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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Semestre de 2012
                    
               No 
primeiro semestre de 2012, as exportações1 do Estado de São Paulo 
somaram US$ 27,16 bilhões (23,2% do total nacional), e as 
importações2, US$ 40,15 bilhões (36,5% do total nacional), 
registrando déficit de US$ 12,99 bilhões. Em relação ao primeiro semestre do ano 
de 2011, o valor das exportações paulistas cresceu 0,3% e o das importações, 
1,3%, aumentando em 3,4% o déficit comercial (Figura 1). O modesto aumento nas 
exportações paulistas (+0,3%), comparando-se os primeiros seis meses de 2012 e 
2011, superou o desempenho das exportações brasileiras, inferiores às do mesmo 
período do ano anterior (-0,9%). Nas importações ocorreu menor acréscimo em São 
Paulo (+1,3%) do que no Brasil (+4,6%), e na conjunção das performances 
das exportações e importações, o déficit da balança comercial paulista teve 
aumento (+3,4%), enquanto que a brasileira apresentou queda expressiva de 
superávit (-45,4%). 
  
Figura 1 - Balança Comercial, 
Estado de São Paulo, Primeiro Semestre, 2011 e 2012. 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Os 
agronegócios paulistas apresentaram exportações decrescentes (-8,8%), atingindo 
US$ 9,05 bilhões. Como as importações também diminuíram (-4,7%), somando US$ 
4,68 bilhões, o saldo, de US$ 4,37 bilhões, foi 12,8% inferior ao do primeiro 
semestre do ano de 2011 (Figura 2). Destaque-se que as importações paulistas nos 
demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$ 35,47 bilhões para 
exportações de US$ 18,11 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de 
US$ 17,36 bilhões no primeiro semestre de 2012. Assim, conclui-se que o comércio 
exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho dos 
agronegócios estaduais. 
  
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios, Estado de São Paulo, Primeiro semestre, de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            
Detalhando a balança comercial dos agronegócios paulistas, verifica-se que as 
cadeias de produção apresentaram saldos comerciais decrescentes quando se 
compara o primeiro semestre de 2011 (US$ 6,14 bilhões) com o de 2012 (US$ 5,13 
bilhões). Os indicadores foram menores quando se considera toda amplitude das 
transações setoriais, cujo saldo também recuou de US$ 5,01 bilhões nos primeiros 
seis meses de 2011 para US$ 4,37 bilhões em igual período de 2012. Esse 
resultado ocorreu apesar de a queda do déficit na balança comercial de bens de 
capital e insumos, de US$ 1,13 bilhão em 2011 para US$ 760 milhões em 2012 
(Tabela 1). Os bens de capital e insumos são fundamentais para a modernidade da 
produção nacional, notadamente os fertilizantes nos quais têm elevada 
dependência externa. Entretanto, na maioria das vezes não são considerados nas 
análises do comércio exterior setorial, levando a saldos 
superestimados.
  
| TABELA 1. - Estado de São Paulo - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Primeiro Semestre de 2011 e 2012 | |||||||||||
| 
       (US$ bilhão)  | |||||||||||
| 
       Cadeias de Produção  | 
    
       Bens de Capital e Insumos  | 
    
       Agronegócios  | |||||||||
| 
       Ano  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.  | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | ||
| 
       2011  | 
    
       9,49  | 
    
       3,35  | 
    
       6,14  | 
    
       0,43  | 
    
       1,56  | 
    
       -1,13  | 
    
       9,92  | 
    
       4,91  | 
    
       5,01  | ||
| 
       2012  | 
    
       8,43  | 
    
       3,30  | 
    
       5,13  | 
    
       0,62  | 
    
       1,38  | 
    
       -0,76  | 
    
       9,05  | 
    
       4,68  | 
    
       4,37  | ||
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | |||||||||||
  
            Os 
cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos 
agronegócios paulistas no primeiro semestre de 2012, foram: cana e sacarídeas 
(US$ 2,57 bilhões), bovídeos – bovinos (US$ 1,24 bilhão), frutas (US$ 1,17 
bilhão), produtos florestais (US$ 1,14 bilhão) e cereais/leguminosas/oleaginosas 
(US$ 904 milhões). Esses cinco agregados representaram 77,6% das vendas externas 
setoriais paulistas (Tabela 2). 
  
  
| TABELA 2. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, São Paulo, Primeiro Semestre de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       Grupos  | 
    
       2011  | 
    
       2012  | 
    ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | ||
| 
       Têxteis  | 
    
       125,54  | 
    
       1,27  | 
    
       106,95  | 
    
       1,18  | 
    
       -14,81  | |
| 
       Bovídeos – bovinos  | 
    
       1.444,44  | 
    
       14,56  | 
    
       1.236,47  | 
    
       13,66  | 
    
       -14,40  | |
| 
       Pescado  | 
    
       2,27  | 
    
       0,02  | 
    
       3,62  | 
    
       0,04  | 
    
       59,47  | |
| 
       Café e estimulantes  | 
    
       630,72  | 
    
       6,36  | 
    
       419,12  | 
    
       4,63  | 
    
       -33,55  | |
| 
       Cana e sacarídeas  | 
    
       3.515,41  | 
    
       35,45  | 
    
       2.572,24  | 
    
       28,41  | 
    
       -26,83  | |
| 
       Frutas  | 
    
       1.140,00  | 
    
       11,50  | 
    
       1.168,94  | 
    
       12,91  | 
    
       2,54  | |
| 
       Olerícolas  | 
    
       14,84  | 
    
       0,15  | 
    
       14,83  | 
    
       0,16  | 
    
       -0,07  | |
| 
       Flores e ornamentais  | 
    
       11,88  | 
    
       0,12  | 
    
       12,63  | 
    
       0,14  | 
    
       6,31  | |
| 
       Cereais/leguminosas/oleaginosas  | 
    
       714,97  | 
    
       7,21  | 
    
       904,39  | 
    
       9,99  | 
    
       26,49  | |
| 
       Produtos florestais  | 
    
       1.120,55  | 
    
       11,30  | 
    
       1.141,05  | 
    
       12,60  | 
    
       1,83  | |
| 
       Suínos e aves  | 
    
       315,16  | 
    
       3,18  | 
    
       276,84  | 
    
       3,06  | 
    
       -12,16  | |
| 
       Fumo  | 
    
       1,30  | 
    
       0,01  | 
    
       2,77  | 
    
       0,03  | 
    
       113,08  | |
| 
       Agronegócios especiais  | 
    
       446,84  | 
    
       4,51  | 
    
       570,67  | 
    
       6,30  | 
    
       27,71  | |
| 
       Bens de capital e insumos  | 
    
       433,42  | 
    
       4,37  | 
    
       622,40  | 
    
       6,88  | 
    
       43,60  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       9.917,33  | 
    
       100,0  | 
    
       9.052,92  | 
    
       100,0  | 
    
       -8,72  | |
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | ||||||
  
            
Tiveram crescimento na comparação do primeiro semestre de 2012 com o de 2011, as 
exportações paulistas de fumo (+113,1%), pescado (+59,5%), bens de capital e 
insumos (+43,6%), agronegócios especiais (+27,7%), 
cereais/leguminosas/oleaginosas (+26,5%), flores e ornamentais (+6,3%), frutas 
(+2,5%) e produtos florestais (+1,8%). Houve redução nas demais, ou seja, café e 
estimulantes (-33,6%), cana e sacarídeas (-26,8%), têxteis (-14,8%), bovídeos – 
bovinos (-14,4%), suínos e aves (-12,2%) e olerícolas (-0,1%) (Tabela 
2). 
  
            A 
participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado 
recuou em 3,3 pontos percentuais, enquanto a participação das importações 
diminuiu 0,7 ponto percentual, na comparação dos primeiros semestres de 2011 e 
2012 (Figura 3). 
  
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Primeiro semestre de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            A 
balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,07 bilhões no primeiro 
semestre de 2012, com exportações de US$ 117,21 bilhões e importações de US$ 
110,14 bilhões. Esse superávit menor que o dos primeiros seis meses de 2011 
(-45,4%), ocorreu em função da queda das exportações (-0,9%) e do aumento das 
importações (+4,6%) (Figura 4). 
  
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Primeiro semestre de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            No 
primeiro semestre de 2012, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 
3,9% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 46,68 bilhões 
(39,8% do total). Já as importações do setor diminuíram 4,4%, também na 
comparação com os seis primeiros meses de 2011, somando US$ 14,41 bilhões (13,1% 
do total). O superávit dos agronegócios no período foi de US$ 32,27 bilhões, 
8,0% superior ao do primeiro semestre do ano anterior (Figura 5). Portanto, o 
desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez 
que os demais setores, com exportações de US$ 70,53 bilhões e importações de US$ 
95,73 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 25,20 
bilhões. 
  
            O 
detalhamento da balança comercial dos agronegócios brasileiros mostra que os 
saldos comerciais oriundos das transações externas das cadeias de produção 
aumentaram de US$ 34,47 bilhões no primeiro semestre de 2011 para US$ 36,43 
bilhões em igual período de 2012. Esses valores são maiores que os resultados 
setoriais – US$ 29,87 bilhões em 2011 e US$ 32,27 bilhões em 2012 – apesar de a 
queda no déficit da balança comercial de bens de capital e insumos de US$ 4,60 
bilhões nos primeiros seis meses de 2011 para US$ 4,16 bilhões em igual período 
de 2012 (Tabela 3), reflexo da dependência externa dos agronegócios brasileiros 
- notadamente importações de fertilizantes -, sendo que não considerar essas 
transações produz estimativas de saldos comerciais setoriais 
superestimados. 
  
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Primeiro semestre de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
| TABELA 3. –Brasil - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Primeiro Semestre de 2011 e 2012 | |||||||||||
| 
       ( US$ bilhão)  | |||||||||||
| 
       Cadeias de Produção  | 
    
       Bens de Capital e Insumos  | 
    
       Agronegócios  | |||||||||
| 
       Ano  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.  | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | ||
| 
       2011  | 
    
       43,70  | 
    
       9,23  | 
    
       34,47  | 
    
       1,24  | 
    
       5,84  | 
    
       -4,60  | 
    
       44,94  | 
    
       15,07  | 
    
       29,87  | ||
| 
       2012  | 
    
       45,29  | 
    
       8,86  | 
    
       36,43  | 
    
       1,39  | 
    
       5,55  | 
    
       -4,16  | 
    
       46,68  | 
    
       14,41  | 
    
       32,27  | ||
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | |||||||||||
  
            Em 
âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas 
exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 17,68 
bilhões), cana e sacarídeas (US$ 4,79 bilhões), produtos florestais (US$ 4,73 
bilhões), suínos e aves (US$ 4,58 bilhões) e bovídeos - bovinos (US$ 4,54 
bilhões). Essas cadeias totalizam 77,8% das vendas externas dos agronegócios 
brasileiros (Tabela 4). 
  
  
| TABELA 4. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Primeiro Semestre de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       Grupos  | 
    
       2011  | 
    
       2012  | 
    ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | ||
| 
       Têxteis  | 
    
       523,38  | 
    
       1,16  | 
    
       977,27  | 
    
       2,09  | 
    
       86,72  | |
| 
       Bovídeos – bovinos  | 
    
       4.589,01  | 
    
       10,21  | 
    
       4.540,63  | 
    
       9,73  | 
    
       -1,05  | |
| 
       Pescado  | 
    
       76,60  | 
    
       0,17  | 
    
       87,86  | 
    
       0,19  | 
    
       14,70  | |
| 
       Café e estimulantes  | 
    
       4.209,40  | 
    
       9,37  | 
    
       3.410,12  | 
    
       7,30  | 
    
       -18,99  | |
| 
       Cana e sacarídeas  | 
    
       5.815,76  | 
    
       12,94  | 
    
       4.787,35  | 
    
       10,25  | 
    
       -17,68  | |
| 
       Frutas  | 
    
       1.564,49  | 
    
       3,48  | 
    
       1.672,53  | 
    
       3,58  | 
    
       6,91  | |
| 
       Olerícolas  | 
    
       97,69  | 
    
       0,22  | 
    
       105,86  | 
    
       0,23  | 
    
       8,36  | |
| 
       Flores e ornamentais  | 
    
       16,54  | 
    
       0,04  | 
    
       16,09  | 
    
       0,03  | 
    
       -2,72  | |
| 
       Cereais/leguminosas/oleaginosas  | 
    
       14.725,27  | 
    
       32,76  | 
    
       17.682,76  | 
    
       37,88  | 
    
       20,08  | |
| 
       Produtos florestais  | 
    
       4.947,33  | 
    
       11,01  | 
    
       4.728,31  | 
    
       10,13  | 
    
       -4,43  | |
| 
       Suínos e aves  | 
    
       4.722,37  | 
    
       10,51  | 
    
       4.575,15  | 
    
       9,80  | 
    
       -3,12  | |
| 
       Fumo  | 
    
       1.161,71  | 
    
       2,58  | 
    
       1.331,79  | 
    
       2,85  | 
    
       14,64  | |
| 
       Agronegócios especiais  | 
    
       1.257,33  | 
    
       2,80  | 
    
       1.377,75  | 
    
       2,95  | 
    
       9,58  | |
| 
       Bens de capital e insumos  | 
    
       1.236,07  | 
    
       2,75  | 
    
       1.390,77  | 
    
       2,98  | 
    
       12,52  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       44.942,94  | 
    
       100,00  | 
    
       46.684,24  | 
    
       100,0  | 
    
       3,9  | |
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | ||||||
            
Cresceram as exportações brasileiras de têxteis (+86,7%), 
cereais/leguminosas/oleaginosas (+20,1%), pescado (+14,7%), fumo (+14,6%), bens 
de capital e insumos (+12,5%), agronegócios especiais (+9,6%), olerícolas 
(+8,4%) e frutas (+6,9%). Nos demais grupos ocorreram diminuições: café e 
estimulantes (-19,0%), cana e sacarídeas (-17,7%), produtos florestais (-4,4%), 
suínos e aves (-3,1%), flores e ornamentais (-2,7%) e bovídeos - bovinos 
(-1,1%)(Tabela 4). 
  
            As 
participações dos agronegócios nos totais do País aumentaram 1,8 ponto 
percentual nas exportações, mas diminuíram 1,2 ponto percentual nas importações 
(Figura 6). 
  
            A 
participação paulista no total da balança comercial brasileira subiu em termos 
das exportações (0,3 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-1,1 
ponto percentual) (Figura 7). 
  
  
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Primeiro Semestre de 2011 e 2012
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a 
partir de dados básicos da SECEX/MDIC. 
  
  
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Primeiro Semestre de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Em 
relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo no 
primeiro semestre de 2012 representaram 19,4%, ou seja, menos 2,7 pontos 
percentuais que em igual período de 2011, enquanto as importações representaram 
32,5%, sendo 0,1 ponto percentual inferior à representatividade verificada no 
mesmo período do ano anterior (Figura 8). 
  
Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Primeiro Semestre de 2011 e 2012.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Nas 
exportações dos agronegócios paulistas, quando se compara os resultados para os 
primeiros semestres de 2011 e 2012, os produtos básicos apresentaram queda 
(-9,0%), assim como os produtos semimanufaturados (-26,5%), enquanto os produtos 
manufaturados tiveram aumento (+1,7%). Os produtos manufaturados tiveram a maior 
participação nas vendas externas (52,9%) totalizando US$ 4,79 bilhões no 
primeiro semestre de 2012 (Tabela 5). 
  
  
| TABELA 5. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, São Paulo, Primeiro Semestre de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       2011  | 
    
       2012  | 
    |||||
| 
       Produtos  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | |
| 
       Básicos  | 
    
       2,45  | 
    
       24,70  | 
    
       2,23  | 
    
       24,64  | 
    
       -8,98  | |
| 
       Semimanufaturados  | 
    
       2,76  | 
    
       27,82  | 
    
       2,03  | 
    
       22,43  | 
    
       -26,45  | |
| 
       Manufaturados  | 
    
       4,71  | 
    
       47,48  | 
    
       4,79  | 
    
       52,93  | 
    
       1,70  | |
| 
       AGRONEGÓCIOS  | 
    
       9,92  | 
    
       100,0  | 
    
       9,05  | 
    
       100,0  | 
    
       -8,77  | |
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            No 
caso dos agronegócios brasileiros, com menor perfil de agregação de valor em 
relação a São Paulo, ocorreu aumento nos básicos (+10,3%) e queda nos produtos 
semimanufaturados (-10,3%) e nos manufaturados (-0,2%). Os produtos básicos, 
totalizando US$ 28,88 bilhões no primeiro semestre de 2012, mostraram a maior 
participação nas vendas externas setoriais (61,9%)(Tabela 
6). 
  
  
| TABELA 6. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Brasil, Primeiro Semestre de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       2011  | 
    
       2012  | 
    |||||
| 
       Produtos  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | |
| 
       Básicos  | 
    
       26,18  | 
    
       58,26  | 
    
       28,88  | 
    
       61,87  | 
    
       10,31  | |
| 
       Semi-manufaturados  | 
    
       9,17  | 
    
       20,40  | 
    
       8,23  | 
    
       17,63  | 
    
       -10,25  | |
| 
       Manufaturados  | 
    
       9,59  | 
    
       21,34  | 
    
       9,57  | 
    
       20,50  | 
    
       -0,21  | |
| 
       AGRONEGÓCIOS  | 
    
       44,94  | 
    
       100,0  | 
    
       46,68  | 
    
       100,0  | 
    
       3,87  | |
            Esses 
indicadores mostram as diferenças estruturais dos agronegócios paulistas no 
contexto nacional, uma vez que 61,9% do valor das exportações brasileiras dos 
agronegócios nos primeiros seis meses do ano de 2012 corresponderam a produtos 
básicos. Em São Paulo, os produtos básicos representaram apenas 24,6% e a 
participação de produtos industrializados dos agronegócios foi muito maior 
(75,4%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (Tabelas 5 e 
6). 
  
            A 
quantidade exportada de produtos dos agronegócios brasileiros aumentou em 4,8% 
no primeiro semestre de 2012, quando comparada com ao mesmo período de 2011, 
enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo recuou 9,9%. Os preços 
dos produtos exportados pelos agronegócios caíram 0,9% em nível nacional e 
aumentaram 1,3% no âmbito de São Paulo (Tabela 7). 
  
  
| TABELA 7. Variações Percentuais dos Índices de Quantidade e de Preço das Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Primeiro Semestre de 2012 em relação a igual período de 2011(1). | |||||
| 
       Setor  | 
    
       Brasil  | 
    
       São Paulo  | |||
| 
       Quantidade  | 
    
       Preço  | 
    
       Quantidade  | 
    
       Preço  | ||
| 
       Agronegócios  | 
    
       4,8  | 
    
       -0,9  | 
    
       -9,9  | 
    
       1,3  | |
| 
       Agronegócios exc. Bens de capital/insumos  | 
    
       4,8  | 
    
       -1,2  | 
    
       -11,9  | 
    
       0,9  | |
| 
       (1) Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher.  | |||||
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Entre 
as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários 
constituíram o grupo predominante no primeiro semestre de 2012, representando 
69,2% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos agronegócios. 
No caso do Estado de São Paulo, esse grupo teve participação menor (54,1% do 
valor total) que a brasileira, mas ainda superior no estado à de bens de consumo 
(40,2%)(Tabela 8). 
  
  
| TABELA 8. Exportações dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Primeiro Semestre de 2012. | |||||||
| 
       Categorias de Uso  | 
    
       Brasil  | 
    
       São Paulo  | 
    
       SP/BR  | ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       %  | |||
| 
       Bens de capital  | 
    
       1.161  | 
    
       2,49  | 
    
       516  | 
    
       5,70  | 
    
       44,44  | ||
| 
       Bens de consumo  | 
    
       13.222  | 
    
       28,32  | 
    
       3.642  | 
    
       40,23  | 
    
       27,55  | ||
| 
       Matérias-primas e produtos intermediários  | 
    
       32.301  | 
    
       69,19  | 
    
       4.895  | 
    
       54,07  | 
    
       15,15  | ||
| 
       Agronegócios  | 
    
       46.684  | 
    
       100,0  | 
    
       9.053  | 
    
       100,0  | 
    
       19,39  | ||
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
______________________________________________________________ 
NOTAS 
¹Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
²Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
Tabelas Complementares
TABELA 1. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 2. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 3. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil
TABELA 4. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Estado de São Paulo
TABELA 5. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 6. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil
TABELA 7. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo
TABELA 8. Variações de Quantidade e Preço das Exportações por Grupo de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 9. Variações de Quantidade e Preço de Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 10. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Capítulo, Nomenclatura Comum do MERCOSUL, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 11. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil
TABELA 12. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo
Data de Publicação: 11/07/2012
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor

                    
                        