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Preços Agropecuários: alta de 0,75% na primeira quadrissemana de setembro
                    
  
             O Índice 
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 
registrou alta de 0,75% na primeira quadrissemana de setembro de 2011. O 
IqPR-V (produtos de origem vegetal) e o IqPR-A (produtos de origem animal) 
registraram altas respectivas de 0,05% e 2,66% (Tabela 1). 
  
Tabela 1 - Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 1ª Quadrissemana de Setembro de 2011.
| 
       São Paulo  | 
    
       São Paulo s/cana  | |
| 
       IqPR  | 
    
       0,75  | 
    
       1,40  | 
| 
       IqPR-V  | 
    
       0,05  | 
    
       0,03  | 
| 
       IqPR-A  | 
    
       2,66  | 
    
       -  | 
| 
       Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).  | ||
            Quando a 
cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na 
ponderação dos produtos, o IqPR tem leve alta e fecha positivo em 1,40%. 
O IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) encerra positivamente em 0,03% 
(Tabela 1). 
  
Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 1ª Quadrissemana de Setembro de 2011.
| 
       Origem  | 
    
       Produto  | 
    
       Unidade  | 
    
       Cotações (R$)  | 
    
       Variação quadrissemanal (%)  | |
| 
       1ª Agosto/11  | 
    
       1ª Setembro/11  | ||||
| 
       VEGETAL  | 
    
       Algodão  | 
    
       15 kg  | 
    
       56,98  | 
    
       60,35  | 
    
       5,91   | 
| 
       Amendoim  | 
    
       sc.25 kg  | 
    
       29,57  | 
    
       33,57  | 
    
       13,54   | |
| 
       Arroz  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       26,70  | 
    
       29,10  | 
    
       8,97   | |
| 
       Banana nanica  | 
    
       cx.21 kg  | 
    
       10,95  | 
    
       14,55  | 
    
       32,81   | |
| 
       Batata  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       23,63  | 
    
       18,01  | 
    
       - 
      23,78   | |
| 
       Café  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       440,97  | 
    
       456,47  | 
    
       3,51   | |
| 
       Cana-de-açúcar  | 
    
       kg de ATR  | 
    
       0,4954  | 
    
       0,4955  | 
    
       0,02   | |
| 
       Feijão  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       96,72  | 
    
       106,01  | 
    
       9,61   | |
| 
       Laranja p/indústria  | 
    
       cx.40,8 kg  | 
    
       10,87  | 
    
       10,06  | 
    
       - 
      7,51   | |
| 
       Laranja p/Mesa  | 
    
       cx.40,8 kg  | 
    
       11,69  | 
    
       11,53  | 
    
       - 
      1,39   | |
| 
       Milho  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       25,63  | 
    
       25,47  | 
    
       - 
      0,64   | |
| 
       Soja  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       41,45  | 
    
       42,11  | 
    
       1,59   | |
| 
       Tomate p/ Mesa  | 
    
       cx.22 kg  | 
    
       28,07  | 
    
       29,33  | 
    
       4,47   | |
| 
       Trigo  | 
    
       sc.60 kg  | 
    
       29,76  | 
    
       28,49  | 
    
       - 
      4,27   | |
| 
       ANIMAL  | 
    
       Carne Bovina  | 
    
       15 kg  | 
    
       97,83  | 
    
       98,81  | 
    
       1,00   | 
| 
       Carne de Frango  | 
    
       Kg  | 
    
       1,84  | 
    
       2,08  | 
    
       12,99   | |
| 
       Carne Suína  | 
    
       15 kg  | 
    
       53,36  | 
    
       47,51  | 
    
       - 
      10,96   | |
| 
       Leite B  | 
    
       Litro  | 
    
       0,9372  | 
    
       0,9373  | 
    
       0,004   | |
| 
       Leite C  | 
    
       Litro  | 
    
       0,8313  | 
    
       0,8211  | 
    
       - 
      1,23   | |
| 
       Ovos  | 
    
       30 dz  | 
    
       46,82  | 
    
       46,18  | 
    
       - 
      1,38   | |
            Os 
produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: 
banana nanica (32,81%), amendoim (13,54%), carne de frango (12,99%), feijão 
(9,61%) e arroz (8,97%) (Tabela 2). 
  
            Na banana 
os efeitos decorrem da dificuldade de normalização da oferta pelas chuvas que 
assolaram a principal região produtora paulista representada pelo Vale do 
Ribeira, formando um cenário de escassez no curtíssimo prazo. Some-se à redução 
da oferta a maior propensão ao consumo nas estações do ano caracterizadas por 
temperaturas amenas. 
  
            No caso do 
amendoim, esta variação positiva se refere ao fato de que o ano se iniciou com 
baixos estoques do produto, que aliado tanto às perdas causadas pelas chuvas no 
período da colheita como pelo aumento da exportação, limitou sua oferta no 
momento atual, aumentando suas cotações. 
  
            Na carne 
de frango, os preços internacionais atingiram patamares recordes, superando 
aqueles até então considerados inalcançáveis. Com isso os impactos nos preços 
internos se mostram de elevação substantiva com a tendência de boas exportações. 
  
            No feijão, 
as colheitas aquém da demanda das safras das secas e de inverno que refletem 
principalmente o plantio desestimulado pelos preços abaixo dos custos de 
produção obtidos na safra das águas no início do ano, levou à escassez sazonal 
com preços elevados, situação que perdurará até as primeiras entradas do novo 
plantio das águas. 
  
            A retenção 
de estoques de arroz, face aos preços baixos, vem permitindo a recuperação dos 
preços que ainda não remuneram os custos de produção. A perspectiva de maior 
demanda internacional sinaliza continuidade da tendência de alta no curto prazo. 
  
            Os 
produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na primeira quadrissemana 
de setembro foram: batata (23,78%), carne suína (10,96%), laranja para indústria 
(7,51%), trigo (4,27%) e laranja para mesa (1,39%) (Tabela 2). 
  
            A batata 
configura-se a notória gangorra de preços típica de produtos perecíveis com a 
concentração conjuntural da oferta que impacta negativamente os preços 
momentâneos numa realidade que já projeta altas no futuro próximo. 
  
            Na carne 
suína a queda dos preços reflete a estratégia das empresas importadoras do 
produto brasileiro, após constrangimentos sanitários que definidos para valer no 
tempo futuro propiciou um aumento elevado das exportações na conjuntura logo 
após o anúncio, o que reflete em menores embarques atuais e maior oferta 
interna. 
  
            Na laranja 
para indústria também se manifesta a redução dos preços internacionais de sucos 
cítricos num movimento exacerbado de valorização cambial, num cenário de safra 
compatível com a demanda. Esse processo acaba impactando também a laranja de 
mesa com a redução da compra de frutas para processamento no mercado livre. 
  
            No caso do 
trigo os preços internacionais recuam com o aumento dos estoques mundiais num 
momento em que a crise econômica afeta a demanda, configurando a dramática 
realidade de preços internos abaixo dos custos de produção no momento da 
colheita nacional. 
  
            Na laranja 
de mesa os preços recuam a taxas menores pela força da demanda interna e também 
a redução da compra de frutas para processamento no mercado livre, configurando 
nos mercados de laranja um ano de preços baixos quando comparados com o ano 
passado. 
  
            No período 
analisado, 12 produtos apresentaram alta de preços (9 origem vegetal e 3 de 
origem animal) e 8 apresentaram queda (5 origem vegetal e 3 de origem animal). 
____________________________________________________________________________________________ 
1 A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de 
Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As 
cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim 
Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das 
quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras 
semanas (base), sendo a referência = 09/08/2011 a 08/09/2011 e base = 09/07/2011 
a 08/08/2011. 
2 Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 14/09/2011
                Autor(es): 
                Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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