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Preços Agropecuários sobem 2,44% na segunda quadrissemana de janeiro
                    
               O 
Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista 
(IqPR)1,2 aumentou 2,44% na segunda quadrissemana do ano. O IqPR-V 
(produtos de origem vegetal) registrou alta de 3,75% e e o IqPR-A (produtos de 
origem animal) queda de 0,81% (Tabela 1).              
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua 
importância na ponderação dos produtos, o IqPR cresce 2,52% e o IqPR-V (cálculo 
somente dos produtos vegetais) 5,70%( (Tabela 1). 
  
  
Tabela 1 - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, segunda quadrissemana de janeiro de 2011.

  
Fonte: Instituto de Economia Agrícola
            Os 
produtos do IqPR que registraram maiores altas na segunda quadrissemana de 
janeiro, em comparação com o período anterior foram: tomate (80,94%), café 
(14,70%), milho (7,17), carne de frango (5,17%) e laranja para mesa (4,19%) 
(Tabela 2). 
  
            No 
caso do tomate, numa situação de demanda aquecida e safra menor, as 
chuvas continuadas geraram perdas de colheita com impacto conjuntural no 
abastecimento do produto, elevando seus preços. Verifique-se que ainda se trata 
de período de recuperação face aos preços anteriores muito baixos. 
  
            No 
caso do café, os preços desta commodity se elevam devido às pressões da 
demanda internacional e doméstica e aos menores estoques. Ademais, a redução em 
especial da safra colombiana abre espaço para vendas de café brasileiro de 
qualidade superior, elevando os preços médios no mercado interno de arábica, 
como o café paulista. 
  
            
Quanto à carne de frango, mesmo com o aumento de sua produção no 
comparativo com 2009, o reajuste no volume exportado reduziu a oferta do produto 
no mercado interno, em um momento que se apresenta aumento de sua demanda 
enquanto produto substituto às outras carnes (bovina e suína), devido ao seu 
preço mais atrativo. 
  
            O 
preço do milho vem aumentando em decorrência de pressões do mercado 
internacional, face aos baixos estoques de passagens mundiais. Além disso, a 
perspectiva de que a oferta somente esteja normalizada no final do primeiro 
trimestre de 2011 leva a formação de expectativas altistas, precificando a 
possibilidade de maior escassez. 
  
            Os 
preços da laranja de mesa refletem o impacto da demanda típica do verão 
sobre o consumo de sucos naturais, numa conjuntura em que a oferta está dada e 
dimensionada como safra de menor oferta. De outro lado, há o efeito das chuvas 
dos últimos dias que dificultaram a colheita e o transporte. 
  
            Os 
produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na segunda quadrissemana 
de janeiro foram: feijão (28,69%), batata (16,73%), carne suína (10,26%) e 
amendoim (5,99%) (Tabela 2). 
  
            
Quanto aos preços do feijão, a concentração da colheita em função de que 
o atraso do plantio pela seca levou a que muitos semeassem ao mesmo tempo, 
produziu a entrada de volumes expressivos das colheitas da safra das águas, num 
mesmo momento conjuntural. 
  
            No 
caso da batata o processo se mostra similar, onde a considerável 
quantidade ofertada no período levou a expressivas reduções conjunturais dos 
preços recebidos. De qualquer maneira essa queda expressiva, ao eliminar a 
rentabilidade desse produto perecível, prenuncia novo ciclo de alta nos meses 
seguintes. 
  
            Os 
preços das carnes subiram acentuadamente em 2010, provocando a reação do 
consumidor, que diversificou e reduziu suas compras, provocando a queda de 
preços da carne suína. 
  
            Os 
preços do amendoim, que apresentaram forte recuperação durante o ano 
passado, estavam um pouco acima do seu padrão normal. 
  
Tabela 2 - Variações das Cotações dos 
Produtos, Estado de São Paulo, segunda quadrissemana de janeiro de 
2011. 
  

  
Na segunda quadrissemana de janeiro de 2011, 9 produtos apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 1 de animal) e 10 apresentaram queda (5 de origem vegetal e 5 de origem animal). As fortes chuvas, típicas do período, prejudicaram fortemente a produção e escoamento do tomate fazendo com que seus preços promovessem a elevação do Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária de 1,71% na quadrissemana anterior para os atuais 2,44%.
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) 
é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária 
paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no 
Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios 
das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro 
primeiras semanas (base), sendo a referência = 16/12/2010 a 15/01/2011 e base = 
16/11/2010 a 15/12/2010. 
  
²2Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 18/01/2011
                Autor(es): 
                Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros Consulte outros textos deste autor              

                    
                        