Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, tanto o IqPR quanto o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) caem e fecham em -0,23% e em +1,54%, respectivamente (Tabela 1).

            Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: batata(29,31%), amendoim (13,33%), tomate para mesa (1072%), milho (3,26%) e cana de açúcar (2,98%) (Tabela 2).

            As variações climáticas atípicas vêem afetando as safras de batata e tomate, acarretando perdas na produção e conseqüente menor oferta do produto no mercado e a alta das cotações.

            Os preços do amendoim mantêm tendência de alta compatível com seu padrão sazonal.

            Alta do petróleo e quebra de safra nos EUA e China começam a impulsionar a recuperação dos preços do milho no Brasil, ainda em níveis pouco estimulantes aos produtores.

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na segunda quadrissemana de novembro foram: Leites tipo B e C (5,71% e 4,25%, respectivamente), laranja para indústria e para mesa (4,39% e 4,06%, respectivamente) e trigo 3,29% (Tabela 2).

            Para o leite tipos C e B, a entrada no período de safra (melhoria das pastagens, isto é, mais alimento para os animais) com conseqüente aumento da produção, o que acarreta preços menores.

            Nas laranjas, mesa e indústria, convergem dois fenômenos com impactos cruzados, quais sejam a redução da demanda internacional de sucos e a valorização da moeda brasileira dada à tendência do câmbio. Entretanto, a entrada do verão deve ampliar a demanda de suco promovendo recuperação de preços.

            No trigo, o efeito câmbio contribuiu para redução das cotações internas, dado que parcela expressiva do abastecimento nacional realiza-se com a importação. Nesse caso, numa realidade internacional onde também se verifica pressão da demanda para baixo, o menor custo do trigo importado tem um impacto mais que proporcional nos preços do trigo nacional.

            O comportamento da evolução dos índices quadrissemanais de preços desta quadrissemana mostra que houve um recuo , em comparação com a quadrissemana anterior. Para o IqPR o recuo foi de 0,6 ponto percentual, IqPR-V manteve-se estável, já para o IqPR-A a queda foi maior, em 1,9 pontos percentuais, em virtude das quedas dos preços de quase todos dos produtos de origem animal, exceção à carne suína (Figura 1).

            No período analisado, 10 produtos apresentaram alta de preços (9 de origem vegetal e 1 de animal) e 10 apresentaram queda (5 de origem vegetal e 5 de origem animal). 
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¹ A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 16/10/2009 a 15/11/2009 e base = 16/09/2009 a 15/11/2009.

² Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573