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Preços Recebidos pelo Agro Paulista em Agosto
O Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária
Paulista (IqPR)1, 2 fechou o mês de agosto de 2019 em alta de 0,83%.
Separado por grupos de produtos, enquanto o IqPR-V (grupo de produtos de origem
vegetal) fechou positivo em 1,25%, o IqPR-A (produtos de origem animal) caiu
0,30% (Tabela 1). Nesta mesma tabela são apresentadas as variações da última
semana de julho e as quatro de agosto/2019 para os índices calculados com a
cana-de-açúcar e sem a cana-de-açúcar. Quando a cana-de-açúcar (que teve pequena queda de
0,03% no fechamento de agosto) é excluída do cálculo do índice na ponderação
dos produtos, a alta do IqPR (sem cana) alcança um valor percentual maior, de
1,47%. Já IqPR-V sem a cana sobe para 3,11%. Destaca-se nessa comparação o peso
que a cana de açúcar exerce no cálculo ponderado do índice vegetal (Tabela 1). Dos produtos que compõem o IqPR, destaca-se a alta
no mês de agosto/2019 da banana nanica (74,00%) (Tabela 2). Já entre os
produtos que reduziram seus preços, tiveram maior variação: batata (-14,72%),
carne suína (-13,15%) e trigo (-8,09%). Do conjunto analisado, 5 produtos apresentaram alta
de preços (4 de origem vegetal e 1 de animal) e 13 tiveram queda (10 de origem
vegetal e 3 de animal). A carne de frango não apresentou variação entre os
finais de julho/2019 e agosto/2019. ACUMULADO DOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA
O IqPR COM CANA No período de setembro/2018 a agosto/2019, todos os
índices apresentaram suas maiores altas no mês de fevereiro/2019. Influenciados
pelas perdas causadas pelo alto nível pluviométrico na segunda quinzena de
fevereiro, produtos como o tomate de mesa e a batata elevaram o índice geral
para o maior patamar dos últimos anos. O IqPR apresentou variações positivas em
oito meses: de setembro/2018 a dezembro/2018, de fevereiro/2019 a março/2019,
em junho/2019 e agosto/2019. A variação negativa ocorreu em quatro meses: em
janeiro/2019, entre abril/2019 e maio/2019, e em julho/2019 (Figura 1). No acumulado dos últimos 12 meses, todos os índices
apresentaram variações positivas: o IqPR (geral) ficou em 14,56%, o IqPR-V
(vegetal) com 16,48% e o IqPR-A (animal) com 9,68% (Figura 2). Numa realidade
na qual o Índice de Preços Pagos (IPP) calculado no Instituto de Economia
Agrícola (IEA), que apresenta um termômetro dos custos de produção
agropecuários no Estado de São Paulo, teve uma variação positiva de 8,19% no
acumulado dos últimos 12 meses, entende-se que os indicadores de renda no
agregado (preços menos custos) estiveram positivos para a agropecuária paulista
nesse intervalo. Contudo, individualmente, 11 culturas, ao terem acúmulos de
preços positivos abaixo do IPP ou negativos, dão indicativos de que obtiveram
retornos contraproducentes. São elas: as culturas de laranja para mesa
(-28,37%), de algodão (-24,10%), de laranja pa- Acima do Índice de Custos, subiram nos últimos 12
meses: batata (+246,24%), tomate para mesa (92,50%), banana nanica (+43,77%),
feijão (+42,32%), carne suína (+27,21%), amendoim (22,35%), ovos (17,13%) e
carne de frango (+10,00%). 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada,
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a
referência = 01/08/2019 a 31/08/2019 e base = 01/07/2018
a 31/07/2018. 2Artigo
completo com a metodologia: PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços
recebidos pela agropecuária paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573. Acesso em: set. 2019 Palavras-chave: IqPR,
índice, preços recebidos, índices agrícolas, variações, indicadores.
ra indústria (-17,81%), de trigo (-13,15%), de leite cru refrigerado (-9,97%),
de milho
(-9,91%), de soja (-8,02%), de café (-6,91%), de arroz (-0,69%), de
cana-de-açúcar (+5,93%) e de carne bovina (+7,50%).
Data de Publicação: 06/09/2019
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor