A população trabalhadora nas atividades agrícolas em junho de 2004 no Estado de São Paulo foi estimada em 1,050 milhão de pessoas¹. As categorias residentes nas unidades de produção agropecuária (UPAs), com maior representatividade na ocupação, foram os proprietários e seus familiares com 227.332 pessoas e os assalariados com 193.845 pessoas. As outras categorias tiveram pequena participação: arrendatários, 3,7% (17.652) e parceiros, 8,0% (37.907) (tabela 1).

TABELA 1 – Estimativa da população trabalhadora em atividades agrícolas, residente e não-residente nas UPAs, Estado de São Paulo, junho e novembro de 2003 e junho de 2004
 

¹Engloba os familiares que auxiliam no trabalho.
²Engloba administrador (exceto em novembro), mensalista, diarista, tratorista, etc.
³Engloba administrador, mensalista, diarista, tratorista, etc.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.  

            Em junho de 2004, a participação da mão-de-obra não-residente nas UPAs foi de 54,6% (573.399). As categorias mais importantes foram os assalariados (administrador, mensalista, diarista e tratorista) com 32,7% (187.219); os volantes com 31,6% (181.307) e os proprietários com 25,9% (148.784). Esta última categoria tem apresentado estabilidade em sua participação (junho e novembro de 2003), com percentual em torno dos 25%.
            O emprego de assalariados tem apresentado tendência de crescimento, o que é positivo para o setor agrícola, pois é um indicador de aumento do número de pessoas que possuem empregos regulares na atividade. A participação da categoria volante tem diminuído, apesar da representatividade na ocupação de mão-de-obra. Os informes de campo têm sinalizado a migração desta mão-de-obra para outras categorias de trabalho.
            A ocupação da mão-de-obra na agricultura está diretamente relacionada ao desempenho da safra agrícola, principalmente dos produtos que ainda possuem a colheita predominantemente manual. Em 2004, o setor agropecuário paulista apresentou tendência de expansão, com crescimento tanto na produção física quanto no valor da produção. A estimativa preliminar do valor da produção agropecuária do Estado de São Paulo é de R$ 26,99 bilhões, com aumento real de 2,35% (preços deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado – IPCA médio de 2004)².
            Em relação à safra anterior (2002/03), foram melhores os resultados obtidos nas produções de algodão (20,7%), amendoim da seca (8,7%), amendoim das águas (28,4%), soja (10,1%), soja safrinha (68,1%), feijão das águas (17,7%) e arroz (4,0%). Nos cultivos perenes e semi-perenes mais importantes, a principal variação positiva foi do café (46,5%), seguido da laranja (10,3%) e da cana para indústria (3,6%). A produção de mandioca cresceu 20,1%³.
            As frutíferas são exigentes na ocupação de mão-de-obra por unidade de área. Cuidados especiais são necessários para obter produtos de boa qualidade e a colheita é realizada de forma manual. Nesta safra, foram positivos os resultados nas produções de caqui (23,4%), goiaba para indústria (22,0%), goiaba para mesa (11,9%), murcote (8,7%) e poncã (5,7%), uva comum para mesa (17,4%), uva fina para mesa (12,7%) e manga (2,5%). Ocorreu também crescimento de 16,2% na produção de coágulo de borracha.
            Os informes de junho de 2004 sobre a ocupação de mão-de-obra em atividades não-agrícolas (industriais, administrativas e serviços) sinalizam queda de 7% no número de pessoas, quando comparado com o mesmo mês de 2003, para um total de 114,3 mil pessoas. A principal empregadora foi a atividade industrial, com 76,2% (87.147) do total. O número de pessoas ocupadas na atividade industrial também está relacionado ao desempenho da produção agrícola, ao passo que na atividade de serviços esse fator não exerce grande influência. Os indivíduos residentes nas UPAs, que atuam em atividades industriais ou de serviços na cidade, estão em torno de 17 mil pessoas (tabela 2).
            Outras estimativas sobre o mercado de trabalho no rural paulista serão levantadas neste mês de novembro, possibilitando, assim, completar o quadro de ocupação de mão-de-obra na safra 2003/2004.⁴

TABELA 2. Estimativa da População Trabalhadora em Atividades Econômicas Rurais Não Agrícolas, Estado de São Paulo, Junho e Novembro de 2003 e Junho de 2004