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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2025
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- BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a setembro de 2025,
as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$52,45 bilhões
(20,3% do total nacional), e as importações2, US$65,38 bilhões
(30,8% do total nacional), registrando déficit comercial de US$12,93 bilhões
(Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2024, houve queda nas exportações
(-0,6%) e aumento nas importações (+15,6%); essa conjunção de desempenhos
resultou no acréscimo do déficit (+238,5%)
no saldo da balança comercial paulista. 1.1 - Análise Setorial
do Agronegócio Na
análise setorial do agronegócio3, no acumulado de janeiro a setembro
de 2025 na comparação com igual período do ano anterior, o setor paulista
apresentou redução nas exportações (-8,6%), alcançando US$21,15 bilhões, e
aumento nas importações (+2,4%), totalizando US$4,34 bilhões; com esses
resultados, o saldo da balança comercial obteve um superávit de US$16,81
bilhões, 11,1% inferior em relação a janeiro a setembro de 2024 (Figura 1). Contribuíram
para os resultados negativos do agro paulista, de janeiro até setembro de 2025,
as menores exportações do setor sucroalcooleiro em relação ao ano anterior, com
maior disponibilidade do açúcar no mercado internacional e consequente reduções
de preços das commodities do açúcar bruto e do refinado; e também as
exportações para os Estados Unidos, que apesar do resultado positivo de 13,0%
no período analisado, registraram quedas nos meses de agosto de 2025 (-14,6%) e
setembro de 2025 (-32,7%), por conta do tarifaço de 50% iniciado em 6 de agosto
de 2025 pelo governo americano para os produtos do agro com exceção do grupo de
sucos.  A
participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado nos
nove primeiros meses de 2025 ficou em 40,3%, enquanto a participação das
importações setoriais foi de 6,6% (Figura 1). Em relação a janeiro a setembro
de 2024, as participações recuaram 3,6 pontos percentuais nas exportações e 0,9
p.p. nas importações. Há que se
destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia -
exclusive o agronegócio - somaram US$31,30 bilhões, e as importações, US$61,04
bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$29,74 bilhões de
janeiro a setembro de 2025. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio
exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio
estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$16,81 bilhões).   1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos
de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista de janeiro a setembro
de 2025 foram: complexo sucroalcooleiro (US$6,32 bilhões, sendo que desse total
o açúcar representou 92,1% e o álcool etílico – etanol, 7,9%), setor de carnes
(US$3,15 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 84,9%), produtos
florestais (US$2,21 bilhões com participações de 54,5% de celulose e 36,4% de
papel), o grupo de sucos (US$2,15 bilhões, dos quais 97,7% referentes a suco de
laranja), e o grupo complexo soja com vendas de US$2,10 bilhões (80,8%
referentes a soja em grão e 14,0% de farelo de soja). Esses cinco agregados
representaram 75,4% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1).
Destaque para o grupo de café (tradicional nas exportações paulistas),
encontra-se na sexta posição com vendas de US$1,35 bilhão (75,8% referentes ao
café verde e 20,2% de café solúvel).  Ainda de acordo com a tabela 1, de
janeiro a setembro de 2025, na comparação com igual período de 2024, houve
importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos
da pauta paulista, com aumentos para os grupos de café (+43,4%), setor de
carnes (+26,3%) e sucos (+4,6%), e quedas nos grupos de complexo
sucroalcooleiro (-33,6%), dos produtos florestais (-5,6%) e complexo soja
(-0,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da
composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.   1.3
- Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista Os dados de valor e volume
exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio
paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2025 frente ao mesmo período do
ano anterior são apresentados na tabela 2. Desses
grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação
(29,9%) nas exportações paulistas. No total, o grupo apresentou quedas de 33,6%
em valores e 25,4% em volumes exportados, acompanhando as menores vendas externas
do açúcar (-34,1% em valores e -25,2% em volume), principal produto do grupo, com desvalorizações nos
preços médios de 11,2% para açúcar em bruto e 15,9% para o refinado, quando
comparados a janeiro a setembro de 2024. Para o álcool, os embarques
apresentaram variações negativas de 28,7% em volume e de 26,8% em valores. Os
destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de
participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais
compradores: China (13,2%), Índia (7,1%), Arábia Saudita (6,3%), Indonésia
(5,8%), Bangladesh (5,6%), Emirados Árabes Unidos (5,5%), Nigéria (5,4%), Egito
(4,7%), Marrocos (4,1%), Argélia (3,7%), Coreia do Sul (3,4%), e Iraque e
Malásia (3,3%, cada um); os demais países
representam 28,6%. O grupo de carnes ocupa a
segunda posição na pauta paulista, com 14,9%
de representatividade, com altas em valores (+26,3%) e em volumes embarcados
(+10,2%) em relação aos nove primeiros meses de 2024. A carne bovina, principal
produto com 84,9% de contribuição no grupo, registrou aumentos de 27,8% em
valores e de 9,7% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto
com 12,2% de participação no grupo, o desempenho obtido foi positivo nas vendas
em valores (+11,4%) e em volumes (+8,4%). A carne suína (1,2% de participação)
apresentou resultados de recuperação em valores (+298,9%) e na quantidade
embarcada (+210,9%), devido às maiores compras da Filipinas (6 mil toneladas do
produto). Os principais
destinos em participação são China (45,1%), Estados Unidos (12,7%), União
Europeia (7,5%), Filipinas (4,1%), México (3,4%), Hong Kong (3,1%), Arábia
Saudita (3,0%) e Chile (1,8%), enquanto os demais países compradores
representam 19,3%. Na terceira posição nos nove primeiros meses de 2025, aparece o grupo
produtos florestais, com 10,5% de participação. Seu desempenho foi de queda em
valores (-5,6%) e na quantidade embarcada (-2,2%) em relação a igual período do
ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo,
apresentaram perdas em valores (-5,3%) e menores embarques (-3,8%). Já o
subsetor de papel mostrou variação negativa para os valores  O grupo de
sucos se apresenta na quarta posição com 10,2%, de representatividade na pauta
paulista. O suco
de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou quedas de 5,1% no valor e
de 33,0% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix
<=20), as vendas externas apresentaram ganho em valores (+12,7%) e queda em
volumes (-10,8%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram altas
em valores de 2,8% e queda de 10,6% em volumes. A variação total das
exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+4,6%), puxados pela valorização dos preços
médios dos sucos no período analisado (FCOJ 41,7%, NFC 26,3% e outros sucos de
laranja não fermentados 15,1%), uma vez que houve diminuição nos volumes
embarcados do grupo (-12,8%); esse cenário é reflexo da menor produção dos
países produtores de laranja na safra 2024/25. Os maiores compradores desse grupo são: União Europeia (47,2%), Estados
Unidos (44,1%), China (3,3%) e Japão (2,6%); os demais compradores têm 2,8% de
participação. Para o
grupo composto pelo complexo soja (5ª posição e 9,9% de participação), os dados
no acumulado de janeiro a setembro de 2025 apontam aumento nos embarques
(+9,0%) e queda em valores (-0,8%), em função dos resultados da soja em grão,
principal produto do grupo, que apresentam expansão nos volumes (+10,0%) e nos
valores (+1,5%), e do farelo de soja, com redução em valor (-14,2%) e maior
quantidade exportada (+6,0%), quando comparados ao mesmo período de 2024. A
China aparece como principal destino em termos de participação de valores
(70,1%), seguida de União Europeia (5,2%), Indonésia e Tailândia (3,9%, cada
um), Índia (3,8%) e Irã (3,2%); os demais importadores somam 9,9%.  Para o
grupo do café, que teve 6,4% de participação na pauta paulista, os resultados
apontaram crescimentos de 43,4% nos valores e queda de 12,5% no volume das
exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, que
registrou aumentos nas vendas externas de 52,1% em valores e redução de 11,9%
em quantidades exportadas pelo estado. A alta de 72,7% no preço médio verificado no período analisado justifica
o desempenho positivo. Já o café solúvel obteve incremento de 18,1% em
valores e queda de 17,8% em volume comercializado. A
União Europeia é o principal destino e suas compras representam 44,7% do valor
exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (16,0%), Japão (6,5%), Canadá
(4,4%) e Argentina (4,2%); os demais países participam com 24,2%. 1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista      Em relação aos destinos das exportações do agronegócio
paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2025, a China se apresenta como
o principal destino das exportações do estado de São Paulo, com US$5,12 bilhões.
Ela deteve 24,2% de participação no total do agro paulista e
registrou variação positiva de 9,8% em relação a igual período do ano de 2024. Na
segunda posição aparece a União Europeia (US$3,04 bilhões, 14,4% de
participação e variação positiva de 3,8% no período analisado), seguida dos
Estados Unidos (US$2,69 bilhões participação de 12,7% e variação positiva
13,0%). Na
sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação,
aparecem Índia (2,9%), Arábia Saudita (2,5%), Indonésia (2,3%), Bangladesh
(2,1%), Emirados Árabes Unidos (2,0%), Egito (1,7%) e Nigéria (1,6%). A tabela
3 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas nos nove
primeiros meses de 2025, que somados representam 80,0% do total, e as
respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na
composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio
paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja
(28,8%), carnes (27,7%), produtos florestais (16,6%) e sucroalcooleiro (16,3%),
enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de
importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (33,4%,
basicamente suco de laranja) e destaques para café (19,9%) e produtos florestais
(9,3%). Já os Estados Unidos têm uma pauta mais diversificada, composta
principalmente pelos sucos (35,1%), grupo das carnes (14,8%), produtos
florestais (9,0%), café (8,1%), sucroalcooleiro (6,4%) e os demais grupos
(26,6%). Na sequência, os países que ocupam da 4ª até a 10ª posição têm elevada
concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, todos acima de
70,0% de representatividade.  Sobre as exportações do agro paulista para os
Estados Unidos, vale destacar que, no acumulado de janeiro a setembro de 2025, foram
registradas vendas de US2,69 bilhões, crescimento de 13% em relação a igual
período de 2024. Esse crescimento se deu nos primeiros sete meses de 2025
(vendas de US2,24 bilhões e variação positiva 25,2%), antes do tarifaço de 50%
iniciado em 6 de agosto pelo governo americano. Já nos meses de agosto e
setembro de 2025, as exportações do agro paulista caíram 14,2% e 32,7%,
respectivamente, na comparação mensal com os mesmos meses de 2024. 1.5 - Importações do Agronegócio
Paulista Os
principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado
de janeiro a setembro de 2025 foram: papel (US$327,45 milhões), seguido de
salmões (US$321,38 milhões), trigo (US$245,28 milhões, sendo importadas 1,03
milhão de toneladas, aumento de 8,8% em relação a igual período de 2024) e
vestuários e outros produtos têxteis (US$175,79 milhões). Das mercadorias da
pauta do estado de São Paulo, destaca-  
-se a borracha natural, que apresenta aumentos nas quantidades
importadas (+57,3% no período analisado) - esses aumentos foram significativos
em 2025, totalizando 73,3 mil toneladas. Em 2024, a importação foi menor em
relação aos anos anteriores, mas em setembro de 2025 houve redução de 40% nas
compras importadas, desacelerando este movimento. A figura 2 apresenta os dez
principais itens que representam 44,3% (US$1,92 bilhão) do total importado
(US$4,34 bilhões).   2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira
registrou superávit de US$45,48 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de
2025, com exportações de US$257,79 bilhões e importações de US$212,31 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 22,5% no superávit em relação
ao mesmo período de 2024, quando alcançou US$58,71 bilhões (Figura 3). 2.2 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações
do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2025 (Figura 3) aumentaram
0,7% em relação a igual período do ano anterior, alcançando o valor de
US$126,59 bilhões (49,1% do total nacional). As importações subiram 5,4% no período,
registrando US$15,25 bilhões (7,2% do total nacional). O saldo da balança comercial dos
agronegócios registrou superávit de US$111,34 bilhões de janeiro a agosto de
2025, mantendo-se estável na comparação com o mesmo período de 2024 (Figura 3). Portanto, o comércio exterior
brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez
que os demais setores da economia, com exportações de US$131,20 bilhões e
importações de US$197,06 bilhões, produziram um déficit de US$65,86 bilhões nos
nove primeiros meses de 2025. 2.2 – Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2025 foram:
complexo soja (US$44,54 bilhões, tendo a soja em grão com 83,9% de participação
e 13,4% do farelo de soja), carnes (US$22,53 bilhões, com as carnes bovina, de
frango e suína representando desse total, respectivamente, 54,8%, 31,0% e
11,9%), produtos florestais (US$12,42 bilhões, com participações de 61,4% de
celulose e 23,8% de madeira), grupo de café, com vendas de US$11,23 bilhões
(91,8% referentes ao café verde e 7,3% de café solúvel) e grupo sucroalcooleiro
(US$10,93 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,0% e o álcool
etílico – etanol, 6,9%). Esses cinco grupos agregados representaram 80,3% das
vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4). Na sexta posição aparece o
grupo de cereais, farinhas e preparações (US$6,00 bilhões, dos quais o milho em
grão representou 80,2% do grupo). Ainda conforme a tabela 4, na
comparação com janeiro a setembro de 2024, houve importantes variações nos
valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro,
com destaque positivo para os grupos café (+34,4%) e carnes (+19,4%), enquanto
os grupos de complexo sucroalcooleiro (-25,6%), grupo de fibras e produtos
têxteis (-9,7%), cereais, farinhas e preparações (-6,5%), complexo soja (-5,8%)
   2.3 - Exportações
dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro  A
tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais
produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas
respectivas variações de janeiro a setembro de 2025, em comparação com o mesmo
período em 2024. Desses grupos relevantes, aparece na primeira posição na pauta brasileira o grupo complexo soja (35,2%
de participação). No período em análise, as vendas externas recuaram 5,8% em
valores e avançaram 4,4% em volumes exportados. A soja em grão apresentou
perdas de 4,1% nos valores e aumentos de 4,8% nas quantidades exportadas. Para
o óleo de soja, os embarques registraram ganhos em receitas de 22,8% e de 11,4%
em volumes, enquanto o farelo de soja teve
variação negativa de 18,9% em valores e positiva de 1,5% em volume. A China representa 65,3% das compras em
valores desse grupo, seguida por União Europeia (11,7%), Tailândia (4,2%),
Indonésia (2,3%), Índia (1,9%), e Turquia e Vietnã (1,6%, cada um); os demais
países importadores somam 11,4%. O grupo
de carnes, na segunda posição (17,8% de participação), apresentou ganhos de
19,4% em valores e 5,6% em volume em relação a janeiro a setembro de 2024. A
carne bovina teve aumentos em valores (+35,1%) e no volume exportado (+15,5%).
Para a carne de frango, foram registradas queda em valores (-2,1%) e nos
embarques (-1,6%) e, para carne suína, crescimentos em valores (+25,0%) e na
quantidade (+14,5%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino,
com 30,5% das compras de carnes; na sequência aparecem Estados Unidos (5,9%),
México (5,2%), União Europeia (5,0%), Filipinas (4,9%), Japão e Arábia Saudita
(4,2%, cada um); os demais países somam 40,1% de participação. Na terceira posição aparece o grupo produtos florestais (9,8% de participação), de janeiro a setembro de
2025 registrou perda para valores (-3,1%) e ganho no volume exportado (+7,2%).
As variações de valores e volume foram de, respectivamente, -2,2% e +15,0% para
a celulose (principal item do grupo), de -5,0% e -10,4% para a madeira, e -3,4%
e +3,8% para o papel. Os principais
países importadores deste grupo são China
(30,0%), Estados Unidos (19,9%), União Europeia (18,5%), Argentina (3,1%),
México (2,8%), Peru e Reino Unido (1,6%, cada um); os demais países participam
com 22,5%. O grupo do café na quarta posição (8,9% de participação)
apresentou aumento em valores (+34,4%) e queda nas quantidades (-18,9%),
puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de
34,7% em valores, e recuo de -19,4% em quantidades exportadas pelo país. Quanto
às participações dos países destinos das exportações em valores, a União
Europeia representa 44,9% desse grupo, seguida por Estados Unidos (15,0%),
Japão (6,4%), Turquia (3,5%), Rússia (3,1%), Coreia do Sul (2,6%) e China
(2,3%); os demais países somam 22,2% de participação. Na quinta
posição e 8,6% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que no
acumulado de janeiro a setembro de 2025 registrou quedas de 25,6% em valores e
16,9% em volumes exportados, devido às menores exportações do açúcar (-26,7% em
valores e de -17,2% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram
reduções em valores  O grupo de
cereais, farinhas e preparações (4,7% de participação) obteve resultados negativos em valores (-6,5%) e em quantidades
embarcadas (-6,7%). O milho em grão, principal item do grupo com 80,2% de
representatividade, registrou quedas em volume    2.4 - Destinos
das Exportações do Agronegócio Brasileiro Em relação
aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de
2025, a China (US$43,27 bilhões, 34,2% de participação e variação positiva de
4,5% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do
Brasil, seguida da União Europeia (US$18,46 bilhões, 14,6% de participação e
variação positiva de 5,7%) e dos Estados Unidos (US$9,13 bilhões, participação
de 7,2% e variação positiva de 7,6%). A tabela 6 apresenta os 20 principais
destinos das exportações brasileiras, que somados representam 83,0% do total, e
as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.         A China importou
principalmente produtos do complexo soja (67,3%), carnes (15,9%) e produtos
florestais (8,6%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da
pauta de importações, predominam os produtos do complexo soja (28,3%) e do grupo
café (27,3%), e destaques para produtos florestais (12,5%) e o grupo de sucos
(6,4%, principalmente laranja) inserido nos demais grupos (20,7%). Já os
Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos
florestais (27,0%), café (18,4%), carnes (14,5%) e demais grupos (35,5 %, tendo
o grupo de sucos com 12,0%).  2.5 -
Importações do Agronegócio Brasileiro Os principais produtos da pauta de
importação do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a setembro de 2025
foram: trigo (US$1,23 bilhão, contabilizando 5,25 milhões de toneladas, 2,0%
superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2024), papel
(US$776,93 milhões) e óleo de dendê e de palma (US$662,43 milhões). Na
sequência aparecem salmões (US$638,62 milhões), vestuários e outros produtos
têxteis de algodão (US$593,26 milhões), leite em pó (US$508,39 milhões), azeite
de oliva (US$449,55 milhões) e cacau inteiro ou partido (US$421,79 milhões),
apresentando alta de 85,8% no volume, sendo importados 42,2 mil toneladas
somente nos seis primeiros meses de 2025, justificado pelo aumento da demanda e
baixa disponibilidade da mercadoria interna no período. A figura 4 apresenta os
dez principais produtos que representam 39,9% (US$6,08 bilhões) do total
importado (US$15,25 bilhões).   3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação
paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da
economia) de janeiro a setembro de 2025 registrou queda de 0,4 ponto percentual
nas exportações e aumento de 2,0 p.p. nas importações, apontando valores de
20,3% nas exportações e de 30,8% de representatividade para as importações
(Figura 5).  Para o agronegócio, as exportações
setoriais de São Paulo nos nove primeiros meses de 2025, representaram 16,7% em
relação ao agronegócio brasileiro, 1,7 p.p. menor ante a igual período do ano
anterior; as importações caíram 0,8 p.p., passando de 29,3% para 28,5% (Figura
5). A tabela 7 apresenta a participação dos
grupos do agronegócio paulista comparativamente aos do agronegócio nacional, de
janeiro a setembro de 2025, cuja participação em valores ultrapassa 50% do
total nacional: sucos (85,1%), produtos alimentícios diversos (69,4%), plantas
vivas e produtos de floricultura (65,9%), demais produtos de origem vegetal
(61,2%) e complexo sucroalcooleiro (57,9%).       Em relação
aos principais estados exportadores em valores, São Paulo ocupa a segunda
posição com 16,7% de participação, atrás de Mato Grosso (17,4%), Minas Gerais
(11,4%), Paraná (10,5%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Goiás (7,0%) (Figura 6).
Esses seis estados somados representam 71,4% das exportações totais do agro
brasileiro nos nove primeiros meses de 2025. Quanto à
composição dos principais grupos de produtos exportados pelas unidades da
federação, o estado de Mato Grosso concentra 87,4% das suas exportações em três
principais grupos: complexo soja (62,4%), carnes (13,5%) e cereais, farinhas e
preparações (11,2%). O grupo complexo soja também é o principal grupo exportado
nos estados de Goiás (60,7%), Paraná (38,4%) e Rio Grande do Sul (32,5%),
enquanto em Minas Gerais o café é o principal grupo (53,7%), seguido do
complexo soja (18,1%).   1Estado produtor
(unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final.   2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador.    3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília:
MAPA, 2025.  Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html.
Acesso em: out. 2025. Palavras-chave:
agronegócio, balança comercial, exportações,
importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.      COMO
CITAR ESTE ARTIGO ANGELO,
J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios
Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2025. Análises e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 10, p. 1-19, out. 2025. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
(-9,6%) e estabilidade no volume (0%). O
principal destino em participação de valores exportados é a China (38,3%),
seguida de União Europeia (12,8%), Estados Unidos (10,9%), Argentina (5,2%),
Peru (4,6%), Reino Unido (3,4%), e Chile e Colômbia (3,2%, cada um); outros
países somam 18,4% de participação. 
e florestais (-3,1%) apresentaram reduções. Essas variações nas receitas do
comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços
como de volumes exportados.  
(-8,0%) e em volumes (-9,2%), quando comparados com o mesmo período do ano
anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos das
exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos
países. Os resultados apontam a sequência composta por China (12,5%), Índia
(7,0%), Argélia (5,9%), Indonésia (5,6%), Bangladesh (5,4%), Emirados Árabes
Unidos (5,1%), Nigéria e Arábia Saudita (4,8%, cada um), Malásia (4,2%) e Egito
(3,8%); os demais países importadores somam 40,9% de participação.
(-4,3%) e em valores (-2,7%). Os principais destinos são Irã (18,2%), Egito
(13,9%), Vietnã (10,7%), União Europeia (10,2%), Arábia Saudita (4,3%), China
(3,4%), Marrocos (3,2%), Argélia (3,0%), e Bangladesh e Venezuela (2,7%, cada
um), restando 27,7% de participação para os demais países. 
Data de Publicação: 31/10/2025
                Autor(es): 
                José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        