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Resultado da Balança Comercial do Agronegócio Paulista de Janeiro a Julho de 2006
                                 Nos primeiros sete meses de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 24,67 bilhões (33,1% do total nacional) e as importações2, US$ 20,06 bilhões (40,6% do total nacional), gerando superávit de US$ 4,61 bilhões. Esse resultado mantém a tendência de saldos crescentes da balança comercial paulista (gráfico 1). O crescimento nas exportações paulistas (+20,1%) nos sete primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi superior à média brasileira (+15,1%). Nas importações, ocorre tendência inversa, com incremento em São Paulo (+21,0%) inferior ao do Brasil (+23,3%). Assim, o aumento percentual do saldo da balança comercial paulista (+16,4%) foi muito maior que o da brasileira (+1,8%) (tabela 4). Dessa forma, o desempenho paulista, como mais relevante centro importador nacional, sustentou o aumento do saldo da balança comercial brasileira, que cairia pelo resultado das demais unidades da federação (-1,0%).  Gráfico 1 - Balança Comercial Estadual, Estado de São Paulo, Janeiro a Julho, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+15,4%) atingindo US$ 7,57 bilhões, enquanto as importações cresceram 13,0%, somando US$ 2,26 bilhões, permitindo alcançar saldo de US$ 5,31 bilhões3, que se mostra 16,4% maior do que o de janeiro a julho de 2005 (gráfico 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 17,80 bilhões para exportações de US$ 17,10 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 700 milhões de janeiro a julho de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio, uma vez que os resultados comerciais estaduais seriam negativos sem o agronegócio, conquanto o Estado de São Paulo constitua a principal estrutura industrial e de serviços da economia brasileira.
Gráfico 2 - Balança Comercial do Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 1,2 ponto percentual, enquanto a participação das importações decresceu 0,8 ponto percentual (gráfico3).
Gráfico 3 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Estado de São Paulo, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 25,11 bilhões de janeiro a julho de 2006, com exportações de US$ 74,52 bilhões e importações de US$ 49,41 bilhões. Esse pequeno incremento do superávit, 1,8% maior do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+15,1%) muito inferior ao das importações (+23,3%) (gráfico 4).
Gráfico 4- Balança Comercial Nacional, Brasil, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 8,2% em relação a janeiro-julho do ano anterior, atingindo US$ 27,96 bilhões (37,5% do total). Já as importações do setor tiveram aumento similar ao das vendas externas (+8,3%), e somaram US$ 5,84 bilhões (11,8% do total). O superávit do agronegócio de janeiro a julho de 2006 foi de US$ 22,12 bilhões4, 8,2% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5), percentual maior que o total nacional (+1,8%). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no saldo do comércio externo brasileiro.
Gráfico 5 - Balança Comercial do Agronegócio, Brasil, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-2,4 pontos percentuais) quanto de importações (-1,6 ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos preços internalizados que diminuíram a competitividade das commodities agropecuárias.
Gráfico 6 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Brasil, Janeiro a julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo de janeiro a julho de 2006 representaram 33,1%, ou 1,4 ponto percentual a mais que as de janeiro-julho de 2005. Já as importações representaram 40,6%, ou 0,8 ponto percentual a menos que no ano anterior (gráfico 7).
Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, Exportação e Importação, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo, de janeiro a julho de 2006, representaram 27,1%, ou 1,7 ponto percentual a mais que as de janeiro-julho de 2005. Já as importações representaram 38,7%, ou 1,6 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 8).
Gráfico 8- Participação do Agronegócio Paulista no Agronegócio Brasileiro, Exportação e Importação, Janeiro a Julho, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC.
Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.
Tabela 1 - Brasil – Balança Comercial, Janeiro a Julho, 2005 e 2006 
(US$ bilhão) 
| Ano |        |            |     Partic. do Agronegócio(%) | |||||
|        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  |            Exportação  |            Importação  | |
|        2005  |            64,74  |            40,08  |            24,66  |            25,84  |            5,39  |            20,45  |            39,9  |            13,4  | 
|        2006  |            74,52  |            49,41  |            25,11  |            27,96  |            5,84  |            22,12  |            37,5  |            11,8  | 
Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança Comercial, Janeiro a Julho, 2005 e 2006 
(US$ bilhão) 
| Ano |        |            |     Partic. do Agronegócio(%) | |||||
| Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação | Saldo | Exportação |        Importação  | |
|        2005  |            20,54  |            16,58  |            3,96  |            6,56  |            2,00  |            4,56  |            31,9  |            12,1  | 
|        2006  |            24,67  |            20,06  |            4,61  |            7,57  |            2,26  |            5,31  |            30,7  |            11,3  | 
Tabela 3 - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, Janeiro a Julho, 2005 e 2006 
(%) 
| Ano |        |            | ||
|        Exportação  |            Importação  |            Exportação  |            Importação   | |
|        2005  |            31,7  |            41,4  |            25,4  |            37,1  | 
|        2006  |            33,1  |            40,6  |            27,1  |            38,7  | 
Tabela 4 - Balança Comercial do Brasil e de São Paulo, Variação Percentual, Janeiro a Julho, 2006 / 2005
| Ano |        |            | ||||
|        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  | |
| Brasil |        15,1  |            23,3  |            1,8  |            8,2  |            8,3  |            8,2  | 
| São Paulo |        20,1  |            21,0  |            16,4  |            15,4  |            13,0  |            16,4  | 
______________________ 
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 5,56 bilhões. 
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 23,06 bilhões. 
Veja também a tabela: Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2005 e 2006 (janeiro a julho).
Data de Publicação: 15/08/2006
                Autor(es): 
                José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        