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Primeira estimativa de oferta e demanda de milho no estado de São Paulo em 2011
                                      
A primeira estimativa de oferta e demanda de milho no Estado de São Paulo para 
2011, feita pela Câmara Setorial de Milho da Secretaria de Agricultura e 
Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), foi elaborada com base em 
informações fornecidas pelos membros do colegiado e discutida em reunião 
realizada no dia 24 de março de 2011.              
O primeiro balanço de oferta e demanda de milho em São Paulo indica duas 
tendências para 2011: queda da oferta (produção da primeira safra) e crescimento 
da demanda (consumo dos segmentos da cadeia produtiva). Como consequência, 
aumenta a necessidade de importação.              
Prevê-se que a produção da primeira safra (verão) 2010/11 decresça 5,5% em 
relação à do ano anterior, devido principalmente à retração da área. Quanto à 
produção esperada de milho safrinha da safra 2010/11, mantém-se preliminarmente 
a produção do ano passado, em razão da incerteza quanto à variação da área que 
está sendo plantada. A expectativa é de crescimento da área. Por outro lado, a 
semeadura está um pouco atrasada, o que pode afetar a produtividade da cultura, 
de sorte a contrabalançar o aumento esperado da área. A disponibilidade interna 
diminui 3,2% em 2011, com o aumento do estoque inicial não compensando a queda 
da produção da safra de verão (Tabela 1). 
               
Do lado da demanda, foram revistos dois dados de 2010: o consumo de milho pela 
avicultura de postura, cujo montante cresce 8% (em vez de 5%), e a exportação de 
milho em grão para o exterior, definido em 9.800 toneladas, o que corresponde a 
uma queda de 64,9% em relação a 2009.              
O primeiro levantamento das estimativas de consumo de milho em 2011 pelos 
segmentos da cadeia produtiva indica aumentos em quase todos os setores, em face 
da melhoria de rentabilidade das atividades: suinocultura (5,5%), avicultura de 
corte (5%), pecuária leiteira (5%), pecuária de corte (10,0%), outros animais 
(4,0%) e consumo industrial (5%). Prevê-se, nessa primeira estimativa, que o 
consumo da avicultura de postura, que cresceu muito em 2010, seja estável em 
2011. O consumo não comercial (parte da produção da primeira safra que não se 
destina ao mercado) deve cair 5,5%, de acordo com a expectativa da produção 
esperada no Estado.              
Com a diminuição da disponibilidade interna e do incremento proporcionalmente 
maior do consumo e do estoque final em 2011, há um significativo aumento do 
volume de milho importado de outras regiões, o qual passa a representar mais da 
metade (51,2%) do consumo previsto para o Estado. A relação estoque/consumo de 
milho se mantém em torno de 7,5% nos últimos três anos.  TABELA 1 - Oferta e Demanda de Milho, Estado de São Paulo, 2009 a 
20111 

  
  
            
Neste ano, o aquecimento do mercado mundial de milho, com a elevação do consumo, 
os baixos níveis dos estoques e o crescimento da especulação financeira, 
reflete-se no mercado interno, com a manutenção 
de preços altos. Os preços dos segmentos de consumo de milho, como a avicultura, 
a suinocultura e a bovinocultura, estão também em condições favoráveis, o que 
mantém as relações de trocas satisfatórias entre esses setores e a do milho, 
estimulando o aumento do consumo do cereal. 
  
  
  
  
| 
       Especificação  | 
    
       2009 
       (a)  | 
    
       2010 
       (b)  | 
    
       Var. 
      %  
       (b/a)  | 
    
       20112 
       (c)  | 
    
       Var. 
      %  
       (c/b)  | 
| 
       Estoque inicial  | 
    
       517.100  | 
    
       586.900  | 
    
       13,5  | 
    
       613.200  | 
    
       4,5  | 
| 
       Produção  | 
    
       4.183.500  | 
    
       4.404.400  | 
    
       5,3  | 
    
       4.219.500  | 
    
       -4,2  | 
| 
       Primeira safra (verão)  | 
    
       3.380.100  | 
    
       3.362.300  | 
    
       -0,5  | 
    
       3.177.400  | 
    
       -5,5  | 
| 
       Segunda safra (safrinha)  | 
    
       803.400  | 
    
       1.042.100  | 
    
       29,7  | 
    
       1.042.100  | 
    
       0,0  | 
| 
       Disponibilidade interna  | 
    
       4.700.600  | 
    
       4.991.300  | 
    
       6,2  | 
    
       4.832.700  | 
    
       -3,2  | 
| 
       Importação  | 
    
       3.789.800  | 
    
       3.855.000  | 
    
       1,7  | 
    
       4.327.600  | 
    
       12,3  | 
| 
       Oferta total  | 
    
       8.490.400  | 
    
       8.846.300  | 
    
       4,2  | 
    
       9.160.300  | 
    
       3,5  | 
| 
       Consumo  | 
    
       7.816.500  | 
    
       8.132.600  | 
    
       4,4  | 
    
       8.451.800  | 
    
       3,5  | 
| 
       Animal  | 
    
       5.990.500  | 
    
       6.260.100  | 
    
       5,0  | 
    
       6.555.800  | 
    
       4,2  | 
| 
       Avicultura de corte  | 
    
       2.721.200  | 
    
       2.857.000  | 
    
       5,0  | 
    
       2.999.800  | 
    
       5,0  | 
| 
       Avicultura de postura  | 
    
       1.008.400  | 
    
       1.089.000  | 
    
       8,0  | 
    
       1.089.000  | 
    
       0,0  | 
| 
       Suinocultura  | 
    
       861.400  | 
    
       900.200  | 
    
       4,5  | 
    
       949.700  | 
    
       5,5  | 
| 
       Pecuária leiteira  | 
    
       358.800  | 
    
       369.600  | 
    
       3,0  | 
    
       388.000  | 
    
       5,0  | 
| 
       Pecuária de corte  | 
    
       196.700  | 
    
       196.700  | 
    
       0,0  | 
    
       216.400  | 
    
       10,0  | 
| 
       Outros animais  | 
    
       844.000  | 
    
       877.800  | 
    
       4,0  | 
    
       912.900  | 
    
       4,0  | 
| 
       Industrial  | 
    
       1.150.000  | 
    
       1.200.000  | 
    
       4,3  | 
    
       1.260.000  | 
    
       5,0  | 
| 
       Não comercial3  | 
    
       676.000  | 
    
       672.500  | 
    
       -0,5  | 
    
       635.500  | 
    
       -5,5  | 
| 
       Exportação  | 
    
       27.900  | 
    
       9.800  | 
    
       -64,9  | 
    
       8.500  | 
    
       -13,5  | 
| 
       Sementes e perdas  | 
    
       59.100  | 
    
       60.500  | 
    
       2,4  | 
    
       58.100  | 
    
       -4,0  | 
| 
       Demanda total  | 
    
       7.903.500  | 
    
       8.233.100  | 
    
       4,2  | 
    
       8.517.900  | 
    
       3,5  | 
| 
       Estoque final4  | 
    
       586.900  | 
    
       613.200  | 
    
       4,5  | 
    
       642.400  | 
    
       4,8  | 
1Primeira estimativa para 2011, aprovada em reunião de 24/03/11.
2Ano-safra 2010/11: 1/01/11 a 31/12/11.
3Estimado em 20% da produção da primeira safra.
4Estimado em 30 dias de consumo comercial.
Fonte: Câmara Setorial de Milho, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Palavras-chave: câmara setorial, consumo, demanda, milho, oferta, produção.
Data de Publicação: 20/04/2011
                Autor(es): 
                Alfredo Tsunechiro (tsunechiro@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
Maximiliano Miura (maximiliano.miura@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        