O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produto no mês de março, foi o seguinte:

            Dos 19 produtos pesquisados em março, oito apresentaram reduções nos preços: arroz, cebola, milho, soja, aves, boi gordo, ovos e suínos. Entre os vegetais, o crescimento nos preços de sete produtos, mesmo com a redução em outros quatro e a estabilização em três, gerou alta de 2,61% no índice de preços do grupo. Já no caso dos produtos de origem animal, a retração nos preços de aves, ovos, boi gordo e suínos, apesar do aumento do leite, levou à queda de 5,09% nos preços do grupo. O resultado foi a baixa de 0,10% no índice de preços agrícolas.

            No primeiro trimestre de 2002, a variação no IPR foi de –2,77%, em comparação com uma variação de 0,51% no IGP-M e de 0,93% no IPC-Fipe (estimativa). Isto indica perda no poder de troca dos agricultores de 3,28 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 3,70 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe.

            No acumulado do ano, doze produtos apresentaram crescimento no preço, dos quais batata, cebola, tomate e leite com aumento superior a 20%. Por sua vez, sete tiveram redução no preço, com destaque para arroz, soja, aves e suínos com queda superior a 20%.

            A variação mensal anualizada do IPR, em março de 2002, indica decréscimo a partir de dezembro de 2001. Neste mês, o valor atingiu 11,61%, ainda assim muito superior aos indicadores de inflação da economia, como o IGP-M e o IPC-Fipe. Portanto, os preços agrícolas estão crescendo menos, atingindo o menor valor anualizado nos últimos doze meses.

            No acumulado dos últimos 12 meses (janeiro de 2002 como base), o IPR apresentou crescimento de 11,61%, em relação a 9,40% do IGP-M e 7,05% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica que os produtores agrícolas tiveram ganho acumulado de 2,21 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 4,56 pontos em relação ao IPC-Fipe.
            Nos últimos 12 meses, doze produtos apresentaram crescimento positivo no preço, dos quais quatro com altas superiores a 20% (amendoim, laranja, milho e trigo). Por sua vez, sete tiveram recuo no preço, sendo que o preço da batata apresentou variação negativa acima de 20%.

            No mês de março, o feijão foi o destaque entre os preços ascendentes, com alta de 27,26%, em função da quebra da produção na região de Irecê (BA), importante abastecedora do mercado nesta época do ano. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de feijão pode ser observado no gráfico abaixo:

            Os suínos foram responsáveis pela maior queda acumulada de preço em 2002, em função do excedente de oferta no mercado, tendo em vista as reduções nas exportações, especialmente para a Argentina. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de suínos pode ser observado no gráfico abaixo:

            O café que teve queda de 6,32% nos preços recebidos pelos produtores nos últimos 12 meses, apresentando uma tendência de estabilidade, como pode ser observado no gráfico abaixo:

            O milho é o produto com maior aumento de preço nos últimos 12 meses, tendo reduzido o nível de crescimento no último mês devido ao início da colheita da safra de 2001/02. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser verificado no gráfico a seguir: