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Índice de Preços de Resinas de Pínus para o Produtor, Estado de São Paulo, 2009-2012
                                   Este 
artigo tem como objetivo atualizar os índices de preços de resinas de pínus para 
o produtor no Estado de São Paulo1. 
Esse tipo de indicador de mercado é componente essencial para subsidiar 
reajustes de contratos de exploração e é base para um mercado futuro de resinas, 
permitindo trazer maior liquidez aos investimentos realizados. 
             A 
metodologia utilizada resgatou séries já homogeneizadas em enquetes anteriores 
conduzidas pela Associação Brasileira de resinadores (ARESB), testando suas 
consistências, principalmente no tocante às variações, componente essencial para 
a qualidade do indicador.              A 
metodologia empregada para o cálculo dos índices anuais de preços 
recebidos pelos produtores de resinas de pínus considerou os preços relativos 
ponderados pelas quantidades de matérias-primas destinadas para o agronegócio da 
resina, utilizando o índice de Fischer (que é a média geométrica dos índices de 
Laspeyres e de Paasche), para os valores com médias anuais que correspondem ao 
período do ano de 2005 até 2011, inclusive. Para tal cálculo, utilizou-se o 
conceito da base móvel, ou seja, comparando o período atual com o período 
imediatamente anterior (Tabela 1).  Tabela 1 - Índice de 
Preços de Resina de Pínus, Estado de São Paulo, 2005 a 2011 

  
  
  
  
| Índices/Ano | 
       2005  | 
    
       2006  | 
    
       2007  | 
    
       2008  | 
    
       2009  | 
    
       2010  | 
    
       2011  | 
| Fisher1 | 
       100  | 
    
       110,14   | 
    
       105,85   | 
    
       85,80   | 
    
       85,35   | 
    
       191,84   | 
    
       228,68  | 
| Fisher2 | 
       100  | 
    
       110,14   | 
    
       96,10   | 
    
       81,05   | 
    
       99,48   | 
    
       224,78   | 
    
       119,20  | 
1Índice acumulado anual, base 100 = ano de 2005.
2Índice anual de preços, base móvel.
Fonte: Dados da pesquisa. 
  
  
            Para 
os anos de 2011 e 2012, utilizou-se o índice de Laspeyres para cálculo mensal. 
Foram utilizadas duas bases: a primeira é o índice acumulado mensal, comparando 
a média dos preços dos meses disponíveis até o momento (base atual) com a média 
dos preços do ano anterior (base móvel), tomando como base 100 o ano de 2005, e 
a segunda é o cálculo do índice mensal com base móvel, comparando os preços de 
cada mês (período atual) com os preços do mês anterior (base móvel). Os 
resultados são os mesmos, porém, a visualização pode interessar mais ou menos 
grupos que têm interesses diferentes (Tabela 2). 
  
  
Tabela 2 - Índices de Laspeyres Mensais de Preços de Resinas, São Paulo, Maio de 2011 a Abril de 2012
| Índice | 
       | 
    
       | ||||||||||
| 
       Maio  | 
    
       | 
    
       Jul.  | 
    
       Ago.  | 
    
       Set.  | 
    
       Out.  | 
    
       Nov.  | 
    
       Dez.  | 
    
       Jan.  | 
    
       Fev.  | 
    
       Mar.  | 
    
       Abr.  | |
| Laspeyres1 | 
       79,90   | 
    
       91,06   | 
    
       88,65   | 
    
       92,98   | 
    
       91,69   | 
    
       96,24   | 
    
       87,26   | 
    
       86,89   | 
    
       94,04   | 
    
       99,64   | 
    
       104,66   | 
    
       106,21   | 
| Laspeyres2 | 
       304,80   | 
    
       291,81   | 
    
       278,86   | 
    
       267,38   | 
    
       256,72   | 
    
       247,55   | 
    
       238,14   | 
    
       228,72   | 
    
       117,65   | 
    
       117,44   | 
    
       119,19   | 
    
       121,97   | 
1Índice mensal base mês anterior.
2Índice mensal acumulado sobre preços médios mensais, base 100 = ano 2005 (valor do índice acumulado de 2010 = 191,84).
Fonte: Dados da pesquisa. 
  
  
            Os 
dados utilizados foram os coletados e processados pela ARESB, que desenvolve 
esse trabalho desde os anos 1990. A partir de abril de 2011, os valores das 
cotações foram também coletados pelo IEA, para efeito da checagem e da 
manutenção do índice de preços, mas as cotações da ARESB continuaram entrando na 
sua composição. 
  
            No 
caso das estatísticas de produção, houve um lapso de recuperação e consolidação 
dos dados pela ARESB para a safra 2008/09, para a qual adotou-se uma 
interpolação, segundo a tendência entre as safras 2007/08 e 2009/10, sendo que 
as outras safras foram absorvidas das estatísticas da entidade a partir de 2005, 
ano a partir do qual existiu coleta sistemática para pínus 
tropical. 
  
            Para 
construção dos índices de preços, foram utilizadas as cotações de resinas de 
Pinus elliottis e de Pinus caribeae (tropical), obtendo-se os 
resultados para os índices apresentados na Tabela 1. 
  
            Na 
sequência, são apresentados os índices de Laspeyres calculados para os quatro 
primeiros meses de 2012 e os últimos meses de 2011, que assumem particular 
importância para a decisão de estabelecimento de mercado futuro, visto que 
refletem o comportamento do produto num ambiente que vinha de recuperação 
econômica imediatamente pós-agravamento de crise. Essa recuperação, porém, é 
interrompida a partir de maio de 2011, registrando quedas nas cotações das 
resinas e, consequentemente, os índices mensais ficam negativos (abaixo de 100), 
voltando a se recuperar nos meses de março e abril de 2012 (Tabela 
2). 
  
            A 
análise evolutiva dos índices permite constatar que esses produtos tiveram uma 
oscilação dos preços e das quantidades durante os últimos cinco anos. Esse 
comportamento, não obstante, contribuiu para que essa atividade se transformasse 
numa importante fonte de geração de emprego e renda regional da agricultura 
paulista. 
  
            
Observa-se que o índice capta para os anos de 2008 e 2009 uma queda nas cotações 
como um dos reflexos da crise econômica que teve início no final de 2008. 
Contudo, desde julho de 2009, o mercado começou a apresentar sinais de 
recuperação, notadamente em função das perspectivas favoráveis para 2010 e 
principalmente 2011. 
  
            Tal 
comportamento das cotações de preços das resinas de pínus, tanto elliotti como 
tropical podem ser visualizadas na figura 1, iniciando uma tímida recuperação em 
meados de 2009, tendo crescimento acelerado em 2010 até abril de 2011, e a 
partir deste ponto as cotações caem rapidamente até fevereiro de 2012, quando 
mostram sinal de recuperação nos últimos dois meses. 
  
  
 
Figura 1 - Comportamento Mensal dos Preços 
de Resinas de Pínus (Elliotti e Tropical), São Paulo, Janeiro de 2008 a Abril de 
2012 (em Reais). 
Fonte: Dados da 
pesquisa. 
  
  
Nesse sentido, vale ressaltar que no primeiro trimestre de 2011 já se observaram crescimentos que repuseram a atividade e que ultrapassaram os patamares de 2008.
A melhoria no processo de coleta e o tratamento das informações relativas às cotações dos principais produtos da silvicultura paulista têm permitido aprimorar os instrumentos à disposição do produtor rural e dos demais integrantes da cadeia produtiva, visando modernizar as relações de mercado e de financiamento setorial.
            A 
produção e a sistematização deste primeiro índice de cotações de resinas 
de    pínus, que vêm sendo realizado pelo IEA com seus parceiros 
institucionais, são um sinal    evidente de modernização, 
induzindo, com o tempo, ao desenvolvimento de um mercado    
futuro desses produtos. 
  
__________________ 
1CASTANHO FILHO, E. P.; ÂNGELO, J. A.; OLIVETTE, 
M. P. de A. Índice de preços de resinas de pínus para o produtor, Estado de São 
Paulo, 2009-2011. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 6, 
n. 5, maio 2011. Disponível em: 
<https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=12134>. Acesso em: 
maio 2012. 
  
  
Palavras-chave: índice de preços, resinas de pínus, economia florestal.
Data de Publicação: 12/06/2012
                Autor(es): 
                Eduardo Pires Castanho Filho (castanho@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        