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Análise da Variação dos Preços Médios no Mercado Atacadista da Região Metropolitana de São Paulo – julho de 2018
Desde meados da década de 1960, o Instituto
de Economia Agrícola coleta, analisa e divulga mensalmente os preços médios
mensais coletados diariamente dos mais relevantes produtos agropecuários de
origem animal e vegetal comercializados na região metropolitana de São Paulo3.
As informações obtidas pelo levantamento referem-se à coleta diária em diversos
estabelecimentos4 que comercializam produtos alimentícios no nível
de comercialização “Atacado”. Com base nessa coleta é calculada a média simples
mensal dos preços diários5 mínimos e máximos de venda dos produtos
divulgados no boletim diário de preços. Atualmente, são pesquisados diariamente
55 itens, sendo 27 produtos de origem animal e 28 de origem vegetal. Dos produtos pesquisados diariamente,
este trabalho acompanha a variação de 24 itens, destes, 17 tiveram seus preços
reduzidos e sete apresentaram variação positiva (Tabela 1). As variações negativas dos preços dos
produtos do mercado atacadista em julho se deram devido à estabilização dos
preços após os efeitos da paralisação dos caminhoneiros e em função do período
sazonal de alguns produtos. Os itens batata e cebola tiveram queda
significativa de preços. A média de preços da batata escovada foi 16,62% menor
em relação a junho e a lavada caiu quase 25%, configurando um exemplo de produto
que foi altamente afetado pela paralisação do transporte rodoviário de cargas.
Apesar disso, é importante destacar que mesmo com as quedas de preços
observadas nos últimos dois meses, a variação anual é de +15,19% para a batata
escovada e de +10,19% para a lavada, percentuais bem superiores à inflação
acumulada do período (+4,48%)6. Em relação à cebola, a queda de
preços está relacionada com a maior oferta do produto devido à entrada da
produção nacional no mercado (Tabela 1). Os
produtos em alta são o arroz, as farinhas (mandioca e trigo) e os lácteos. Em
relação ao arroz, informações setoriais7 indicam que o produto com
predomínio de produção gaúcha está com cotações valorizadas, inclusive alcançou
seu maior valor nominal desde março de 2017, informação corroborada com os
dados do IEA, que, para preços ao produtor e no atacado, a maior cotação desde
março de 2017 foi apurada no corrente mês, julho de 2018 (Figura 1). . Os lácteos permanecem em alta (9,27% em
relação a junho/2018), ainda devido às perdas ocasionadas pela paralisação dos
caminhoneiros e ao período de inverno agravado com estiagem prolongada,
situação que prejudica a produção (Tabela 1). A evolução da variação mensal das
farinhas está retratada na figura 2. A média dos preços de julho em relação a
junho apresentaram altas de, 6,96% para a farinha de mandioca crua fina, de
3,96% para a crua grossa e de 6,05% para o produto farinha de trigo. A figura 2
mostra que os produtos iniciaram o mês em alta. As farinhas de mandioca
alcançaram pico de preços logo no dia 05/07 e após queda, voltaram a apresentar
este mesmo patamar no dia 26/07 e no final do mês houve recuo. Em relação à
farinha de trigo, a cotação realizada no dia 04/07 apresentou variação de quase
30% em relação ao preço médio de junho, ao longo do mês variou positiva e
negativamente e terminou o mês na cotação do dia 31/07, com variação negativa
de 1,24% em relação ao preço médio de junho. Como base de comparação e para
enriquecer a análise, o olhar sobre a variação mensal de preços aos produtores
da mandioca para indústria quanto para mesa apresentou valores positivos de 26%
e 12%, respectivamente. Nesse mesmo nível de comercialização, o trigo
apresentou queda de aproximadamente 13% em julho. O comportamento da farinha de
mandioca, possivelmente, está atrelado ao clima seco que prejudicou a
produtividade e a instabilidade do preço da farinha de trigo se deve,
principalmente, à variação do dólar no período e, se acompanhar a queda de
preços ao produtor, espera-se recuo nas cotações atacadistas no início do mês
de agosto. 1Os autores agradecem o empenho dos técnicos Aldo Fernando
de Lucca e Magali Aparecida Schafer de Lucca, responsáveis pelo levantamento
diário de preços, e dos estagiários Beatriz
Pontes Ruiz, Caio Daniel Pinto de Lima e Elisandra Silva Santos, que completam
a equipe de coleta de dados. 2O acompanhamento de variação dos preços médios no mercado
atacadista da região metropolitana de São Paulo será realizado mensalmente e
divulgado neste veículo. 3Também conhecida
por Grande São Paulo, foi instituída em 1973 e reorganizada em 2011 pela LC n.
1.139, e é composta por 39 municípios. Sendo, a norte: Caieiras, Cajamar,
Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã; a leste: Arujá, Biritiba-Mirim,
Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes,
Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano; a sudeste: Diadema, Mauá, Ribeirão
Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do
Sul; a sudoeste: Cotia, Embu das Artes, Embu--Guaçu, Itapecerica da Serra,
Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista; e a
oeste: Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e
Santana de Parnaíba. Ver em: EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO -
EMPLASA. Sobre a RMSP. São Paulo:
Emplasa. Disponível em: <https://www.emplasa.sp.gov.br/RMSP>.
Acesso em: ago. 2018. 4Entende-se por estabelecimento
atacadista um local físico separado onde se processam vendas no atacado, isto
é, vendas em grande quantidade para empresas (em oposição a vendas em pequena
quantidade para o consumidor final). Os compradores utilizam os bens adquiridos
para: a) revender almejando lucro (comércio atacadista ou varejista); b)
produzir outros bens (indústria); ou c) usar para fins institucionais (por
exemplo, restaurantes industriais). Conforme: PINO, F. A. et al. Levantamentos
de preços por amostragem: mercado atacadista de produtos agrícolas na cidade de
São Paulo. Agricultura em São Paulo, São Paulo, n. 47, v. 2, p. 1-19,
2000. 5Os preços coletados referem-se ao pagamento à vista,
incluindo todos os gastos (beneficiamento, industrialização, preparo,
acondicionamento, transporte, comissões, impostos, etc.). 6INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Banco
de dados. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: ago. 2018. 7PREÇO do arroz atinge maior patamar nominal desde março/17.
Brasil: Investimento e Notícias, jul. 2018. Disponível em: <http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/negocios/preco-do-arroz-atinge-maior-patamar-nominal-desde-marco-17>. Acesso em: ago. 2018. Palavras-chave: mercado atacadista,
alimentos, preços, variações, São Paulo.
Data de Publicação: 15/08/2018
Autor(es):
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor