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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2025
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a junho de
2025 (primeiro semestre), as exportações do estado de São Paulo1
somaram US$32,99 bilhões (19,9% do total nacional), enquanto as importações2
totalizaram US$42,36 bilhões (31,2% do total nacional), registrando déficit
comercial de US$9,37 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2024,
houve queda nas exportações (-3,0%) e aumento nas importações (+17,2%); essa
conjunção de desempenhos resultou no acréscimo do déficit (+342%) no saldo da
balança comercial paulista. 1.1 – Análise
Setorial do Agronegócio Na
análise setorial do agronegócio3, no acumulado do primeiro semestre
de 2025 na comparação com igual período do ano anterior, o setor paulista
apresentou redução nas exportações (-9,8%), alcançando US$13,36 bilhões, e
aumento nas importações (+4,7%), totalizando US$2,91 bilhões; com esses
resultados, o saldo da balança comercial obteve um superávit de US$10,45
bilhões, representando 16,3% do total do saldo cambial do agronegócio
brasileiro, mas 13,1% inferior em relação ao primeiro semestre de 2024 (Figura 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado nos seis primeiros meses de 2025 ficou
em 40,5%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 6,9% (Figura
1). Em relação a janeiro a junho de 2024, as participações recuaram 3,0 pontos
percentuais nas exportações e 0,8 p.p. nas importações. Há que se
destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia -
exclusive o agronegócio - somaram US$19,63 bilhões, e as importações, US$39,45
bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$19,82 bilhões no
primeiro semestre de 2025. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio
exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio
estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$10,45 bilhões). 1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre
de 2025 foram: complexo sucroalcooleiro (US$3,47 bilhões, sendo que desse total
o açúcar representou 91,4% e o álcool etílico – etanol, 8,6%), setor de carnes
(US$1,90 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 83,9%), o grupo complexo
soja com vendas de US$1,52 bilhão (83,5% referentes a soja em grão e 11,7% de
farelo de soja), produtos florestais (US$1,50 bilhão, com participações de
54,1% de celulose e 36,5% de papel) e o grupo de sucos (US$1,44 bilhão, dos
quais 97,7% referentes a suco de laranja). Esses cinco agregados representaram
73,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1).
Destaque para o grupo de café (tradicional nas exportações paulistas),
encontra-se na sexta posição com vendas de US$971,15 milhões (74,7% referentes
ao café verde e 21,1% de café solúvel). Ainda de acordo com a tabela 1, no
primeiro semestre de 2025 na comparação com igual período de 2024, houve
importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos
da pauta paulista, com aumentos para os grupos de café (+52,9%), setor de
carnes (+25,9%) e sucos (+19,3%), e quedas nos grupos de complexo
sucroalcooleiro (-41,2%), dos produtos florestais (-3,0%) e complexo soja
(-2,9%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da
composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3 - Exportações dos Principais Produtos do
Agronegócio Paulista Os dados de valor e volume
exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio
paulista no acumulado do primeiro semestre de 2025 frente ao mesmo período do
ano anterior são apresentados na tabela 2. Desses
grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação
(26,0%) nas exportações paulistas. No total, o grupo apresentou quedas de 41,2%
em valores e 35,3% em volumes exportados, acompanhando as menores vendas
externas do açúcar (-41,5% em valores e -35,1% em volume), principal produto do grupo, com
desvalorizações nos preços médios dessas commodities
de 8,9% para açúcar em bruto e 15,9% para o refinado, quando comparados ao
primeiro semestre de 2024. Para o álcool, os embarques apresentaram
variações negativas de 39,2% em volume e de 36,7% em valores. Os
destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de
participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais
compradores: China (12,1%), Índia (7,0%), Bangladesh (6,6%), Arábia Saudita
(6,3%), Nigéria (5,9%), Indonésia (5,7%), Emirados Árabes Unidos (5,3%), Egito
(4,7%), Argélia (3,9%), Estados Unidos (3,8%), e Coreia do Sul (3,7%), e os
demais países (35,0%). O grupo de carnes ocupa a segunda
posição na pauta paulista com 14,2% de
representatividade e apresentou altas em valores (+25,9%) e em volumes
embarcados (+13,0%), em relação aos seis primeiros meses de 2024. A carne
bovina, principal produto com 83,9% de contribuição no grupo, registrou
aumentos de 26,9% em valores e de 13,1% no volume exportado. Para a carne de
frango, segundo produto com 12,9% de participação no grupo, o desempenho obtido
foi positivo nas vendas em valores (+12,0%) e em volumes (+9,8%). A carne suína
(1,4% de participação) apresentou resultados de recuperação em valores
(+946,1%) e na quantidade embarcada (+618,9%). Os principais destinos em participação foram China
(41,0%), Estados Unidos (15,9%), União Europeia (7,2%), Filipinas (3,8%), Hong
Kong (3,5%), México e Arábia Saudita (3,2% cada um) e Chile (1,9%); enquanto os
demais países compradores somam 20,3% de participação. Para o
grupo composto pelo complexo soja (3ª posição e 11,4% de participação), os
dados no acumulado do primeiro semestre de 2025 apontam aumentos nos embarques
(+7,2%) e quedas em valores (-2,9%), por conta dos resultados da soja em grão,
principal produto do grupo, que apresenta expansão nos volumes (+8,6%) e queda
nos valores Na quarta posição nos seis primeiros meses de 2025, aparece o grupo
produtos florestais com 11,2% de participação, e seu desempenho foi de queda em
valores (-3,0%) e na quantidade embarcada (-5,5%) em relação a igual período do
ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo,
apresentou perdas em valores (-1,1%) e menores embarques (-7,6%). Já o subsetor
de papel mostrou variações negativas para os valores O grupo de
sucos se apresenta na quinta posição com 10,8% de representatividade na pauta
paulista, e o suco
de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 5,9% no valor e
redução de 45,8% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor
brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+23,8%) e queda em volumes
Para o grupo do café, 7,3% de participação na pauta paulista, os
resultados apontaram crescimentos de 52,9% nos valores e queda de 13,3% no
volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café
verde, que registrou aumentos nas vendas externas de 54,0% em valores e redução
de 14,8% em quantidades exportadas pelo estado, e a alta de 80,8% no preço médio internacional justifica o
desempenho positivo. Já o café solúvel obteve incremento de 44,4% em
valores e redução de 7,2% em volume comercializado. Esse incremento é resultado
da majoração do café torrado e moído que tem promovido uma migração para o
solúvel. A União Europeia é o principal
destino e suas compras representam 41,6% do valor exportado. Na sequência
aparecem Estados Unidos (18,5%), Japão (6,1%), Canadá (4,5%) e Argentina
(4,4%); os demais países participam com 24,9%. 1.4 - Destinos das Exportações do
Agronegócio Paulista Em relação aos destinos das exportações do agronegócio
paulista no primeiro semestre de 2025, a China se apresenta como o principal
destino das exportações do estado de São Paulo com US$3,18 bilhão, detendo
23,8% de participação no total do agro paulista
e registrando variação positiva de 6,1% em
relação ao valor do primeiro semestre de 2024. Na
segunda posição aparece a União Europeia (US$1,99 bilhão, 14,9% de participação
e variação positiva de 11,8% no período analisado), seguida pelos Estados
Unidos (US$1,91 bilhão, participação de 14,3% e variação positiva 27,3%). Na sequência, completando os dez
principais destinos em termos de participação, aparecem Índia (2,6%), Arábia
Saudita (2,3%), Bangladesh (2,2%), Indonésia (2,1%), Argentina e Emirados
Árabes Unidos (1,7% cada um) e Nigéria (1,6%). A tabela 3 apresenta os 20
principais destinos das exportações paulistas no primeiro semestre de 2025, que
somados representam 80,1% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos
de produtos. Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma
diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do
agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos
complexo soja (34,4%), carnes (24,4%), produtos florestais (17,4%) e
sucroalcooleiro (13,2%), enquanto na União Europeia, entre os principais
produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de
sucos (33,2%, basicamente suco de laranja) e destaques para café (20,4%) e
produtos florestais (10,2%). Já os Estados Unidos têm uma pauta mais
diversificada, composta principalmente pelos sucos (33,4%), grupo das carnes
(15,8%), produtos florestais (9,3%), café (9,4%), sucroalcooleiro (6,8%) e os
demais grupos (25,3%). Na sequência, entre os 10 principais importadores (com
exceção da Argentina), esses países têm elevada concentração de suas
importações no complexo sucroalcooleiro, todos os 6 países acima de 70,0% de
representatividade. 1.5 - Importações do Agronegócio
Paulista Os
principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado
do primeiro semestre de 2025 foram: salmões (US$226,78 milhões), papel
(US$215,72 milhões), trigo (US$174,62 milhões, sendo importadas 735,1 mil
toneladas, aumento de 22,2% em relação a igual período de 2024) e leite em pó
(US$114,23 milhões). Das mercadorias da pauta do estado de São Paulo,
destaca-se a borracha natural, que continua apresentando aumentos nas
quantidades importadas (+77%) no período analisado, o que pode configurar
abastecimento de estoques pelas indústrias. A figura 2 apresenta os dez
principais itens que representam 45,1% (US$1,31 bilhão) do total importado
(US$2,91 bilhões). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira
registrou superávit de US$30,09 bilhões no acumulado do primeiro semestre de
2025, com exportações de US$165,87 bilhões e importações de US$135,78 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 27,6% no superávit em relação
ao mesmo período de 2024, quando alcançou US$41,56 bilhões (Figura 3). 2.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações
do agronegócio brasileiro no acumulado do primeiro semestre de 2025 (Figura 3)
caíram 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o valor de
US$82,03 bilhões (49,5% do total nacional). As importações subiram 6,1% no
período, registrando US$10,09 bilhões (7,4% do total nacional). O saldo da balança comercial dos
agronegócios registrou superávit de US$71,94 bilhões de janeiro a junho de
2025, sendo 1,1% menor na comparação com o mesmo período de 2024 (Figura 3). Portanto, o comércio exterior
brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez
que os demais setores da economia, com exportações de US$83,84 bilhões e
importações de US$125,69 bilhões, produziram um déficit de US$41,85 bilhões nos
seis primeiros meses de 2025. 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2025 foram:
complexo soja (US$30,29 bilhões, tendo a soja em grão 83,9% de participação e
13,3% do farelo de soja), carnes (US$13,97 bilhões, com as carnes bovina, de
frango e suína representando desse total, respectivamente, 51,6%, 34,1% e
12,2%), produtos florestais (US$8,66 bilhões, com participações de 62,0% de
celulose e 24,0% de madeira), grupo de café com vendas de US$7,82 bilhões
(91,9% referentes ao café verde e 7,2% de café solúvel), grupo sucroalcooleiro
(US$6,34 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,1% e o álcool
etílico – etanol, 6,8%). Esses cinco grupos agregados representaram 81,7% das
vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4). Na sétima posição aparece o
grupo de cereais, farinhas e preparações (US$2,34 bilhões, dos quais o milho em
grão representou 62,0% do grupo). Ainda conforme a tabela 4, na
comparação com primeiro semestre de 2024, houve importantes variações nos
valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro,
com destaque positivo para os grupos café (+47,3%), carnes (+18,4%) e
florestais (+4,1%), enquanto os grupos de complexo sucroalcooleiro (-30,5%),
cereais, farinhas e preparações (-21,3%), complexo soja (-9,6%) e do grupo de
fibras e produtos têxteis (-6,3%), apresentaram reduções. Essas variações nas
receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto
de preços como de volumes exportados. 2.3 - Exportações dos
Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro A
tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais
produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas
respectivas variações no primeiro semestre de 2025, em comparação com o período
em 2024. Desses grupos relevantes, aparece na primeira posição na pauta brasileira
o grupo complexo soja (36,9% de participação) nas exportações
brasileiras. No período em análise, as vendas externas recuaram 9,6% em valores
e avançaram 1,4% em volumes exportados. A soja em grão apresentou perdas de
8,9% nos valores e aumentos de 1,2% nas quantidades exportadas. Para o óleo de
soja, os embarques registraram ganhos em receitas de 36,6% e de 25,9% em
volumes, enquanto o farelo de soja teve variação
negativa de 19,2% em valores e positivas de 1,1% em volume. A China representa 62,8% das compras em valores
desse grupo, seguida por União Europeia (12,0%), Tailândia (3,7%), Indonésia
(2,6%), Turquia (2,1%), Índia, Irã e Vietnã (1,9%, cada um); os demais países
importadores somam 11,1%. O grupo
de carnes, na segunda posição (17,0% de participação), apresentou ganhos de
18,4% em valores e 5,8% em volume em relação aos seis primeiros meses de 2024. A
carne bovina teve aumentos em valores (+26,8%) e no volume exportado (+12,8%).
Para a carne de frango, foram registradas altas em valores (+4,5%) e queda nos
embarques Na terceira posição aparece o grupo produtos florestais (10,6% de participação), que no
primeiro semestre de 2025 registrou aumentos para valores (+4,1%) e no volume
exportado (+7,9%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente,
+8,5% e +14,1% para a celulose (principal item do grupo), de -0,9% e -4,6% para
a madeira, e de -5,0% e +0,5% para o papel. Os
principais países importadores deste grupo são China (30,1%), Estados Unidos
(20,4%), União Europeia (19,2%), Argentina (2,8%), México (2,6%), Turquia
(1,8%), Reino Unido e Coreia do Sul (1,6% cada um); os demais países participam
com 19,9%. O
grupo do café na quarta posição (9,5% de participação) apresentou aumento em
valores (+47,3%) e queda nas quantidades (-16,8%), puxado pelo café verde, principal produto do
grupo, com variações positivas de 47,4% em valores, e recuo de -17,5% em
quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos
das exportações em valores, a União Europeia representa 43,7% desse grupo,
seguida por Estados Unidos com 16,6%, Japão (6,4%), Turquia (3,8%), Rússia
(3,4%), Coréia do Sul (2,8%), China (2,5%) e Canadá (2,1%); os demais países
somam 18,8% de participação. Na quinta
posição e com 7,7% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que no
primeiro semestre de 2025 registrou quedas de 30,5% em valores e 23,2% em
volumes exportados, devido às menores exportações do açúcar (-31,1% em valores
e de -23,1% em volume). Para o álcool, os embarques teve reduções de valores
(-22,8%) e em volumes (-25,7%), quando comparados com o mesmo período do ano
anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos das
exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos
países. Os resultados apontam a sequência composta por China (11,7%), Argélia
(6,6%), Bangladesh e Índia (6,4% cada um), Indonésia (5,7%), Nigéria (5,5%),
Emirados Árabes Unidos (4,8%), Arábia Saudita (4,2%) e Malásia e Estados Unidos
(4,0%, cada um), enquanto os demais países importadores somam 40,7% de
participação. O grupo de
cereais, farinhas e preparações obteve resultados negativos em valores (-21,3%) e em quantidades embarcadas (-23,0%). O
milho em grão, principal item do grupo com 62,0% de representatividade,
registrou quedas em volume (-22,3%) e em valores 2.4-
Destinos das
Exportações do Agronegócio Brasileiro No primeiro
semestre de 2025, a China foi o principal destino das exportações do Brasil (US$27,73
bilhões, 33,8% de participação e variação negativa de 2,4% em relação ao ano
anterior), seguida da União Europeia (US$12,03 bilhões, 14,7% de participação
no primeiro semestre de 2025 e variação positiva de 8,7%) e dos Estados Unidos
(US$6,63 bilhões, participação de 8,1% e variação positiva de 20,3%). A tabela
6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras no primeiro
semestre de 2025, que somados representam 83,5% do total, e as respectivas
pautas (em %) por grupos de produtos. A
China importou principalmente produtos do complexo soja (68,7%), carnes (14,3%)
e produtos florestais (9,4%), enquanto na União Europeia, entre os principais
produtos da pauta de importações, predominam os produtos do complexo soja (30,2%),
café (28,4%), produtos florestais (13,9%), e com destaque para grupo de sucos
(6,6%, principalmente laranja) inserido nos demais grupos (19,7%). Já os
Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos
florestais (26,6%), café (19,5%), carnes (16,0%) e os demais grupos (33,7 %,
tendo o grupo de sucos com 11,2%). 2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro Os principais produtos da pauta de
importação do agronegócio brasileiro no acumulado de primeiro semestre de 2025
foram: trigo (US$844,68 milhões, contabilizando 3,58 milhões de toneladas, 6,3%
superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2024), papel
(US$499,41 milhões) e salmões (US$451,34 milhões). Na sequência aparecem o
cacau inteiro ou partido (US$421,79 milhões) apresentando alta de 86,3% no
volume, sendo importados 42,2 mil toneladas justificado pelo aumento da demanda
e baixa disponibilidade da mercadoria interna. O estado de São Paulo tem
investido na pesquisa e assistência técnica de novas tecnologias em sistemas de
produção para estimular produtores no estado. A figura 4 apresenta os dez principais
produtos que representam 40,7% (US$4,11 bilhões) do total importado (US$10,09
bilhões). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação
paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da
economia) no primeiro semestre de 2025 registrou queda de 0,5 p.p. nas
exportações, enquanto as importações aumentaram em 2,4 p.p., apontando valores
de 19,9% nas exportações e de 31,2% de representatividade para as importações
(Figura 5). Para o agronegócio, as exportações
setoriais de São Paulo nos seis primeiros meses de 2025 representaram 16,3% em
relação ao agronegócio brasileiro, 1,7 p.p. menor ante a igual período do ano
anterior, enquanto as importações caíram 0,4 p.p., passando de 29,2% para 28,8%
(Figura 5). A tabela 7 apresenta a participação dos
grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional no primeiro semestre de
2025, destacando-se nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em
valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (86,0%), produtos alimentícios
diversos (68,4%), demais produtos de origem vegetal (63,4%), plantas vivas e
produtos de floricultura (59,8%) e complexo sucroalcooleiro (54,8%). Em relação
aos principais estados exportadores em valores, São Paulo ocupa a segunda
posição com 16,3% de participação, atrás do Mato Grosso (17,6%). Em terceiro
lugar está Minas Gerais (12,0%), seguido por Paraná (10,2%), Rio Grande do Sul
(7,7%) e Goiás (7,0%) (Figura 6). Esses seis estados somados representam 71%
das exportações totais do agro brasileiro do primeiro semestre de2025. Notam-se
movimentações nos valores das participações dos estados em relação aos seis
primeiros meses de 2025: o estado de São Paulo cedeu a primeira posição para o
estado de Mato Grosso, que concentra 93% das suas exportações em três
principais grupos: complexo soja (69,7%), fibras e produtos de têxteis (11,8%)
e de carnes (11,6%). 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos
os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção “Tabela de Agrupamentos” em
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA.
Agrostat. Brasília: MAPA, 2025.
Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso
em: jul. 2025. Palavras-chave:
agronegócio, balança comercial,
exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit,
saldo. COMO CITAR ESTE ARTIGO ANGELO, J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança
Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2025. Análises
e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 7, p. 1-19, jul. 2025.
Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
(-1,2%), e do farelo de soja, com redução em valor (-19,2%) e menor quantidade
exportada (-1,0%), quando comparados ao mesmo período de 2024. A
China aparece como principal destino em termos de participação de valores
(71,9%), seguida de União Europeia (4,6%), Irã (3,9%), Indonésia (3,8%), Índia
(3,5%), Tailândia (3,2%) e Bangladesh (1,6%); os demais importadores somam
7,5%.
(-10,8%) e volume (-3,4%). O principal
destino em participação de valores exportados é a China (37,0%), seguida de
União Europeia (13,5%), Estados Unidos (11,8%), Argentina (4,8%), Peru (4,5%) e
Reino Unido (3,6%), Colômbia (3,5%) e Chile (3,1%). Outros países somam 18,2%
de participação.
(-20,0%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em
valores de 26,0% e redução de 5,7% em volumes. A variação total das exportações
do grupo de sucos foi positiva em valores (+19,3%), puxados pela valorização dos preços médios dos sucos no
período analisado (FCOJ 95,4%, NFC 54,8% e outros sucos de laranja não
fermentados 33,5%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarcados
do grupo (-21,1%). Os maiores
compradores desse grupo são: União Europeia (45,8%), Estados Unidos (44,4%),
China (3,5%), Japão (3,3%); os demais compradores têm 3,0% de participação.
(-0,1%), e para carne suína, crescimentos em valores (+32,8%) e na quantidade
(+18,7%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 28,4%
das compras de carnes; na sequência aparecem Estados Unidos (7,6%), União
Europeia (5,4%), Arábia Saudita (4,6%), Filipinas e Japão (4,3%, cada um),
México, e Emirados Árabes Unidos (4,1%, cada um); os demais países somam 37,2%
de participação.
(-21,6%). Os principais destinos são Irã (23,2%), Vietnã (13,1%), Egito
(12,8%), Arábia Saudita (4,9%), Turquia (3,6%) e Argélia (3,2%), restando 39,2%
de participação para os demais países.
Data de Publicação: 31/07/2025
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
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