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Impactos das Adversidades Climáticas sobre o Comércio Exterior Brasileiro de Produtos Selecionados
Desde o século passado, a comunidade científica vem
alardeando os impactos que as mudanças climáticas exercerão sobre a geopolítica
alimentar. Cada vez mais frequentes e ao redor do mundo, os extremos climáticos
são evidências de que essas transformações estão bem próximas. A mudança do
clima tem sido motivada pelo aumento da emissão de gases de efeito estufa na
atmosfera em decorrência do uso excessivo de derivados de petróleo nas
atividades antrópicas em prol do desenvolvimento econômico1. A
natural camada de gases de efeito estufa que envolve a terra tem se tornado
espessa demais, impedindo a liberação de raios infravermelhos para a
estratosfera, o que permite a elevação da temperatura média da Terra, ou aquecimento
global, que, por sua vez, interfere no ciclo das águas (evaporação e
precipitação) e do vento2 e, consequentemente, no desempenho da
agropecuária. Com relação ao ciclo das águas, verifica-se um
deslocamento das áreas de precipitação pluviométrica. Já com relação aos
extremos nos
padrões de circulação atmosférica (regime de ventos) sobre a agricultura, são
amplamente conhecidos o El Níño e a La Ninã. Neste, os ventos alísios se fortalecem e com
isso todo Oceano Pacífico Equatorial se torna mais frio, resfriando a maior parte do Pacífico Equatorial3
e causando, dentre outros impactos, estiagem em boa parte do Brasil. O
Centro de Previsão do Clima (CPO) chegou a anunciar, em meados de maio de 2021,
que o La Niña, iniciado em 2020, chegaria ao fim, mas no início de junho de
2021 emitiu um novo alerta dessa adversidade4. O
Brasil vivenciou, em julho, a formação de fortes frentes frias que causaram
geadas, por um período relativamente longo, em várias localidades do país. Essa
adversidade somou-se à estiagem pela qual muitas regiões já vinham passando.
Assim, esse trabalho analisa o impacto desses extremos climáticos sobre
importantes culturas do agronegócio paulista (amendoim, borracha natural, cana-de-açúcar,
milho e soja) e seus reflexos no comercio exterior brasileiro. AMENDOIM Na
produção paulista de amendoim, concentrada na safra das águas ou no plantio de
verão, os efeitos da estiagem estão associados à irregularidade das chuvas em volume
e distribuição, tanto durante o período de plantio e colheita quanto pelas
diferentes regiões produtoras, assim como das altas temperaturas. Tanto assim
que, na safra 2020/21, a espera pelas chuvas para o início da semeadura
resultou na ampliação da janela plantio e por consequência na colheita,
avançando para o mês de abril5. No período de desenvolvimento das lavouras, as
chuvas com distribuição irregular comprometeram a produtividade média do
estado, com redução de 3,5% em relação à ótima safra 2019/20, arrefecendo parte
das expectativas de alta da produção puxada pelo aumento de 9,3% na área
plantada e de 5,4% na produção6. Situação que quebrou a produção
também foi vivenciada na safra 2018/19, quando as altas temperaturas e pouca
chuva resultaram na queda de 14,0% na produtividade média e de 12,0% na
produção paulista de amendoim, porém, com perdas entre 15,0% e 30,0% nas
diferentes regiões produtoras7 (Tabela 1). Para o amendoim, as adversidades climáticas não
afetam apenas a produtividade no campo, mas também podem comprometer a
qualidade do grão envolvendo tanto suas características físicas, como
granulometria e formato, como as condições sanitárias do produto, em especial,
a presença de aflatoxina, com desdobramentos importantes para a
comercialização. O mercado externo para o amendoim em grão configura o seu
principal mercado. A figura 1
mostra a retração de 4,0% nas exportações do produto no ano de 2019, como
reflexo da menor oferta em ambiente de demanda favorável. Já em 2020 as boas condições climáticas associadas
aos investimentos dos produtores resultaram em alta na produção imersa nas
expectativas impostas pela pandemia da covid-19. No mercado interno as festas
juninas suspensas e o consumo no lar aquecido foram acompanhados da alta na
demanda externa e a pressão nos preços vivenciada pelo mercado internacional,
resultando no aumento de 38,0% nos valores e de 30,0% nos volumes exportados,
em comparação ao ano de 20198. Para o período de janeiro a julho de 2021, quando
comparado com o mesmo período de 2020, as exportações de amendoim em grão
apresentam retração de 16,8% nos volumes exportados e de 12,5% para os valores,
indicando a manutenção da alta das cotações do produto. BORRACHA NATURAL (SERINGUEIRA) Em
2019, em área de 166.714
hectares destinada à colheita, a produção brasileira de borracha natural (látex
coagulado) totalizou 362.714 toneladas,
quantidade que supre em torno de 40,0% da demanda interna do produto. O Estado
de São Paulo é o maior produtor nacional (seguido por Minas Gerais), respondendo
por 49,1% de toda área brasileira destinada à colheita e por 68,2% do volume
produzido de látex coagulado9. A safra do látex 2020/21 encerrou-se quase que
totalmente no final do mês de junho, apresentando queda na produção, reflexo da
escassez de precipitações entre setembro e outubro de 2020 (como também na
safra 2019/20), e reduzindo a produtividade. As geadas ocorridas entre junho e
julho de 2021 prejudicaram grande parte de seringais, tanto em fase de formação
(altamente suscetível às baixas temperaturas e geadas), como de produção,
principalmente nas áreas de baixadas, acelerando tanto o processo de desfolha
como o encerramento precoce da safra no estado. No Estado de São Paulo, a seringueira vem
perdendo área ao longo das últimas safras10. Para a safra 2020/21,
estimou-se a produção total em 246,2 mil toneladas de coágulo, 0,6% inferior a
obtida na safra 2019/20. A área total com seringais, estimada em 129,3 mil
hectares, diminuiu 4,5% em relação à safra passada, devido ao declínio de 22,6%
da área em formação e ao aumento de 1,0%, na área em produção. A produtividade média apresentou queda de
1,6% acompanhando a tendência observada nas safras anteriores (Tabela 2). O
Brasil não é autossuficiente na produção de borracha natural, ficando
vulnerável às variações de preço do mercado internacional. Os preços recebidos pelos produtores de coágulo são
fortemente atrelados aos preços de importação da borracha que, por sua vez, se
subordinam às oscilações nos preços nas bolsas de Cingapura. Assim, sofrem influência da desvalorização do real
perante o dólar, altas nos fretes internacionais etc. Esses preços sofreram
altas expressivas no período de análise desse trabalho e deverão permanecer nos
meses subsequentes. Os preços
médios mensais recebidos pelos agricultores, no Estado de São Paulo, referem-se
aos valores obtidos na transação de venda de coágulo (Figura 2). No início da safra 2020/21, após a retomada das
atividades das pneumáticas que ficaram paralisadas durante a pandemia do coronavírus),
os preços recebidos pelos produtores de coágulo entraram em processo de
elevação, superando os valores obtidos nos anos anteriores. Em 2021, mesmo no
pico da safra (abril), os preços elevaram-se consideravelmente comparativamente
a 2020, devido à desvalorização cambial que influíram na alta nos preços de
importação (Figura 3). Quanto às indústrias
pneumáticas, que absorvem cerca de 70,0% da produção, e à aquisição pelas
usinas beneficiadoras, acredita-se que a demanda pelo produto nacional deverá
continuar nos mesmos níveis, de acordo com a quantidade das importações de
borracha TSR20, tipo mais negociado pelo país11. Nos primeiros sete meses de 2021, as
importações de borracha aumentaram (Figura 4) mesmo com as altas do dólar, o
que pode representar uma retomada da atividade industrial pós pandemia. Para a próxima safra, há preocupação com o índice de
umidade do ar decorrente das manhãs orvalhadas, que podem propiciar o ataque de
antracnose na futura brotação. Desse modo, os técnicos deverão recomendar
pulverizações adicionais para controle. A
quantificação de perdas relacionadas aos eventos climáticos recentes só poderá
ser efetuada no início do ano agrícola da seringueira em setembro na ocorrência
do enfolhamento, quando haverá condições de avaliação. A essa incerta situação,
somam-se as várias safras de preços baixos e clima adverso, que comprometem a
rentabilidade da atividade. CANA-DE-AÇÚCAR
A safra 2020/21 iniciou com volumes
de chuvas abaixo da média. Em maio, a produção brasileira de cana-de-açúcar foi
estimada em 654,5 milhões de toneladas. A área ocupada (8,6 milhões de
hectares) foi superior à safra anterior (Tabela 3). Para a safra 2021/2022 estima-se queda na
produção nacional (4,0%), e na área cultivada, resultando em menor
produtividade da terra (1,8%). O açúcar total recuperável (ATR), indicador da
qualidade da matéria prima, também reduziu 3,5%, em relação à safra anterior. São Paulo é o principal estado produtor de cana-de-açúcar
e, na safra 2020/21, respondeu por 54,1% da produção nacional. Tal qual o
Brasil, as estimativas apontaram queda na área, produção e produtividade da
cultura (Tabela 3), bem como no ATR, que foram afetadas pelas adversidades
climáticas. Apesar do ATR da cana paulista ter
sido avaliado um pouco acima da média nacional, os decréscimos acima estimados
podem estar subestimados, pois, em maio, não se podia prever a intensidade dos
danos causados pelas geadas ocorridas em julho. A
preocupação com o desenvolvimento da planta se intensificou com o primeiro
alerta emitido pelo Sistema Nacional de Meteorologia sobre a emergência hídrica prevista para o período
entre maio e setembro de 2021 na maior parte da região central do país, e se
acentuou com o segundo alerta, em junho, sobre a chegada de frentes
frias com potencial para formação de geadas nas principais regiões produtoras12.
Previsão que, ao se concretizar, atingiu o norte (Ribeirão
Preto) e noroeste do Estado de São Paulo, afetando áreas colhida e a serem
colhidas. No primeiro caso, a rebrota da planta foi afetada, ocasionando perda
física e o replantio, o que, consequentemente, aumenta os custos de produção.
Nas áreas em que a cana ainda seria colhida, antecipou-se essa etapa com o
intuito de reduzir as perdas no campo, o que implicou na alteração do
cronograma de colheita estabelecido junto a unidade industrial. No final de julho nova geada, afetou
outras regiões do estado e intensificou os danos das anomalias antes
registradas. As
geadas que atingiram os canaviais, principalmente em São Paulo, influíram no
volume de cana destinado à moagem, incidindo na produtividade e qualidade da matéria- -prima cultivada. O Estado de São Paulo registrou moagem de 26,7 milhões de toneladas
(-11,1%) e, nos demais estados da região Centro-Sul, a quantidade processada
alcançou 19,9 milhões de toneladas (-3,8%) sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2020/2113. Em 2020, o setor exportou 30,7 milhões de
toneladas de açúcar, maior volume embarcado nos últimos dois anos em função da
demanda externa (Figura 5). O volume exportado até julho de 2021 foi
de 15,2 milhões de toneladas de açúcar, ou seja, quase 50,0% do volume recorde
do ano passado. No entanto, como as adversidades climáticas retraíram a
produção de cana, reduzindo o destino tanto da produção de etanol quanto de
açúcar, espera-se que as exportações de açúcar voltem aos patamares de 2018,
não só pela redução da qualidade da safra 20/21 (menor ATR), como também pelo
retorno da demanda por etanol, diante da baixa disseminação da pandemia do coronavírus
e ao avanço na vacinação. MILHO O
milho é cultivado em três safras e estende-se por todo o território brasileiro.
As primeiras anomalias climáticas, ocorridas ainda em 2020, principalmente a
estiagem, foram motivadas pela formação do La Ninã e, em 2021, somaram-se
frentes frias ocorridas entre junho e agosto. Dada
a extensão geográfica do país, bem como a dispersão da cultura do milho, os
efeitos das anomalias climáticas são distintos em cada região geográfica e
dependem do estágio do ciclo vegetativo da cultura, a saber: a)
milho primeira safra: colheita foi
encerrada em junho; b) milho
de segunda safra: a colheita intensifica-se a partir de junho. Portanto, as
frentes frias ocorreram quando muitos cultivos estavam ainda nas fases de
enchimento e maturação dos grãos; e c) milho
terceira safra: a cultura encontra-se em diferentes estágios vegetativos, sendo
que na Bahia a semeadura pode ir até meados de agosto (SEALBA, Roraima e
Amapá). Em vista dessas ocorrências, a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB)14 estimou decréscimo na produção das três
safras brasileiras, com as seguintes magnitudes: 3,1% na primeira safra, 19,6%
na segunda e de 22,4% na terceira. Consequentemente, a mesma instituição
mensurou que a produção nacional será de 86,6 milhões de toneladas, ou seja,
redução de 15,5% em relação à safra 2019/20 devido à queda de 21,1% na
produtividade. No entanto, o declínio na produção em decorrência principalmente
da baixa produtividade do cereal pode ser ainda maior, pois o ciclo produtivo
do milho ainda não se completou em várias localidades produtoras. O Estado de São Paulo é responsável
por 6,0% da produção nacional de milho. Em meio às restrições hídricas, as
frentes frias de alta intensidade causaram geadas em quase todo o estado,
afetando a segunda safra do milho, que estava em fase de floração e enchimento de
grãos. Assim, a Companhia de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) não
descarta perdas de aproximadamente 60,0% com comprometimento
de grande parte das lavouras devido ao plantio tardio15, uma vez que
o excesso de chuva na soja atrasou a entrada da segunda safra do milho. Assim, o impacto econômico desses extremos
climáticos na cultura do milho foi a redução da produção, que desencadeou
aumentos nos preços domésticos recebidos pelos produtores (Figura 6), na
quantidade importada, e no custo de produção agrícola de importantes segmentos
da cadeia proteica (avicultores e suinocultores). No tocante às importações de milho, o volume importado no
primeiro semestre de 2021 foi de 1,1 milhão de toneladas, um acréscimo de
131,0% em relação ao mesmo período de 2020. Por outro lado, as exportações
decaíram 22,0% e 622,0%, respectivamente, em relação a 2020 e 2019. Como
resultado, o saldo da balança do milho, embora bem menor que nos anos
predecessores, continua positivo (Figura 7). A alta do dólar
favorece as exportações do milho, podendo reduzir a disponibilidade interna,
aumentando, assim, os preços em nível de produtor. Essa elevação é repassada
aos avicultores e pecuaristas que, por sua vez, repassam aos frigoríficos e,
por fim, aos consumidores finais, o que deflagra a inflação. No entanto, os
baixos estoques associados aos extremos climáticos elevaram os preços internos
ao nível que possibilita que o produtor de milho obtenha melhor rendimento
comercializando seu produto no mercado interno em detrimento do externo. Conclui-se,
portanto, que as adversidades climáticas vivenciadas pela cultura do milho (deficit
hídrico, causado pela La Ninã e pelas frentes frias que se sucederam) colocam
dois grandes desafios ao governo brasileiro: a)
aumento
da inflação, em decorrência dos altos custos que serão sentidos principalmente
pelo complexo proteico e repassados para a sociedade; e b)
a queda
na arrecadação, devido ao aumento das importações e possível declínio do saldo
da balança comercial. SOJA Na safra 2020/21, a produção brasileira de soja em
grão alcançou 135,9 milhões de toneladas, com aumento de 8,9% comparativamente
a do ano passado. A expansão em área contribuiu para a safra recorde com
destaque para o crescimento de 4,5% na produtividade. Na região Centro-Sul,
registrou-se acréscimo de 5,1% na produtividade e de 9,0% na produção regional,
apesar da ocorrência de estiagem por ocasião do plantio, segundo a CONAB16.
As geadas não atingiram o ciclo produtivo da cultura, pois ocorreram no pós- -colheita. No Estado de São Paulo, em 2020/21, a área de soja
seguiu a trajetória de expansão verificada nos últimos anos, quando passou de
1.072,6 mil hectares para 1.154,3 mil hectares, com aumento de 7,6% entre os
extremos do período (Tabela 4). Apesar do atraso do período de chuvas por ocasião do
plantio, a produção paulista passou de 3.244,4 mil toneladas para 4.070,7 mil
toneladas, com acréscimo de 25,6%, o que indica crescimento na produtividade
das lavouras no período. A produtividade de 3.527 kg/ha na temporada 2020/21 se
mostra como a mais elevada do período analisado. As colheitas e a comercialização das safras de soja
transcorreram normalmente durante as últimas temporadas sem perdas provenientes
de adversidades climáticas. Além dos acréscimos na produção, destacam-se as
exportações brasileiras do grão que têm apresentado franco crescimento (Tabela
5). Durante 2021, até o mês de junho, o valor das vendas
externas de soja em grão já se aproxima do total exportado no ano passado. O
grão representa 84,7% do valor das exportações da pauta complexo soja no ano
corrente, conforme o Ministério da Economia divulgado pela Associação
Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de
soja em grão e, na temporada 2021/22, o país deve obter produção recorde de 144,0
milhões de toneladas, das quais 93 milhões de toneladas deverão ser destinadas
ao comércio exterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos17. A taxa de câmbio pautada pela desvalorização da
moeda brasileira em relação ao dólar deverá configurar a comercialização no
mercado doméstico da safra a ser colhida no primeiro trimestre do ano que vem,
ainda que parte da produção já venha sendo transacionada antecipadamente. Às condições de mercado para a safra vindoura se acrescenta
a alta nas cotações internacionais de soja em grão, cuja média praticada
durante o primeiro semestre deste ano (de US$600/t) encontra-se 61,0% acima do
verificado no ano passado18. Para a safra vindoura, a expectativa é de
crescimento na área cultivada e na produção de soja no Brasil, em resposta às condições
favoráveis de mercado. A sojicultura paulista deve seguir a trajetória do
âmbito nacional de crescimento do plantio da oleaginosa. CONSIDERAÇÕES FINAIS As estimativas de
produção e produtividade agropecuária destacam os efeitos da estiagem que
vivenciamos desde o ano passado (2020). As perdas na produtividade, causadas pelas
geadas, ainda necessitam de aprimoramentos na mensuração e, portanto, podem
acentuar as quedas na produção aqui mencionadas. No entanto, esse trabalho
evidencia que os extremos climáticos estão cada vez mais constantes,
demonstrando que as mudanças climáticas são reais. Como
consequência, há queda na produtividade com implicações na quantidade produzida
e, muitas vezes, na qualidade do alimento, intensificando a problemática da segurança alimentar e a arrecadação de divisas do país (saldo da
balança comercial). Cabe ressaltar que
as alterações nos padrões do clima, além de impactar os mercados (doméstico e
internacional) de produtos agrícolas, podem trazer, no médio e longo
prazo, alterações nos
agroecossistemas, inclusive no que concerne ao surgimento de novas pragas e
doenças (problemas fitossanitários). A convivência com
os desdobramentos dos fenômenos climáticos extremos e adversos associados aos
resultados do avanço do desmatamento e das emissões de gases do efeito estufa
que comprometem a formação e regularidade das chuvas - os rios voadores - e que
intensificam as altas temperaturas, têm colocado desafios importantes para a
produção agropecuária, que responde por importante fatia do Produto interno
bruto (PIB) brasileiro e ensejando, cada vez mais, as pesquisas que reduzam a
vulnerabilidade climática de cultivares voltados à alimentação humana, bem como
os serviços da assistência técnica e da extensão rural, responsáveis por
repassar aos agropecuaristas técnicas agrícolas capazes de minimizar os
impactos climáticos sobre o meio ambiente. 1METZ,
B. et al. (ed.). Climate Change 2007:
mitigation. Nova Iorque: Cambridge
University Press, 2007. (Contribution of Working Group III to the
Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change). Disponível em: www.ipcc.ch. Acesso em: ago. 2021. 3Op. cit. nota 1. 4NATIONAL WEATHER SERVICE. Climate Prediction Center. El Niño/
Southerm Oscillation (ENSO) diagnostic discussion, Maryland, 8 nov.
2016. Disponível em: https://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/enso_advisory/.
Acesso em: ago. 2021. 5SAMPAIO, R. M. Amendoim: as expectativas
continuam em 2020. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v.
15, n. 11, p. 1-4, nov. 2020. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-86-2020.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021. 6CAMARGO,
F. P. de et al. Previsões e estimativas de safra do
Estado de São Paulo, ano agrícola 2020/21, abril de 2021. Análises e
Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 16, n. 6, p. 1-13, jun. 2021.
Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-22-2021.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021. 7SAMPAIO, R. M. Amendoim:
retração da oferta e queda nas exportações em 2019. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v.
15, n. 2, p. 1-4, fev. 2020. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ 8SAMPAIO, R. M. Amendoim:
exportações caminham e pandemia adia o São João. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo,
v. 15, n. 4, p. 1-5, abr. 2020. Disponível:
http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-26-2020.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021. 9INSTITUTO
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culturas temporárias e permanentes. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9117-producao-agricola-municipal-culturas-temporarias-e-permanentes.html?=&t=o-que-e.
Acesso em: 10 ago. 2021. 10Op. cit. nota 6. 11CARVALHO,
Y. M. K.; SAMPAIO, R. M. Borracha natural: características das importações e da
produção no Brasil. In: CONGRESSO DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 56., 2018,
Campinas. Anais [...]. Brasília:
SOBER, 2018. Disponível em: http://icongresso.itarget.com.br/
useradm/anais/?clt=ser.8&lng=P. Acesso em: jul. 2021. 12NONATO, V. S. B. Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emite alerta de
emergência hídrica. Instituto Nacional de Meteorologia, Brasília, 27
maio 2021. Disponível em:
https://portal.inmet.gov.br/noticias/sistema-nacional-de-meteorologia-snm-emite-alerta-de-emerg%C3%AAncia-h%C3%ADdrica.
Acesso
em: 9 ago. 2021. 14ACOMPANHAMENTO DA SAFRA
BRASILEIRA DE GRÃOS. Brasília: CONAB, v. 11, n. 11, ago. 2021. (Safra 2020/21 -
11° levantamento). 15GEADA no Estado
de São Paulo: junho/julho/agosto - 2021. São Paulo: FUNDAG: CDRS/CATI: APTA:
IAC: FEHIDRO, 2021. Disponível em:
https://www.cdrs.sp.gov.br/portal/themes/unify/arquivos/produtos-e-servicos/acervo-tecnico/Geada%20no%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo%20-%20junho-julho-agosto%202021.pdf.
Acesso em: 12 ago. 2021. 16Op. cit. nota 14. 17UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Foreign
Agricultural Service. Oilseeds: world markets and trade. Washington: USDA:
FAS, 2021. Disponível em:
https://www.fas.usda.gov/data/oilseeds-world-markets-and-trade. Acesso em: 16
ago. 2021. 18Op. cit. nota 17. Palavras-chave:
adversidade climática,
produtividade, amendoim, borracha natural, milho, soja, cana-de-açúcar. COMO
CITAR ESTE ARTIGO FREITAS, S. M.; SAMPAIO, R. M.; OLIVEIRA, M. D. M.; NACHILUK,
K.; ZEFERINO, M. Impactos das Adversidades Climáticas sobre o Comércio Exterior
Brasileiro de Produtos Selecionados, São Paulo, v. 16, n.
8, p. 1-15, 2021. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
2BALBINO, A. El Niño e La Niña:
entenda seus impactos no Brasil. Agrosmart, Campinas, 1 ago. 2016.
Disponível em:
https://agrosmart.com.br/blog/el-nino-e-la-nina-entenda-seus-impactos-no-brasil.
Acesso
em: 5 ago. 2021.
ftpiea/AIA/AIA-06-2020.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021.13GEADA prejudica e moagem de cana
registra queda em julho. UNICA, [S. l.], 10
ago. 2021. Disponível em: https://unica.com.br/noticias/geada-prejudica-e-moagem-de-cana-registra-queda-em-julho/. Acesso em: 16 ago. 2021.
Data de Publicação: 01/09/2021
Autor(es):
Silene Maria de Freitas (silene.freitas@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Renata Martins (rmsampaio@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Katia Nachiluk (katia.nachiluk@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marisa Zeferino (marisa.zeferino@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor