Teve início em agosto o plantio oficial de feijão das águas 2001/02, no Estado de São Paulo, em uma conjuntura de mercado muito favorável, não só para o feijão de cores, como também para o feijão preto. Os preços médios mensais recebidos pelos produtores paulistas neste ano para o tipo Carioca (em valores reais de julho de 2001) apresentaram-se acima da média histórica do período 1996-2000, nos meses de março e abril, com respectivamente R$72,00 e R$62,92 a saca de 60 quilos contra a média histórica de R$54,91 e R$56,60. E em julho, esses preços recebidos pelos produtores paulistas fecharam em R$55,00/sc., acima dos obtidos no mesmo mês de 1997 (R$43,46/sc.), de 1999 (R$34,85/sc.), e de 2000 (R$51,44/sc.) (figura 1).

            Esses dois picos mensais de preços observados neste ano no mercado de feijão devem-se principalmente à redução na primeira safra dessa cultura no Estado da Bahia, com queda de 58,6% na produção, provenientes das reduções na área (-17,7%) e da produtividade (-49,7%) em 2000/01, em relação à safra anterior. A redução na produção baiana, que passou de 313,4 mil toneladas em 1999/00 para 129,7 mil toneladas na safra seguinte, teve reflexos nos preços recebidos pelos produtores paulistas e também nos preços do atacado na cidade de São Paulo, principal praça de comercialização de feijão no País (tabela 1).

Fonte : Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). 
            A produção nacional de feijão no ano agrícola 2000/01 teve o seguinte desempenho, de acordo com a Conab: a primeira safra teve a queda já citada de 17,7%; a segunda safra decresceu 22,6%, e a terceira safra teve aumento de 24,5%. No cômputo geral, a produção nacional nesta safra diminuiu 16,9%, principal causa do atual nível de preços no mercado de feijão.
            A segunda safra de feijão teve redução na produção principalmente na Região Nordeste, que produziu 487,6 mil toneladas na safra 2000/01 contra 845,7 mil toneladas da safra anterior, com queda de 42,3%. Os estados mais atingidos com a estiagem, fator principal da queda na produção, foram os seguintes: Piauí (-56,6%), Ceará (-65,7%), Rio Grande do Norte (-76,5%), Paraíba (-87,8%) e Pernambuco (-59,7%), segundo a Conab (tabela 2).