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Preços Agropecuários: queda de 0,19% na terceira quadrissemana de outubro
                    
             O Índice 
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 
registrou queda de 0,19% na terceira quadrissemana de outubro de 2011. 
Tanto o IqPR-V (produtos de origem vegetal) como o IqPR-A (produtos de origem 
animal) fecharam com variações negativas, respectivas de 0,12% e 0,35% (Tabela 
1). 
  
Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana de Outubro de 2011.
 
  
| 
       São Paulo  | 
    
       São Paulo s/cana  | |
| 
       IqPR  | 
    
       -0,19  | 
    
       -0,82  | 
| 
       IqPR-V  | 
    
       -0,12  | 
    
       -1,27  | 
| 
       IqPR-A  | 
    
       -0,35  | 
    
       -  | 
| 
       Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).  | ||
  
            Quando a 
cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na 
ponderação dos produtos, o IqPR e o IqPR-V fecham negativos em 0,82% e 
1,27% respectivamente (Tabela 1). 
  
  
Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana - Outubro de 2011.
| 
       Origem  | 
    
       Produto  | 
    
       Unidade  | 
    
       Cotações (R$)  | 
    
       Variação quadrissemanal (%)  | |
| 
       3ª Set/11  | 
    
       3ª Out/11  | ||||
| 
       VEGETAL  | 
    
       Algodão  | 
    
       15 kg  | 
    
       59,35  | 
    
       59,58  | 
    
       0,39   | 
| 
       Amendoim  | 
    
       sc.25 kg  | 
    
       32,37  | 
    
       33,73  | 
    
       4,18   | |
| 
       Arroz  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       29,02  | 
    
       28,37  | 
    
       - 
      2,22   | |
| 
       Banana nanica  | 
    
       cx.21 kg  | 
    
       14,41  | 
    
       14,69  | 
    
       1,88   | |
| 
       Batata  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       18,67  | 
    
       23,26  | 
    
       24,56   | |
| 
       Café  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       491,05  | 
    
       480,95  | 
    
       - 
      2,06   | |
| 
       Cana-de-açúcar  | 
    
       kg de ATR  | 
    
       0,4947  | 
    
       0,4972  | 
    
       0,52   | |
| 
       Feijão  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       106,36  | 
    
       98,96  | 
    
       - 
      6,95   | |
| 
       Laranja p/indústria  | 
    
       cx.40,8 kg  | 
    
       9,17  | 
    
       8,41  | 
    
       - 
      8,27   | |
| 
       Laranja p/Mesa  | 
    
       cx.40,8 kg  | 
    
       11,33  | 
    
       10,20  | 
    
       - 
      9,99   | |
| 
       Milho  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       25,99  | 
    
       26,49  | 
    
       1,94   | |
| 
       Soja  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       43,47  | 
    
       43,56  | 
    
       0,21   | |
| 
       Tomate p/ Mesa  | 
    
       cx.22 kg  | 
    
       27,43  | 
    
       30,64  | 
    
       11,72   | |
| 
       Trigo  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       27,97  | 
    
       27,25  | 
    
       - 
      2,58   | |
| 
       ANIMAL  | 
    
       Carne Bovina  | 
    
       15 kg  | 
    
       96,75  | 
    
       95,88  | 
    
       - 
      0,91   | 
| 
       Carne de Frango  | 
    
       Kg  | 
    
       2,01  | 
    
       1,95  | 
    
       - 
      2,96   | |
| 
       Carne Suína  | 
    
       15 kg  | 
    
       45,88  | 
    
       52,06  | 
    
       13,48   | |
| 
       Leite B  | 
    
       Litro  | 
    
       0,94  | 
    
       0,95  | 
    
       1,61   | |
| 
       Leite C  | 
    
       Litro  | 
    
       0,82  | 
    
       0,88  | 
    
       7,39   | |
| 
       Ovos  | 
    
       30 dz  | 
    
       44,69  | 
    
       42,79  | 
    
       - 
      4,24   | |
            Os 
produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: 
batata (24,56%), carne suína (13,48%), tomate para mesa (11,72%), leite C 
(7,39%)e amendoim (4,18%) (Tabela 2). 
  
            No caso da 
batata, o final da safra de inverno reduziu a oferta e aumentou o preço recebido 
pelos produtores, revertendo a realidade de preços cadentes de meses anteriores. 
  
            Para a 
carne suína, os preços subiram pela pressão da demanda e dos custos (ração), 
porém os preços estão 14% menores quando comparado com o mesmo período do ano 
passado. 
  
            No caso do 
tomate aplica-se o mesmo raciocínio da outra solanácea, a batata, com os preços 
em elevação devido a dificuldades da colheita face às chuvas e proximidade da 
finalização do atual ciclo produtivo. 
  
            Para o 
leite "C" e "B" as condições climáticas, falta de chuvas, continuam diminuindo a 
quantidade e qualidade das pastagens, em decorrência disto têm-se uma menor 
oferta do produto e majoração das cotações, em maior intensidade para o "C", já 
que este é mais dependente das pastagens que o "B", que utiliza mais de rações 
na alimentação dos animais. 
  
            No 
amendoim os preços elevados em pleno plantio refletem a escassez relativa do 
produto neste período do ano, numa tendência que será estendida até o prenúncio 
da próxima colheita. 
  
            Os 
produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na terceira quadrissemana 
de outubro foram: laranja para mesa (9,99%), laranja para indústria (8,27%), 
feijão (6,95%), ovos (4,24%) e carne de frango (2,96%) (Tabela 2). 
  
            A queda 
dos preços da laranja para indústria decorre da magnitude da safra colhida, com 
as agroindústrias operando em plena colheita no limite da sua capacidade de 
moagem e numa realidade de demanda interna plenamente abastecida, conduzindo a 
queda dos preços, atingindo patamares críticos para os produtores, estando 
abaixo do preço mínimo (valor referência) acordado entre o governo federal e o 
setor citrícola. Esse comportamento de baixa reflete também para a laranja de 
mesa. 
  
            A safra de 
inverno e a entrada de produtos do plantio irrigado "do cedo", reduziram o preço 
médio recebido pelos produtores de feijão. 
  
            Nos ovos, 
o incremento substancial da oferta nas últimas semanas que finalizou o ciclo de 
alta dos preços, abriu espaço para o reposicionamento das cotações internas, 
levando a recuo das cotações. 
  
            Na carne 
de frango, após período de patamares elevados, os preços internacionais recuam 
de maneira expressiva. Quando convertidos em reais, chegam muito próximos dos 
praticados no mercado interno e em associação com ligeira redução da demanda, 
gerou-se um processo que acabou levando a recuos dos preços recebidos. 
  
            No período 
analisado, 11 produtos apresentaram alta de preços (8 origem vegetal e 3 de 
origem animal) e 9 apresentaram queda (6 vegetal e 3 animal). 
  
  
_________________________________________________________________ 
¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, 
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de 
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As 
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas 
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a 
referência = 24/09/2011 a 23/10/2011 e base = 24/08/2011 a 23/09/2011. 
  
² Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 27/10/2011
                Autor(es): 
                Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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