Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2025


 

1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

No acumulado de janeiro a junho de 2025 (primeiro semestre), as exportações do estado de São Paulo1 somaram US$32,99 bilhões (19,9% do total nacional), enquanto as importações2 totalizaram US$42,36 bilhões (31,2% do total nacional), registrando déficit comercial de US$9,37 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2024, houve queda nas exportações (-3,0%) e aumento nas importações (+17,2%); essa conjunção de desempenhos resultou no acréscimo do déficit (+342%) no saldo da balança comercial paulista.

1.1 – Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio3, no acumulado do primeiro semestre de 2025 na comparação com igual período do ano anterior, o setor paulista apresentou redução nas exportações (-9,8%), alcançando US$13,36 bilhões, e aumento nas importações (+4,7%), totalizando US$2,91 bilhões; com esses resultados, o saldo da balança comercial obteve um superávit de US$10,45 bilhões, representando 16,3% do total do saldo cambial do agronegócio brasileiro, mas 13,1% inferior em relação ao primeiro semestre de  2024 (Figura 1).

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado nos seis primeiros meses de 2025 ficou em 40,5%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 6,9% (Figura 1). Em relação a janeiro a junho de 2024, as participações recuaram 3,0 pontos percentuais nas exportações e 0,8 p.p. nas importações.

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$19,63 bilhões, e as importações, US$39,45 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$19,82 bilhões no primeiro semestre de 2025. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$10,45 bilhões).

 

1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2025 foram: complexo sucroalcooleiro (US$3,47 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 91,4% e o álcool etílico – etanol, 8,6%), setor de carnes (US$1,90 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 83,9%), o grupo complexo soja com vendas de US$1,52 bilhão (83,5% referentes a soja em grão e 11,7% de farelo de soja), produtos florestais (US$1,50 bilhão, com participações de 54,1% de celulose e 36,5% de papel) e o grupo de sucos (US$1,44 bilhão, dos quais 97,7% referentes a suco de laranja). Esses cinco agregados representaram 73,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Destaque para o grupo de café (tradicional nas exportações paulistas), encontra-se na sexta posição com vendas de US$971,15 milhões (74,7% referentes ao café verde e 21,1% de café solúvel).

Ainda de acordo com a tabela 1, no primeiro semestre de 2025 na comparação com igual período de 2024, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos de café (+52,9%), setor de carnes (+25,9%) e sucos (+19,3%), e quedas nos grupos de complexo sucroalcooleiro (-41,2%), dos produtos florestais (-3,0%) e complexo soja (-2,9%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.


 

 

1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista no acumulado do primeiro semestre de 2025 frente ao mesmo período do ano anterior são apresentados na tabela 2.

Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (26,0%) nas exportações paulistas. No total, o grupo apresentou quedas de 41,2% em valores e 35,3% em volumes exportados, acompanhando as menores vendas externas do açúcar (-41,5% em valores e -35,1% em volume), principal produto do grupo, com desvalorizações nos preços médios dessas commodities de 8,9% para açúcar em bruto e 15,9% para o refinado, quando comparados ao primeiro semestre de 2024. Para o álcool, os embarques apresentaram variações negativas de 39,2% em volume e de 36,7% em valores. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais compradores: China (12,1%), Índia (7,0%), Bangladesh (6,6%), Arábia Saudita (6,3%), Nigéria (5,9%), Indonésia (5,7%), Emirados Árabes Unidos (5,3%), Egito (4,7%), Argélia (3,9%), Estados Unidos (3,8%), e Coreia do Sul (3,7%), e os demais países (35,0%).

O grupo de carnes ocupa a segunda posição na pauta paulista com 14,2% de representatividade e apresentou altas em valores (+25,9%) e em volumes embarcados (+13,0%), em relação aos seis primeiros meses de 2024. A carne bovina, principal produto com 83,9% de contribuição no grupo, registrou aumentos de 26,9% em valores e de 13,1% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto com 12,9% de participação no grupo, o desempenho obtido foi positivo nas vendas em valores (+12,0%) e em volumes (+9,8%). A carne suína (1,4% de participação) apresentou resultados de recuperação em valores (+946,1%) e na quantidade embarcada (+618,9%). Os principais destinos em participação foram China (41,0%), Estados Unidos (15,9%), União Europeia (7,2%), Filipinas (3,8%), Hong Kong (3,5%), México e Arábia Saudita (3,2% cada um) e Chile (1,9%); enquanto os demais países compradores somam 20,3% de participação.

Para o grupo composto pelo complexo soja (3ª posição e 11,4% de participação), os dados no acumulado do primeiro semestre de 2025 apontam aumentos nos embarques (+7,2%) e quedas em valores (-2,9%), por conta dos resultados da soja em grão, principal produto do grupo, que apresenta expansão nos volumes (+8,6%) e queda nos valores
(-1,2%), e do farelo de soja, com redução em valor (-19,2%) e menor quantidade exportada (-1,0%), quando comparados ao mesmo período de 2024.
A China aparece como principal destino em termos de participação de valores (71,9%), seguida de União Europeia (4,6%), Irã (3,9%), Indonésia (3,8%), Índia (3,5%), Tailândia (3,2%) e Bangladesh (1,6%); os demais importadores somam 7,5%.


Na quarta posição nos seis primeiros meses de 2025, aparece o grupo produtos florestais com 11,2% de participação, e seu desempenho foi de queda em valores (-3,0%) e na quantidade embarcada (-5,5%) em relação a igual período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentou perdas em valores (-1,1%) e menores embarques (-7,6%). Já o subsetor de papel mostrou variações negativas para os valores
(-10,8%) e volume (-3,4%).
O principal destino em participação de valores exportados é a China (37,0%), seguida de União Europeia (13,5%), Estados Unidos (11,8%), Argentina (4,8%), Peru (4,5%) e Reino Unido (3,6%), Colômbia (3,5%) e Chile (3,1%). Outros países somam 18,2% de participação.

O grupo de sucos se apresenta na quinta posição com 10,8% de representatividade na pauta paulista, e o suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 5,9% no valor e redução de 45,8% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+23,8%) e queda em volumes
(-20,0%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em valores de 26,0% e redução de 5,7% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+19,3%), puxados pela valorização dos preços médios dos sucos no período analisado (FCOJ 95,4%, NFC 54,8% e outros sucos de laranja não fermentados 33,5%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarcados do grupo (-21,1%).
Os maiores compradores desse grupo são: União Europeia (45,8%), Estados Unidos (44,4%), China (3,5%), Japão (3,3%); os demais compradores têm 3,0% de participação.

Para o grupo do café, 7,3% de participação na pauta paulista, os resultados apontaram crescimentos de 52,9% nos valores e queda de 13,3% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, que registrou aumentos nas vendas externas de 54,0% em valores e redução de 14,8% em quantidades exportadas pelo estado, e a alta de 80,8% no preço médio internacional justifica o desempenho positivo. Já o café solúvel obteve incremento de 44,4% em valores e redução de 7,2% em volume comercializado. Esse incremento é resultado da majoração do café torrado e moído que tem promovido uma migração para o solúvel. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 41,6% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (18,5%), Japão (6,1%), Canadá (4,5%) e Argentina (4,4%); os demais países participam com 24,9%.


1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2025, a China se apresenta como o principal destino das exportações do estado de São Paulo com US$3,18 bilhão, detendo 23,8% de participação no total do agro paulista e registrando variação positiva de 6,1% em relação ao valor do primeiro semestre de 2024. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$1,99 bilhão, 14,9% de participação e variação positiva de 11,8% no período analisado), seguida pelos Estados Unidos (US$1,91 bilhão, participação de 14,3% e variação positiva 27,3%). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Índia (2,6%), Arábia Saudita (2,3%), Bangladesh (2,2%), Indonésia (2,1%), Argentina e Emirados Árabes Unidos (1,7% cada um) e Nigéria (1,6%). A tabela 3 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas no primeiro semestre de 2025, que somados representam 80,1% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

 

Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja (34,4%), carnes (24,4%), produtos florestais (17,4%) e sucroalcooleiro (13,2%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (33,2%, basicamente suco de laranja) e destaques para café (20,4%) e produtos florestais (10,2%). Já os Estados Unidos têm uma pauta mais diversificada, composta principalmente pelos sucos (33,4%), grupo das carnes (15,8%), produtos florestais (9,3%), café (9,4%), sucroalcooleiro (6,8%) e os demais grupos (25,3%). Na sequência, entre os 10 principais importadores (com exceção da Argentina), esses países têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, todos os 6 países acima de 70,0% de representatividade.


1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado do primeiro semestre de 2025 foram: salmões (US$226,78 milhões), papel (US$215,72 milhões), trigo (US$174,62 milhões, sendo importadas 735,1 mil toneladas, aumento de 22,2% em relação a igual período de 2024) e leite em pó (US$114,23 milhões). Das mercadorias da pauta do estado de São Paulo, destaca-se a borracha natural, que continua apresentando aumentos nas quantidades importadas (+77%) no período analisado, o que pode configurar abastecimento de estoques pelas indústrias. A figura 2 apresenta os dez principais itens que representam 45,1% (US$1,31 bilhão) do total importado (US$2,91 bilhões).

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$30,09 bilhões no acumulado do primeiro semestre de 2025, com exportações de US$165,87 bilhões e importações de US$135,78 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 27,6% no superávit em relação ao mesmo período de 2024, quando alcançou US$41,56 bilhões (Figura 3).

 

2.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro no acumulado do primeiro semestre de 2025 (Figura 3) caíram 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o valor de US$82,03 bilhões (49,5% do total nacional). As importações subiram 6,1% no período, registrando US$10,09 bilhões (7,4% do total nacional).

O saldo da balança comercial dos agronegócios registrou superávit de US$71,94 bilhões de janeiro a junho de 2025, sendo 1,1% menor na comparação com o mesmo período de 2024 (Figura 3).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$83,84 bilhões e importações de US$125,69 bilhões, produziram um déficit de US$41,85 bilhões nos seis primeiros meses de 2025.


2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2025 foram: complexo soja (US$30,29 bilhões, tendo a soja em grão 83,9% de participação e 13,3% do farelo de soja), carnes (US$13,97 bilhões, com as carnes bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 51,6%, 34,1% e 12,2%), produtos florestais (US$8,66 bilhões, com participações de 62,0% de celulose e 24,0% de madeira), grupo de café com vendas de US$7,82 bilhões (91,9% referentes ao café verde e 7,2% de café solúvel), grupo sucroalcooleiro (US$6,34 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,1% e o álcool etílico – etanol, 6,8%). Esses cinco grupos agregados representaram 81,7% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4). Na sétima posição aparece o grupo de cereais, farinhas e preparações (US$2,34 bilhões, dos quais o milho em grão representou 62,0% do grupo).

Ainda conforme a tabela 4, na comparação com primeiro semestre de 2024, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque positivo para os grupos café (+47,3%), carnes (+18,4%) e florestais (+4,1%), enquanto os grupos de complexo sucroalcooleiro (-30,5%), cereais, farinhas e preparações (-21,3%), complexo soja (-9,6%) e do grupo de fibras e produtos têxteis (-6,3%), apresentaram reduções. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.


 

 

2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas respectivas variações no primeiro semestre de 2025, em comparação com o período em 2024.

Desses grupos relevantes, aparece na primeira posição na pauta brasileira o grupo complexo soja (36,9% de participação) nas exportações brasileiras. No período em análise, as vendas externas recuaram 9,6% em valores e avançaram 1,4% em volumes exportados. A soja em grão apresentou perdas de 8,9% nos valores e aumentos de 1,2% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques registraram ganhos em receitas de 36,6% e de 25,9% em volumes, enquanto o farelo de soja teve variação negativa de 19,2% em valores e positivas de 1,1% em volume. A China representa 62,8% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (12,0%), Tailândia (3,7%), Indonésia (2,6%), Turquia (2,1%), Índia, Irã e Vietnã (1,9%, cada um); os demais países importadores somam 11,1%.

O grupo de carnes, na segunda posição (17,0% de participação), apresentou ganhos de 18,4% em valores e 5,8% em volume em relação aos seis primeiros meses de 2024. A carne bovina teve aumentos em valores (+26,8%) e no volume exportado (+12,8%). Para a carne de frango, foram registradas altas em valores (+4,5%) e queda nos embarques
(-0,1%), e para carne suína, crescimentos em valores (+32,8%) e na quantidade (+18,7%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 28,4% das compras de carnes; na sequência aparecem Estados Unidos (7,6%), União Europeia (5,4%), Arábia Saudita (4,6%), Filipinas e Japão (4,3%, cada um), México, e Emirados Árabes Unidos (4,1%, cada um); os demais países somam 37,2% de participação.

Na terceira posição aparece o grupo produtos florestais (10,6% de participação), que no primeiro semestre de 2025 registrou aumentos para valores (+4,1%) e no volume exportado (+7,9%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente, +8,5% e +14,1% para a celulose (principal item do grupo), de -0,9% e -4,6% para a madeira, e de -5,0% e +0,5% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China (30,1%), Estados Unidos (20,4%), União Europeia (19,2%), Argentina (2,8%), México (2,6%), Turquia (1,8%), Reino Unido e Coreia do Sul (1,6% cada um); os demais países participam com 19,9%.

O grupo do café na quarta posição (9,5% de participação) apresentou aumento em valores (+47,3%) e queda nas quantidades (-16,8%), puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de 47,4% em valores, e recuo de -17,5% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 43,7% desse grupo, seguida por Estados Unidos com 16,6%, Japão (6,4%), Turquia (3,8%), Rússia (3,4%), Coréia do Sul (2,8%), China (2,5%) e Canadá (2,1%); os demais países somam 18,8% de participação.

Na quinta posição e com 7,7% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que no primeiro semestre de 2025 registrou quedas de 30,5% em valores e 23,2% em volumes exportados, devido às menores exportações do açúcar (-31,1% em valores e de -23,1% em volume). Para o álcool, os embarques teve reduções de valores (-22,8%) e em volumes (-25,7%), quando comparados com o mesmo período do ano anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam a sequência composta por China (11,7%), Argélia (6,6%), Bangladesh e Índia (6,4% cada um), Indonésia (5,7%), Nigéria (5,5%), Emirados Árabes Unidos (4,8%), Arábia Saudita (4,2%) e Malásia e Estados Unidos (4,0%, cada um), enquanto os demais países importadores somam 40,7% de participação.

O grupo de cereais, farinhas e preparações obteve resultados negativos em valores (-21,3%) e em quantidades embarcadas (-23,0%). O milho em grão, principal item do grupo com 62,0% de representatividade, registrou quedas em volume (-22,3%) e em valores
(-21,6%). Os principais destinos são Irã (23,2%), Vietnã (13,1%), Egito (12,8%), Arábia Saudita (4,9%), Turquia (3,6%) e Argélia (3,2%), restando 39,2% de participação para os demais países.

 

2.4- Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro 

No primeiro semestre de 2025, a China foi o principal destino das exportações do Brasil (US$27,73 bilhões, 33,8% de participação e variação negativa de 2,4% em relação ao ano anterior), seguida da União Europeia (US$12,03 bilhões, 14,7% de participação no primeiro semestre de 2025 e variação positiva de 8,7%) e dos Estados Unidos (US$6,63 bilhões, participação de 8,1% e variação positiva de 20,3%). A tabela 6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2025, que somados representam 83,5% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. A China importou principalmente produtos do complexo soja (68,7%), carnes (14,3%) e produtos florestais (9,4%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações, predominam os produtos do complexo soja (30,2%), café (28,4%), produtos florestais (13,9%), e com destaque para grupo de sucos (6,6%, principalmente laranja) inserido nos demais grupos (19,7%). Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos florestais (26,6%), café (19,5%), carnes (16,0%) e os demais grupos (33,7 %, tendo o grupo de sucos com 11,2%).


 

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro no acumulado de primeiro semestre de 2025 foram: trigo (US$844,68 milhões, contabilizando 3,58 milhões de toneladas, 6,3% superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2024), papel (US$499,41 milhões) e salmões (US$451,34 milhões). Na sequência aparecem o cacau inteiro ou partido (US$421,79 milhões) apresentando alta de 86,3% no volume, sendo importados 42,2 mil toneladas justificado pelo aumento da demanda e baixa disponibilidade da mercadoria interna. O estado de São Paulo tem investido na pesquisa e assistência técnica de novas tecnologias em sistemas de produção para estimular produtores no estado. A figura 4 apresenta os dez principais produtos que representam 40,7% (US$4,11 bilhões) do total importado (US$10,09 bilhões).


3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) no primeiro semestre de 2025 registrou queda de 0,5 p.p. nas exportações, enquanto as importações aumentaram em 2,4 p.p., apontando valores de 19,9% nas exportações e de 31,2% de representatividade para as importações (Figura 5).

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo nos seis primeiros meses de 2025 representaram 16,3% em relação ao agronegócio brasileiro, 1,7 p.p. menor ante a igual período do ano anterior, enquanto as importações caíram 0,4 p.p., passando de 29,2% para 28,8% (Figura 5).

A tabela 7 apresenta a participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional no primeiro semestre de 2025, destacando-se nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (86,0%), produtos alimentícios diversos (68,4%), demais produtos de origem vegetal (63,4%), plantas vivas e produtos de floricultura (59,8%) e complexo sucroalcooleiro (54,8%).


 

Em relação aos principais estados exportadores em valores, São Paulo ocupa a segunda posição com 16,3% de participação, atrás do Mato Grosso (17,6%). Em terceiro lugar está Minas Gerais (12,0%), seguido por Paraná (10,2%), Rio Grande do Sul (7,7%) e Goiás (7,0%) (Figura 6). Esses seis estados somados representam 71% das exportações totais do agro brasileiro do primeiro semestre de2025.

Notam-se movimentações nos valores das participações dos estados em relação aos seis primeiros meses de 2025: o estado de São Paulo cedeu a primeira posição para o estado de Mato Grosso, que concentra 93% das suas exportações em três principais grupos: complexo soja (69,7%), fibras e produtos de têxteis (11,8%) e de carnes (11,6%).

1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção “Tabela de Agrupamentos” em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA. Agrostat. Brasília: MAPA, 2025. Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: jul. 2025.

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.



 

 

 

COMO CITAR ESTE ARTIGO

ANGELO, J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Semestre de 2025. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 7, p. 1-19, jul. 2025. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.

Data de Publicação: 31/07/2025

Autor(es): José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor