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Resultado da Balança Comercial do Agronegócio Paulista de Janeiro a Novembro de 2006
                                 Nos primeiros onze meses de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 41,63 bilhões (33,2% do total nacional) e as importações2, US$ 34,19 bilhões (40,6% do total nacional), gerando superávit de US$ 7,44 bilhões. Esse resultado mantém a tendência de saldos crescentes da balança comercial paulista (gráfico 1). 
Gráfico 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
            O crescimento nas exportações paulistas (+20,6%) nos onze primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi superior à média brasileira (+16,6%). Nas importações, ocorre tendência inversa, com incremento em São Paulo (+22,9%) inferior ao do Brasil (+25,6%). Assim, o aumento percentual do saldo da balança comercial paulista (+10,9%) foi muito maior que o da brasileira (+1,7%) (tabela 4). Dessa forma, o desempenho paulista, como mais relevante centro importador nacional, sustentou o aumento do saldo da balança comercial brasileira, já que o resultado das demais unidades da federação foi negativo (-0,1%). 
            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+23,6%) atingindo US$ 13,45 bilhões, enquanto as importações cresceram 22,1%, somando US$ 4,14 bilhões. Estes resultados permitiram alcançar o saldo de US$ 9,31 bilhões3, que se mostra 24,3% maior do que o de janeiro a novembro de 2005 (gráfico 2). 
Gráfico 2 - Balança Comercial do Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
            As exportações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 28,18 bilhões para importações de US$ 30,05 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 1,87 bilhão de janeiro a novembro de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio, uma vez que os resultados comerciais estaduais dos demais setores foram negativos, conquanto o Estado de São Paulo constitua a principal estrutura industrial e de serviços da economia brasileira. 
            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado aumentou 0,8 ponto percentual, enquanto a participação das importações decresceu 0,1 ponto percentual (gráfico3). 
Gráfico 3 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Estado de São Paulo, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 41,07 bilhões de janeiro a novembro de 2006, com exportações de US$ 125,24 bilhões e importações de US$ 84,17 bilhões. Esse pequeno incremento do superávit, 1,7% maior do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+16,6%) muito inferior ao das importações (+25,6%) (gráfico 4).
Gráfico 4- Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 12,3% em relação a janeiro-novembro do ano anterior, atingindo US$ 47,63 bilhões (38,0% do total). Já as importações do setor tiveram aumento superior ao das vendas externas (+20,1%) e somaram US$ 10,93 bilhões (13,0% do total). O superávit do agronegócio de janeiro a novembro de 2006 foi de US$ 36,70 bilhões4, 10,2% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5), percentual estemaior que o total nacional (+1,7%). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no saldo do comércio externo brasileiro.
Gráfico 5 - Balança comercial do agronegócio, Brasil, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-1,5 ponto percentual) quanto de importações (-0,6% ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos preços internalizados que diminuíram a competitividade das commodities agropecuárias.
Gráfico 6 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Brasil, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo de janeiro a novembro de 2006 representavam 33,2% ou 1,1 ponto percentual a mais que as de janeiro-novembro de 2005. Já as importações equivaliam a 40,6% ou 0,9 ponto percentual a menos que no ano anterior (gráfico 7).
Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, exportação e importação, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo, de janeiro a novembro de 2006, representavam 28,2% ou 2,5 pontos percentuais a mais que as de janeiro-novembro de 2005. Já as importações respondiam por 37,9% ou 0,6 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 8).
Gráfico 8 - Participação do agronegócio paulista no agronegócio Brasileiro, exportação e importação, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.
Tabela 1 - Brasil – Balança comercial, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006 
( US$ bilhão) 
  
| Total | Agronegócio | Partic. do Agronegócio(%) | |||||||
| Ano |        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  |            Exportação  |            Importação  | |
|        2005  |            107,41  |            67,03  |            40,38  |            42,40  |            9,10  |            33,30  |            39,5  |            13,6  | |
|        2006  |            125,24  |            84,17  |            41,07  |            47,63  |            10,93  |            36,70  |            38,0  |            13,0  | |
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança comercial, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006 
( US$ bilhão) 
  
| Total | Agronegócio | Partic. do Agronegócio(%) | ||||||
| Ano | Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação | Saldo | Exportação |        Importação  | 
|        2005  |            34,53  |            27,82  |            6,71  |            10,88  |            3,39  |            7,49  |            31,5  |            12,2  | 
|        2006  |            41,63  |            34,19  |            7,44  |            13,45  |            4,14  |            9,31  |            32,3  |            12,1  | 
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Tabela 3 - Participação da balança comercial do Estado de São Paulo no brasileiro, total e agronegócio, Janeiro a Novembro, 2005 e 2006 
(%) 
  
|        |            | |||
| Ano |        Exportação  |            Importação  |            Exportação  |            Importação   | 
|        2005  |            32,1  |            41,5  |            25,7  |            37,3  | 
|        2006  |            33,2  |            40,6  |            28,2  |            37,9  | 
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Tabela 4 – Balança comercial do Brasil e de São Paulo, variação percentual, Janeiro a Novembro, 2006 / 2005 
  
| Total | Agronegócio | |||||
| Ano |        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  | 
| Brasil |        16,6  |            25,6  |            1,7  |            12,3  |            20,1  |            10,2  | 
| São Paulo |        20,6  |            22,9  |            10,9  |            23,6  |            22,1  |            24,3  | 
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
_________________________ 
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 9,98 bilhões. 
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$39,22 bilhões. 
Veja também a tabela: Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2005 e 2006 (janeiro a novembro).
 
 
Data de Publicação: 18/12/2006
                Autor(es): 
                Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        