O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) registrou queda de 3,48% na segunda quadrissemana de maio. Os produtos de origem vegetal (IqPR-V) apresentaram variação negativa de 3,49%, o mesmo ocorrendo com os produtos de origem animal (IqPR-A) cuja queda foi de 3,44% (Tabela 1).

            Os valores não se alteram de maneira significativa se a cana-de-açúcar for desconsiderada do cálculo do índice, apesar da sua grande participação na ponderação. Neste caso, a variação do IqPR atingiu -3,36% e do IqPR-V alcançou -3,28%. Essas variações negativas são decorrentes do pico da safra das principais lavouras de verão (Tabela 1). Os preços da cana nessa quadrissemana tiveram redução de 3,71%, também em função da moagem que se inicia no presente ano-safra.
            Apesar das sucessivas variações negativas - com o pico de -5,53% na terceira quadrissemana de abril -, verifica-se uma desaceleração na queda dos preços nas três últimas quadrissemanas. Isto ocorre na medida em que a colheita da safra das águas se aproxima de sua finalização (Figura 1).

Figura 1 - Evolução dos índices quadrissemanais de preços agropecuários, 3ª quadrissemana de Março de 2007 à 2ª quadrissemana de maio de 2007.

 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            Os produtos com maior queda no período foram: tomate para mesa (34,01%), ovos (13,28%), carne de frango (11,31%), banana nanica (11,04%) e laranja para indústria (7,10%) (Tabela 2).

            O tomate para mesa registrou a maior queda nas últimas quadrissemanas, devido ao aumento da oferta, com o iníicio da safra, além da retração da demanda, já que o preço do produto estava em um patamar elevado (Figura 2). A tendência de queda para o tomate deve-se manter nas próximas quadrissemanas, porém com magnitude menor.

            Os produtos do IqPR que apresentaram maior alta nos preços foram: a laranja para mesa (11,11%), o feijão (10,32%), os leites tipo C (4,88%) e tipo B (2,28%) (Tabela 2).
            A alta da laranja para mesa reflete a ainda reduzida oferta da fruta frente à demanda. No caso da laranja para indústria, o motivo da queda de preço decorre do fato de que praticamente não houve moagem nesse período.
            Em resumo, no período analisado, oito produtos apresentaram alta de preços (cinco de origem vegetal e três de origem animal), enquanto 10 produtos tiveram queda (sete do segmento vegetal e três do animal). O resultado foi a queda nos índices de preços agrícolas no período, contribuindo para a redução da inflação futura no item alimentação.