No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do índice mensal de preços recebidos (IPR) pelos agricultores desde outubro de 2001.

            As variações dos preços agrícolas, por produto no mês de outubro, no acumulado de 2002 e em 12 meses, foram as seguintes:
 

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos no mês de outubro, foi o seguinte:
 

            Dos 19 produtos pesquisados, cinco apresentaram reduções no preço (batata, cebola, feijão, tomate e suínos). Entre os vegetais, o aumento nos preços de dez produtos, apesar da redução nos de outros quatro, gerou a evolução de 4,46% no índice de preços do grupo. Já no segmento animal, a ascensão nos preços de boi gordo, leite e ovos e a estabilidade nas cotações das aves, apesar da queda nos preços dos suínos, levaram ao crescimento de 7,21% nos preços deste grupo de produtos. O resultado foi a alta no índice de preços agrícolas de 5,43%.

            Nos dez meses de 2002, a variação acumulada no IPR foi de 17,71%, em comparação com a variação de 14,82% no IGP-M e de 4,97% no IPC-Fipe (estimativa). Isto indica ganho no poder de troca dos agricultores de 2,89 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 12,74 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe.

            Quinze produtos apresentaram preços ascendentes, com destaque para algodão, amendoim, arroz, banana, café, feijão, laranja, milho, soja, tomate, trigo, leite e ovos, cujo aumento acumulado foi superior a 20%. Os preços de amendoim, milho e trigo mais que dobraram. Em contrapartida, quatro produtos tiveram redução nos preços.

            Em outubro, a variação mensal anualizada do IPR indica que, a partir de abril, se iniciou uma recuperação. Neste mês, o IPR atingiu o valor de 22,99%, em comparação com o IGP-M de 16,34% e o IPC-Fipe de 5,88%. Assim, os preços agrícolas estão ganhando 6,65 pontos percentuais sobre o IGP-M e 17,11 pontos percentuais em relação ao IPC-Fipe.

            Quinze produtos apresentaram crescimento positivo nos preços, dos quais quatorze com alta superior a 20% (algodão, amendoim, arroz, banana, café, feijão, laranja, milho, soja, tomate, trigo, aves, leite e ovos). Apenas quatro produtos tiveram queda nos preços.

            Em outubro, o destaque entre os produtos com preços ascendentes foi o café (alta de 29,28%). O término da colheita da safra brasileira e a expectativa de menores produções mundiais no futuro próximo fizeram com que as cotações internacionais começassem a reagir, elevando os preços no mercado brasileiro. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo.

            O trigo foi o produto que apresentou o maior aumento de preço em 2002 (122,42%), em função da redução das ofertas mundial e brasileira, por causa da geada de setembro, e da desvalorização do real, uma vez que o país importa 80% do seu consumo. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico seguinte.

            O milho apresentou um dos maiores aumentos nos últimos 12 meses, mais que dobrando suas cotações, em função da redução de oferta, derivada da diminuição de área e da estiagem na primeira safra, da quebra da produção prevista para a safrinha e do atraso no plantio da safra 2002/03. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser verificado no gráfico seguinte.