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Preços Agropecuários: queda de 1,19% na segunda quadrissemana de outubro
                    
         O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos 
pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou queda de 1,19% na 
segunda quadrissemana de outubro de 2011. Tanto o IqPR-V (produtos de origem 
vegetal) como o IqPR-A (produtos de origem animal) fecharam com variações 
negativas, respectivas de 0,93% e 1,89% (Tabela 1). 
  
Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana de Outubro de 2011.
| 
       São Paulo  | 
    
       São Paulo s/cana  | |
| 
       IqPR  | 
    
       -1,19  | 
    
       -2,43  | 
| 
       IqPR-V  | 
    
       -0,93  | 
    
       -3,01  | 
| 
       IqPR-A  | 
    
       -1,89  | 
    
       -  | 
| 
       Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).  | ||
            Quando a 
cana-de-açúcar (que obteve leve recuperação em relação ao período anterior) é 
excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação dos 
produtos, o IqPR e o IqPR-V continuam negativos em 2,43% e 3,01% 
respectivamente (Tabela 1). 
  
Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana - Outubro de 2011.
| 
       Origem  | 
    
       Produto  | 
    
       Unidade  | 
    
       Cotações (R$)  | 
    
       Variação quadrissemanal (%)  | |
| 
       2ª Set/11  | 
    
       2ª Out/11  | ||||
| 
       VEGETAL  | 
    
       Algodão  | 
    
       15 kg  | 
    
       59,09  | 
    
       59,59  | 
    
       0,85  | 
| 
       Amendoim  | 
    
       sc.25 kg  | 
    
       32,99  | 
    
       32,88  | 
    
       - 0,33  | |
| 
       Arroz  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       29,34  | 
    
       28,41  | 
    
       - 3,15  | |
| 
       Banana nanica  | 
    
       cx.21 kg  | 
    
       14,50  | 
    
       14,56  | 
    
       0,43  | |
| 
       Batata  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       18,55  | 
    
       19,28  | 
    
       3,95  | |
| 
       Café  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       473,46  | 
    
       485,74  | 
    
       2,59  | |
| 
       Cana-de-açúcar  | 
    
       kg de ATR  | 
    
       0,4951  | 
    
       0,4960  | 
    
       0,19  | |
| 
       Feijão  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       107,22  | 
    
       100,90  | 
    
       - 5,89  | |
| 
       Laranja p/indústria  | 
    
       cx.40,8 kg kg  | 
    
       9,63  | 
    
       8,48  | 
    
       - 11,96  | |
| 
       Laranja p/Mesa  | 
    
       cx.40,8 kg  | 
    
       11,45  | 
    
       10,54  | 
    
       - 7,89  | |
| 
       Milho  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       25,72  | 
    
       26,57  | 
    
       3,32  | |
| 
       Soja  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       42,77  | 
    
       43,99  | 
    
       2,87  | |
| 
       Tomate p/ Mesa  | 
    
       cx.22 kg  | 
    
       28,31  | 
    
       28,36  | 
    
       0,17  | |
| 
       Trigo  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       28,23  | 
    
       27,08  | 
    
       - 4,06  | |
| 
       ANIMAL  | 
    
       Carne Bovina  | 
    
       15 kg  | 
    
       97,93  | 
    
       95,30  | 
    
       - 2,69  | 
| 
       Carne de Frango  | 
    
       Kg  | 
    
       2,05  | 
    
       1,94  | 
    
       - 5,45  | |
| 
       Carne Suína  | 
    
       15 kg  | 
    
       45,58  | 
    
       51,52  | 
    
       13,02  | |
| 
       Leite B  | 
    
       Litro  | 
    
       0,94  | 
    
       0,95  | 
    
       1,43  | |
| 
       Leite C  | 
    
       Litro  | 
    
       0,82  | 
    
       0,87  | 
    
       6,79  | |
| 
       Ovos  | 
    
       30 dz  | 
    
       45,46  | 
    
       43,42  | 
    
       - 4,50  | |
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
  
            Os 
produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: 
carne suína (13,02%), leite C (6,79%), batata (3,95%), milho (3,32%) e soja 
(2,87%) (Tabela 2). 
  
            Para a 
carne suína, os preços subiram pela pressão da demanda e dos custos (ração), 
porém os preços estão 14% menores quando comparado com o mesmo período do ano 
passado. 
  
            Para o 
leite "C" e "B" as condições climáticas, principalmente a falta de chuvas, 
continuam diminuindo a quantidade e qualidade das pastagens. Em decorrência 
disto têm-se uma menor oferta do produto e majoração das cotações, em maior 
intensidade para o "C", já que este é mais dependente das pastagens que o "B", 
que utiliza-se mais de rações na alimentação dos animais. 
  
            No caso da 
batata, o final da safra de inverno e as chuvas neste início de outubro 
diminuíram as atividades de colheita, o que reduziu sua oferta e aumentou o 
preço recebido pelos produtores. 
  
            No curto 
prazo, os preços do milho têm movimento similar ao da soja, respondendo ao 
câmbio com aumento das vendas externas numa conjuntura em que cresce 
percentualmente a venda antecipada de safras futuras precificadas, em patamares 
mais elevados. 
  
            Na soja, 
os preços refletem diretamente o novo patamar do câmbio e aumento dos preços no 
mercado internacional, levando a incrementos nos preços internos. 
  
            Os 
produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na segunda quadrissemana 
de outubro foram: laranja para indústria (11,96%), laranja para mesa (7,89%), 
feijão (5,89%), carne de frango (5,45%), ovos (4,50%) e trigo (4,06%) (Tabela 
2). 
  
            A queda 
dos preços da laranja para indústria decorre da magnitude da safra colhida, com 
as agroindústrias operando em plena colheita no limite da sua capacidade de 
moagem e numa realidade de demanda interna plenamente abastecida, conduzindo a 
queda dos preços, atingindo patamares críticos para os produtores, estando 
abaixo do preço mínimo (Linha Especial de Crédito - LEC) acordado entre o 
governo federal e o setor citrícola. Esse comportamento de baixa reflete também 
para a laranja de mesa. 
  
            Um excesso 
de oferta de feijão de menor qualidade nas últimas semanas reduziu o preço médio 
recebido pelos produtores. 
  
            Na carne 
de frango, após período de patamares elevados os preços internacionais recuam de 
maneira expressiva. Quando convertidos em reais, chegam muito próximos dos 
praticados no mercado interno e em associação com ligeira redução da demanda, 
gerou-se um processo que acabou levando a recuos dos preços recebidos. 
  
            Nos ovos, 
o incremento substancial da oferta nas últimas semanas que finalizou o ciclo de 
alta dos preços, abriu espaço para o reposicionamento das cotações internas, 
levando a recuo das cotações. 
  
            O trigo 
apresenta queda pelo aumento da oferta interna face à colheita da safra nacional 
numa conjuntura de preços internacionais que pressionam as cotações para baixo. 
  
            No período 
analisado, 11 produtos apresentaram alta de preços (8 origem vegetal e 3 de 
origem animal) e 9 apresentaram queda (6 vegetal e 3 animal). 
___________________________________________________________________ 
1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres 
modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações 
diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de 
Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro 
últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas 
(base), sendo a referência = 16/09/2011 a 15/10/2011 e base = 16/08/2011 a 
15/09/2011. 
  
2 Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 20/10/2011
                Autor(es): 
                Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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