No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde abril de 2001.

            As variações dos preços agrícolas por produto, no mês de abril e no acumulado de 2002 e em 12 meses, foram as seguintes:
 

            O comportamento dos preços agrícolas por grupo de produtos, no mês de abril, foi o seguinte:
 

            Dos 19 produtos pesquisados, dez apresentaram reduções nos preços (arroz, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, laranja, tomate, aves, boi gordo e ovos). Entre os vegetais, o acréscimo nos preços de sete produtos foi mais que compensado pela diminuição nos preços de outros sete produtos, o que gerou o decréscimo de 3,21% no índice de preços do grupo. Já entre os produtos de origem animal apenas o preço dos suínos aumentou, com queda nas cotações de aves, ovos e boi gordo e estabilidade no preço do leite, o que levou à redução de 6,36% nos preços do grupo. O resultado final foi a baixa de 4,32% no índice de preços agrícolas.

            No primeiro quadrimestre de 2002, a variação acumulada do IPR foi de –6,97%, em comparação com a variação de 1,07% do IGP-M e de 1,00% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica uma perda do poder de troca dos agricultores de 8,04 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 7,97 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe.

            No ano, dez produtos apresentaram crescimento de preço, dos quais amendoim, batata e leite com aumento acumulado superior a 20%. Os outros nove produtos tiveram redução de preço, com destaque para arroz, soja, aves e suínos (queda superior a 20%).

            A variação mensal anualizada do IPR, em abril de 2002, indica decréscimo a partir de dezembro de 2001, atingindo neste mês 4,37%, pela primeira vez abaixo dos indicadores de inflação da economia, como IGP-M e IPC-Fipe. Portanto, os preços agrícolas estão crescendo menos que a inflação, atingindo o menor valor anualizado nos últimos doze meses.

Variação Mensal Anualizada em 2001 e 2002 para o IPR, IGP-M e IPC-FIPE

            No acumulado dos últimos 12 meses (abril de 2002 como base), o IPR apresentou crescimento de 4,37%, em relação a 8,92% do IGP-M e 6,48% do IPC-FIPE (estimativa). Isto indica que os produtores agrícolas tiveram perda acumulada de 4,55 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 2,11 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe.
            Oito produtos apresentaram crescimento positivo no preço, dos quais cinco com alta superior a 20% (amendoim, laranja, milho, soja e trigo). Por sua vez, onze produtos tiveram queda de preço, dos quais a cebola apresentou variação negativa acima de 20%.

            No mês de abril, o destaque entre os preços em ascensão foi o milho, com alta de 8,84% em plena colheita, em função da quebra de safra na cultura de verão, o mesmo devendo ocorrer na safrinha. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de milho pode ser observado no gráfico abaixo:

            Os suínos foram o produto com maior queda acumulada de preço em 2002, em função do excedente de oferta no mercado, tendo em vista as reduções nas exportações, especialmente para a Argentina. O comportamento dos preços recebidos pelos suinocultores pode ser observado no gráfico abaixo:

            Os preços recebidos pelos cafeicultores tiveram queda de 1,54% nos últimos 12 meses, apresentando tendência de estabilidade, como pode ser observado no gráfico abaixo:

            O boi gordo, cujos preços vinham mantendo estáveis, sofreu fortes quedas em abril, atingindo cotação próxima à do mesmo mês de 2001. O comportamento do preço recebido pelos produtores pode ser verificado no gráfico: