No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do índice mensal de preços recebidos (IPR) pelos agricultores desde agosto de 2001.

            As variações dos preços agrícolas por produto, no mês de agosto e no acumulado de 2002 e em 12 meses, foram as seguintes:
 

               Fonte: NBM/IEA

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos no mês de agosto, foi o seguinte:
 

               Fonte: NBM/IEA

            Dos 19 produtos pesquisados, sete apresentaram reduções nos preços: batata, cana-de-açúcar, cebola, feijão, tomate, ovos e suíno. Entre os vegetais, o crescimento nos preços de oito produtos, compensado pela forte retração em cinco produtos, gerou queda de 2,40% no índice de preços do grupo. Já no caso dos produtos de origem animal, o expressivo aumento nos preços de aves e boi gordo, apesar de queda nas cotações de ovos e suínos, levou ao crescimento de 8,94% nos preços do grupo. O resultado foi a alta de 1,58% no índice de preços agrícolas (IPR).

            Verificou-se que, nos oito meses de 2002, a variação acumulada no IPR foi de 2,59%, em comparação com 7,95% do IGP-M e 3,19% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica uma perda no poder de troca dos agricultores de 5,36 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 0,60 ponto percentual frente ao IPC-Fipe, perda esta que está se reduzindo a partir de maio.

            No ano de 2002, onze produtos apresentaram acréscimo no preço, dos quais algodão, amendoim, banana, feijão, milho, trigo e leite com aumento acumulado superior a 20%. Já oito produtos tiveram diminuição de preço.

            A variação mensal anualizada do IPR em agosto, cuja recuperação se iniciou a partir de abril, atingiu neste mês o valor de 7,94%, em comparação com 11,01% do IGP-M e 5,18% do IPC-Fipe. Assim, os preços agrícolas estão perdendo 3,07 pontos percentuais para o IGP-M, mas apresentam ganho de 2,76 pontos percentuais em relação ao IPC-Fipe.

            Nos últimos 12 meses, doze produtos apresentaram crescimento positivo de preço, dos quais sete com altas superiores a 20% (algodão, amendoim, banana, laranja, milho, trigo e aves). Já sete tiveram queda de preço.

            No mês de agosto, as aves foram o destaque entre os produtos cujos preços apresentaram crescimento, com alta de 20%. Antecipações de exportações, favorecimento do câmbio e aumento do preço da carne bovina deram suporte à alta. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:

            O trigo apresentou um dos maiores aumentos de preço em 2002, com 65,12%, em função da redução da oferta mundial e da desvalorização do real, uma vez que o país importa 80% do seu consumo. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:

            O milho apresentou um dos maiores crescimentos de preço nos últimos 12 meses, em função da diminuição de oferta derivada da redução de área e da estiagem na primeira safra, além de quebra da produção prevista para a safrinha. O comportamento do preço recebido pelos produtores pode ser verificado no gráfico abaixo:

            O preço do café continuou em queda no acumulado dos últimos 12 meses, atingindo –10,46%, em função do excesso de oferta no mercado internacional e da colheita da maior safra brasileira nos últimos 30 anos. No último mês, porém, teve uma pequena recuperação das contações. O comportamento do preço recebido pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:

            Agosto foi o melhor mês do ano para o boi gordo em termos de preço recebido pelos produtores, com uma alta de 13,53%. Essa alta foi derivada da volta da competitividade da carne brasileira, com a desvalorização do real, a alta do produto argentino, o início da entressafra e o atraso na oferta de boi de confinamento, dado o alto preço do farelo de soja e do milho. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo: