2005

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2004 e Janeiro a Dezembro de 2005

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo,  Janeiro a Dezembro de 2005

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2004 e Janeiro a Dezembro de 2005

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2004 e Janeiro a Dezembro de 2005

Variações de Quantidade e Preço, Exportações e Importações por Grupos de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005

Variações de Quantidade e Preço de Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005

Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2005

Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005

Relação de Mercadorias dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro , 2004 e 2005

Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2004 e 2005 (janeiro a dezembro)