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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2016/17, Junho de 2017
1
– INTRODUÇÃO A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI), realizou entre 1 e 23 de junho de 2017 o levantamento da
previsão e estimativa da safra agrícola 2016/17. Neste levantamento, é aplicado
o método subjetivo2, que consiste da pesquisa e sistematização dos
dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um dos 645
municípios do Estado de São Paulo. Os resultados parciais e finais da safra atual, de área e
produção dos produtos agrícolas de maior expressão econômica estão
disponibilizados na tabela 1 para o Estado de São Paulo. A colheita de grãos da safra 2016/17 (considerando as
previsões de produções para as culturas do milho safrinha, feijão de inverno,
trigo e triticale que finalizam em setembro) deve somar 9,57 milhões de toneladas,
representando acréscimo de 17,5% em relação ao ano agrícola anterior. Esse volume se deve às maiores produções, já
confirmadas, de feijão das águas, amendoim (safras da água e da seca) e soja
(incluindo a irrigada) e das culturas de milho safrinha, trigo e feijão
irrigado de inverno, se confirmados os ganhos registrados até esse
levantamento, bem como as condições climáticas favoráveis e o aumento da
produtividade média destes grãos, que tiveram alto nível de aplicação
tecnológica. A área plantada com grãos pode atingir a marca de 2.118,4 mil
hectares, valor 5,5% superior ao obtido na safra 2015/16. 2
– ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2016/17 DAS CULTURAS ANUAIS O levantamento
atual apresenta os números finais da safra agrícola 2016/17 das culturas da
seca (amendoim, batata e feijão), acrescidos das culturas das águas, já
finalizados nos levantamentos anteriores. Tem também as informações finais para
as culturas do algodão, arroz, cebola de bulbinho, milho (primeira safra), soja
e uvas. Para as demais culturas como banana, batata, feijão
de inverno, cana para indústria, cebola de muda e plantio direto, laranja,
mandioca, milho safrinha, tomate, trigo e triticale, as informações são
parciais e, portanto, serão encerradas nos próximos levantamentos levados a
campo em setembro e novembro. 2.1
- Algodão Os números finais para cotonicultura paulista
apresentam estabilidade na área cultivada (4,8 mil hectares) e aumento de 7,6%
na produção, totalizando 15,6 mil toneladas em relação à safra passada. Esse
quadro representa ligeira recuperação da atividade depois da forte retração de
2014/15, em virtude de condições menos favoráveis no mercado da fibra. O
rendimento da cultura no estado, 7,6% acima da safra anterior, é resultado de
condições climáticas favoráveis e provavelmente dos melhores tratos culturais
empregados na exploração. 2.2
- Amendoim As estimativas para a safra da
seca do amendoim 2016/17,
quando comparadas às da
safra anterior, apontam considerável
aumento na
área plantada (46,2%), que
compensou a redução de 15,7% da produtividade da terra, ocasionando ganhos de
28,9% no volume produzido, isto é 4,9 mil toneladas. Atualmente, a área
destinada ao plantio da seca equivale a 1,5% do total, e tal
realidade3
vem sendo construída desde do início dos anos 2000 e tem relação com a dinâmica
de produção da cana-de-açúcar e sua expansão para o oeste do Estado de São
Paulo. Esta região historicamente abriga a safra da seca do amendoim,
caracterizando, assim, a tendência de a produção paulista de amendoim ser
realizada em uma única safra, com predominância no período das águas. Portanto,
somados os dois plantios de amendoins (águas e da seca), a produção paulista
apresenta crescimento de 14,8% em relação à safra 2015/16, com 460,9 mil
toneladas colhidas, devido sobretudo aos ganhos de área de 9,8% (124,0 mil
hectares), uma vez que a produtividade da terra aumentou 4,4% (3.716 kg/ha). 2.3
- Arroz A
estimativa final da safra 2016/17 de arroz (de sequeiro, várzea e irrigado)
aponta para uma produção de 64,6 mil toneladas, 4,9% maior que a obtida na
safra passada, por conta da elevação da produtividade da terra em 4,5%. Quanto
à área cultivada de 10,9 mil hectares, valor ligeiramente superior do ao ano
agrícola passado, verifica-se diminuição de área no arroz de sequeiro e várzea
em 8,3%, em contrapartida aos ganhos de 2,4% no arroz irrigado. A substituição
por outras culturas de maior rentabilidade pode justificar essa queda de área,
associada à concorrência com o arroz do Rio Grande do Sul (principal produtor
do Brasil). Porém, mesmo com a atividade recuando nos últimos anos no Estado de
São Paulo, ela tem papel fundamental na economia regional, principalmente na
região do Vale do Paraíba (Escritórios de Desenvolvimento Rural – EDRs - de Guaratinguetá
e Pindamonhangaba), que participa com 65% da produção paulista. O valor da
produção do cereal em 2016, no EDR de Guaratinguetá, foi de R$25,86 milhões,
valor 5,6% do total regional, superado apenas pelo valor da produção da carne
bovina (51,5% do total regional) e do leite (35,1% do total regional). No EDR
de Pindamonhangaba, o valor da produção do arroz foi de R$11,52 milhões (2,4%
do total regional). Embora seja uma cultura importante regionalmente, não se
destaca entre as cinco principais quanto ao valor da produção4. 2.4
- Batata da Seca e de Inverno A colheita do cultivo da batata, safra da seca,
plantada nos meses de fevereiro e janeiro, está finalizada em São Paulo,
totalizando 266,0 mil toneladas, 19,2% acima do volume produzido em 2016. Sua
área plantada foi de 8,5 mil hectares, 19,7% maior. A safra da seca tem como
principais EDRs produtores: Itapetininga, Itapeva e São João da Boa Vista, com
84,4% do total da área estadual. Para o cultivo da batata de inverno, principal
produção no Estado de São Paulo com início do plantio em abril-maio, as
estimativas parciais indicam ganhos de área de 6,7%, chegando a 12,7 mil
hectares, e de produção de 16,8%, totalizando 395,2 mil toneladas, por conta de
9,4% a mais na produtividade da terra, comparativamente à safra passada. Três
EDRs respondem por 85% da área paulista, para safra de inverno: São João da Boa
Vista (63%), Itapeva (13,4%) e Avaré (8,4%). O levantamento de setembro do
corrente ano trará os números finais para a safra. 2.5
- Cebolas de Bulbinho, de Muda e Plantio Direto A estimativa de 2017 para área de cebola cultivada com
bulbinhos é de 621 hectares, retração em 14,3% quando comparada ao ano anterior,
e volume produzido menor em 8,8%, só não sendo menor por conta de ganhos na
produtividade da terra em 6,4%. A cultura está concentrada em apenas 2 EDRs:
São João da Boa Vista e Sorocaba. Para a cebola de muda, em relação à
safra anterior, as estimativas parciais apontam para perdas de área cultivada
em 15,4%, totalizando 2,2 mil hectares em 2017 e de produção em 13,2%, somando
82,0 mil toneladas, enquanto a produtividade esperada é de 36.788 kg/ha, 2,0%
superior a 2016. A cebola em plantio direto na palha
que consiste no principal sistema de cultivo dessa cultura apresenta
comportamento similar à cebola de muda: reduções na área plantada (12,0%) e na
produção esperada (11,3%), com ganhos na produtividade da terra (3,2%). Somadas as produções dos três tipos
de cultivos de cebola no Estado, prevê-se que sejam colhidas, em 2017, 216,2
mil toneladas, em um pouco mais de 5.000 hectares, distribuídos em 4 regionais:
São João da Boa Vista, Jaboticabal, Sorocaba e Itapeva. 2.6
- Feijão da Seca e Inverno O
levantamento final realizado no campo em junho confirma a queda da área
plantada de feijão da seca (2,5%) com 15,5 mil hectares, para uma produção
final de 32,1 mil toneladas, 1,3% superior em relação à safra passada, por
conta de produtividade maior em 3,8% (2.070 kg/ha). Esse resultado é
justificado pelas condições climáticas favoráveis, bem como pela ausência da
mosca-branca, praga que normalmente dizima lavouras inteiras ao se alimentar da
seiva das plantas. Para
a safra de feijão de inverno (irrigado e sem irrigação), o levantamento prevê
retração de área plantada de 15,5%, principalmente do feijão sem irrigação
(65,7%) e volume a ser produzido menor em 6,9%, apesar do aumento esperado na
produtividade da terra em 10,1%. Este resultado poderá ser alterado e o
levantamento de setembro trará os resultados finais para a safra 2016/17. 2.7
- Mandioca para Indústria e para Mesa Para a cultura de mandioca para indústria é esperada
uma produção de 973,5 mil toneladas, 0,3% menor em relação à safra anterior,
por conta de perdas de 2,5% na produtividade da terra, apesar de ganhos de 0,4%
na área plantada (51,5 mil hectares). Em relação à mandioca para mesa, contabiliza-se uma
área de 19,6 mil hectares e produção prevista em 228,8 mil toneladas, com
percentuais menores que os da safra passada em 1,0% e 1,6%, respectivamente.
Destaque para a região de Mogi Mirim, que responde nesta safra por
aproximadamente 30,0% da produção total no Estado de São Paulo. O restante da
produção é bem distribuído nas demais 39 regiões (EDRs). 2.8 - Milho
Os números finais da estimativa
2016/17 para a cultura do milho de primeira safra (incluindo milho irrigado)
apontam incremento de 5,0% no volume produzido, por conta de ganhos de
produtividade de 5,7%, com ligeira redução na área plantada (0,7%). Nessa
safra, a área plantada com milho irrigado foi reduzida em 5,8%, percentual
semelhante ao au- Com plantio aconselhado entre meados de fevereiro
até meados de março, o milho safrinha já tem área de produção superior à safra
de verão (primeira safra) no Estado de São Paulo. A produtividade paulista de
milho safrinha mais que dobrou nos últimos 25 anos, por conta de pesquisas que
identificaram cultivares adaptáveis às adversidades do cultivo na principal
região produtora paulista, com cerca de 120 mil hectares (28,0% do total
estadual), como Itapeva, Maracaí, Cândido Mota, Palmital e Itaberá. O terceiro levantamento aponta aumento de 2,3% na
área plantada com expressivos ganhos na produtividade da terra de 42,3%, que equivale
a 5.654 kg/ha, e de 45,6% no volume a ser produzido, totalizando 2.481,7 mil toneladas. 2.9 - Soja Nesse levantamento encerrou-se a safra 2016/17 da
cultura da soja (incluindo soja irrigada). Os resultados confirmam a tendência
de expansão no Estado de São Paulo, com acréscimo de 8,6% na área plantada, que
alcançou 906,8 mil hectares. A produção foi estimada em 3,1 milhões de toneladas,
14,7% maior que a obtida na safra passada, e ganhos na produtividade de 5,6%. A
liquidez associada à demanda tanto do grão como dos derivados – óleo e farelo -
nos mercados doméstico e internacional justificam maior interesse do cultivo da
oleaginosa. Embora a participação da soja irrigada, no total do grão, ser pouco
expressiva, ela foi a que apresentou maiores ganhos de área (16,6%), de
produtividade da terra (7,8%) e consequentemente na produção obtida nesta safra
(25,6%). Em termos de participações de produção do grão no estado,
nesta safra, os principais EDRs são: Itapeva (22,3%), Assis (16,5%), Ourinhos
(9,4%) e Avaré (9,3%), que somam mais de 50,0% da soja produzida no estado. 2.10
- Tomate para Mesa e para Indústria Em junho de 2017, foram obtidas
informações sobre o terceiro levantamento da atual safra dos tomates envarado e
rasteiro. Para o tomate envarado (mesa), destinado ao consumo in natura, os resultados parciais
mostram que a área cultivada de 9,2 mil hectares é menor em 6,1% em relação à
safra anterior. O mesmo foi verificado na produção esperada, que apresenta
queda de 6,5%, com previsão de serem colhidas 683,8 mil toneladas do fruto.
Quanto à produtividade de 73,95 t/ha, tem-se ligeira perda de 0,6%, ou seja,
representa 446 kg/ha a menos do que na safra do ano passado. Para o tomate rasteiro, destinado
para indústria, na comparação com a safra passada, os números apontam expansão
de 10,0% de área cultivada (3,3 mil hectares) e a produção esperada de 255,0
mil toneladas cresce 4,5%, por conta da menor produtividade (4,9%), com 76,4
t/ha ante 80,3 t/ha. É importante destacar que o cultivo do tomate para
indústria está concentrado nas regiões noroeste e norte do Estado de São Paulo,
sendo o EDR de Votuporanga a região com maior produção, 36,7% do total
paulista, seguida pelas regionais de Barretos (17,6%), Jaboticabal, Catanduva e
Araçatuba com aproximadamente 7,0% cada uma. 2.11
- Trigo Os números do
terceiro levantamento da safra paulista de trigo indicam, relativamente à safra
anterior, crescimentos de 9,7% na área cultivada de 83,7 mil hectares, de 24,1%
na produção esperada (280,9 mil toneladas) e de 13,1% no rendimento (3.358 kg/ha).
Os números apurados levam à ilação de que tais incrementos estimados têm
relação com o comportamento apresentado pelo setor desde 2013. Os ganhos de rendimento da cultura
estão relacionados ao emprego de variedades mais produtivas e de melhores
tratos culturais. Apesar do aumento nas importações e um mercado consumidor
mais acanhado, em decorrência do momento econômico desfavorável, o incremento
na área plantada pode ser justificado por conta das vantagens que o produtor
paulista obtém pela proximidade dos centros consumidores e pela rentabilidade
recebida de outras culturas posteriormente plantadas, após a colheita do trigo.
O grão é uma alternativa viável, uma vez que seu período de plantio se estende
até final de maio, visto que no caso do Estado de São Paulo, a necessidade de
formação de palha para o plantio direto faz com que muitos agricultores optem
pelo trigo, mesmo quando a conjuntura do mercado não se encontre favorável5.
Destaca-se que o estado participa com a maior parcela do consumo de trigo do Brasil. 3
– ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2016/17 DAS CULTURAS SEMIPERENES E PERENES 3.1
- Banana A estimativa
preliminar da cultura da banana para a safra agrícola paulista 2016/17 mostra
pequena variação negativa, tanto da área (1,4%), quanto da produção (0,6%), em
comparação a safra 2015/16. A redução no volume a ser produzido não é maior por
causa do aumento de produtividade de 1,6%. A cultura totalizou 57,1 mil
hectares de área cultivada (4,8 mil hectares de área nova e 52,3 mil hectares
em produção). O volume esperado de produção é de 1,13 milhão de toneladas da
fruta. Os principais EDRs no cultivo da banana estão listados na tabela 3.
Destes, no entanto, a regional de Avaré tem apresentado, nas últimas safras,
produtividade que a diferencia das demais principais, acima de 33 mil/t por
hectare (as demais entre 10 t/ha a 19 t/ha), visto que o EDR de Registro, que
responde por 58,7% da área estadual plantada e por 70,6% da produção, apresenta
produtividade em torno de 24 mil t/ha. 3.2 - Café
Em junho, já em período de
colheita, foi realizada a quarta estimativa de safra paulista de café de
2016/17 e, frente ao levantamento de abril de 2017, o resultado apontou recuo
de 1,6% para a produção, ou seja, a quantidade total a ser colhida passou a ser
estimada em 4,36 milhões de sacas de 60 kg (261,5 mil toneladas) de café
beneficiado. Essa redução foi verificada em importantes regiões produtoras,
como Franca (1,9%), Ourinhos (4,0%) e Bragança Paulista (11,7%). Já na região
de São João da Boa Vista, a perspectiva é 1,2% de aumento na colheita, enquanto
Marília se mantém estável. Comparando os números
contabilizados nesse levantamento com o resultado da safra 2015/16, que
registrou produção recorde no estado, acima de 6 milhões de sacas de 60 kg
(364,3 mil toneladas), a previsão é de queda na produção esperada em 28,2%,
causada pela intensa bienalidade registrada no cinturão francano, maior região
produtora paulista que apresenta forte redução de 53,5% em sua colheita, com
atuais 1,2 milhão de sacas de 60 kg, ante as 2,6 milhões da safra passada. 3.3 - Cana-de-açúcar Para a cultura da cana-de-açúcar,
as informações obtidas no levantamento de junho de 2017 confirmam a queda da
área nova registrada no último levantamento de abril, ao redor de 4,0% em
relação à safra passada. Regionalmente, não ocorreram alterações significativas
na área explorada com essa cultura. Destacam-se as quedas de rendimento nos
EDRs de Itapeva (7,9%), Presidente Venceslau (6,6%), Botucatu (4,9%), Avaré e
Lins (3,0%). Por outro lado, sobressai elevação da produtividade em Marília
(12,0%), Piracicaba (10,9%), Barretos, Mogi Mirim e Catanduva (5,3% cada) e
Assis (4,8%). Em termos gerais, a cultura da cana no estado
apresenta estabilidade na área em produção de 5.574,6 mil hectares (+0,10%) e a
produção esperada de 447,5 milhões de toneladas poderá ser 2,0% superior à
safra passada, com rendimento de 80,3 t/ha, correspondendo a uma elevação de
1,9%. 3.4 - Laranja O volume total previsto
para a cultura da laranja, decorrente do levantamento realizado no campo em
junho de 2017, é de 318,26 milhões de caixas de A expectativa de safra maior em
2017, por conta de clima favorável no período das floradas e do pegamento, não
será suficiente para recuperar os baixos estoques de passagem previstos para a
temporada de final de 2016/17. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores
de Sucos Cítricos (CitrusBR), os estoques físicos de suco de laranja
disponíveis em 30 de junho de 2017 somaram 107.387 toneladas de suco
concentrado congelado, equivalente a 66°Brix (FCOJ equivalente). O número
representa uma queda de 69,45% em relação às 351.567 toneladas existentes na
mesma data do ano anterior. Este volume é insustentável a longo prazo e
configura montante em patamar inferior ao mínimo técnico necessário. O clima mais ameno e úmido no Estado
de São Paulo favorece o desenvolvimento das plantas. Além disso, a retomada dos
investimentos em tratos culturais, impulsionada pelos maiores preços de 2016,
reforça a expectativa de aumento na produção. Nos anos de cotações em baixa,
muitos produtores deixam de adubar os pomares. Produção maior
e preços ainda elevados, uma rara combinação positiva, tendem a beneficiar
citricultores e indústrias de suco, ainda que as cotações internacionais da commodity em sua forma concentrada e
congelada (FCOJ) estejam em queda nos últimos meses. Quanto à área total plantada, prevê-se maior área
cultivada (1,7%) relativamente ao ano agrícola anterior. Considerada o maior
desafio fitossanitário da citricultura, o greening
está presente em 16,73% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e
Minas Gerais, onde se situa a maior parte da indústria do suco de laranja do
Brasil, o maior exportador global. O índice da doença, que tem elevado
potencial de devastação, permanece praticamente no mesmo patamar dos dois
últimos anos (17,89% em 2015 e 16,92 em 2016). Apesar da estabilização, o
índice de plantas doentes é alto, pois são cerca de 32 milhões de árvores
doentes. São Paulo é a única citricultura do mundo, com produção em larga
escala, que vem conseguindo manter sua competitividade mesmo com os efeitos do greening (FUNDECITRUS). Assim sendo, a
área total plantada atinge a marca de 447,5 mil hectares para a atual safra,
sendo que 90,0% desta área deverá ser feita a colheita. Não obstante, fatos
como a disseminação mais intensa dos problemas fitopatológicos (em especial cancro
cítrico e HLB - greening), agravados
pelo aumento do custo de produção da cultura e aliados à alta dos preços dos
defensivos, poderão contribuir para a diminuição da área de citros no estado. 3.5
- Seringueira Os levantamentos finais das cinco últimas safras (2013 a
2017) de seringueira realizados pelo IEA/CATI apontam para um crescimento ano a
ano tanto no número de pés em produção quanto na produção (em kg coágulo). A
variação nesse período foi de 30,3% no número de pés em produção e de 23,3% na
produção. Em
relação à safra agrícola 2015/16, os números para 2017 indicam crescimento de
3,5% na área plantada, sendo que, quanto à área em produção, o aumento é de
8,6%. O volume produzido, 11,0% superior, ultrapassa a marca de 200 mil toneladas
de coágulo, em todo o Estado de São Paulo. A produtividade da terra, com a
média de 2.521 kg de coágulos/ha, é 2,2% maior que a anterior. A exploração da seringueira está situada, principalmente, na
região norte/noroeste do estado, tendo o EDR de São José do Rio Preto o maior
polo produtor, com 28,9% da produção paulista, seguido pelos EDR de General
Salgado (17,9%) e Barretos (9,9%) (Figura 1). Desta região, os EDRs que tiveram
altas expressivas de produção nesta safra que se finda foram General Salgado,
Presidente Prudente e Jales (Figura 1). 4
– INDICADORES DA AGRICULTURA Para a elaboração dos números
índices (Laspeyres), que refletem a evolução da agricultura paulista no ano
agrícola 2016/17 em comparação ao período anterior, foram selecionadas as
lavouras mais importantes, segundo o valor da produção. Os resultados agregados
indicam aumentos de 4,56% do volume produzido, em consequência de ganhos de 2,96%
na produtividade da terra; por sua vez, a área cultivada teve crescimento de
1,18%. As lavouras de grãos foram as que apresentaram os maiores ganhos de
produtividade da terra (11,38%) que, atrelados ao aumento em 5,45% da área
cultivada, resultam em volume produzido e a ser produzido, nesta safra, acima
do ano agrícola anterior em 17,46%. De modo
geral, esses resultados positivos para a agricultura paulista são reflexo da
maior produtividade das culturas perenes e semiperenes e das lavouras anuais
(Tabela 3). Os
resultados deste levantamento encontram-se nas tabelas 1 e 6 para o Estado de
São Paulo, por Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) na tabela 4, e por
Região Administrativa (RA) e Região Metropolitana (RM) na tabela 5. O próximo levantamento, a ser efetuado em setembro de
2017, trará informações de intenção de plantio das culturas da safra de verão
para a safra agrícola 2017/18 e resultados finais dos produtos agrícolas de
inverno e das culturas perenes (banana e café) da safra agrícola 2016/17. ___________________________________________________________________ 1Os autores
agradecem aos técnicos das Casas de Agricultura e diretores dos EDRs, da
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), pelo desempenho na coleta
dos dados. Também agradecem os comentários dos pesquisadores do CPDEEA, e a
colaboração da Diretora de Núcleo de Comunicação Institucional Talita Tavares
Ferreira, do CCTC, da oficial de apoio Irene Francisca Lucatto do Núcleo de
Infraestrutura (NIn) e da equipe do Núcleo de Informática para os Agronegócios
(NIA) do IEA.
Palavras-chave:
área,
produção, produtividade, culturas agrícolas, Estado de São Paulo.
mento
da produtividade da terra, resultando em perda na produção de 0,4%, e totalizando
457,4 mil toneladas, que representam 16,0% do volume produzido do grão. A
redução de área plantada está vinculada à decisão de muitos produtores pela
soja, dada a boa rentabilidade da cultura no período, e os ganhos de
produtividade foram resultados de favoráveis condições climáticas no
desenvolvimento da lavoura. A tabela 2 mostra a participação dos principais
EDRs em área e produção no período.
Data de Publicação: 29/08/2017
Autor(es):
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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