No acumulado de janeiro a maio de 2018, as exportações do Estado de São Paulo¹ somaram US$21,18 bilhões (22,6% do total nacional) e as importações²_, US$24,50 bilhões (35,9% do total nacional), registrando um deficit de US$3,32 bilhões. Em relação ao período de janeiro a maio de 2017, o valor das exportações paulistas cresceu 6,2% e o das importações 15,7%, aumentando o deficit comercial (167,7%) (Figura 1).  Comparando-se os valores acumulados no período de janeiro a maio de 2018 com o mesmo período de 2017, as exportações paulistas subiram (+6,2%) menos do que o das exportações brasileiras (+6,5%); também nas importações, o crescimento em São Paulo (+15,7%) foi menor do que no Brasil (+17,9%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista aumentou 167,7%, enquanto o superavit da balança comercial brasileira recuou 16,7%.

Ao se analisar o comportamento mensal, no mês de maio de 2018, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$4,04 bilhões e as importações US$5,04 bilhões, registrando um deficit de US$1,0 bilhão. Na comparação com maio de 2017, o valor das exportações paulistas caiu 10,6%, enquanto o valor das importações cresceu 12,5% (Tabela 1). Esse desempenho negativo das exportações paulistas, em parte, é reflexo da greve dos caminhoneiros iniciada em 20/05, com bloqueios nas estradas e no porto de Santos, principal canal de embarque de mercadorias para o exterior.

Em uma análise setorial, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2018, o agronegócio³ paulista apresentou queda nas exportações (-6,7%), atingindo US$7,08 bilhões; enquanto as importações subiram (+4,3%), somando US$2,17 bilhões, reduzindo em 10,9% o saldo comercial em relação a 2017, registrando US$4,91 bilhões (Figura 2).

Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$22,33 bilhões, e as exportações, US$14,10 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$8,23 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$4,91 bilhões).

A tabela 2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio paulista. Nota-se uma recuperação de 29,2% nas exportações no mês de maio de 2018 em relação ao mês anterior, tal resultado é derivado dos aumentos dos volumes exportados dos principais grupos de produtos da pauta da exportação paulistas, com destaques para complexo sucroalcooleiro (118%), carnes (52%), complexo soja (37%) e sucos (13%). Apesar desse bom desempenho, a comparação de maio de 2018 com maio de 2017 mostra queda de 5,3%.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 4,7 pontos percentuais, enquanto a participação das importações recuou 0,9 ponto percentual, comparando-se o período de janeiro a maio de 2018 com o de 2017 (Figura 3).

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$24,17 bilhões de janeiro a maio de 2018, com exportações de US$93,63 bilhões e importações de US$69,46 bilhões. O menor superavit comercial (-16,7%) resultou do aumento nas importações (+17,9%) superior ao das exportações (+6,5%) (Figura 4).

No tocante aos dados mensais, no mês de maio de 2018, as exportações brasileiras recuaram 2,8% em relação a maio de 2017, totalizando US$19,24 bilhões, enquanto as importações cresceram 9,3% no mesmo período, somando US$13,26 bilhões. Assim, o resultado da balança comercial brasileira apresentou superavit de US$5,98 bilhões, porém, 21,9% menor do que o registrado em maio de 2017 (Tabela 3).

De janeiro a maio de 2018, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$40,32 bilhões (43,1% do total). Já as importações do setor recuaram 2,4%, também comparadas com janeiro a maio de 2017, somando US$5,99 bilhões (8,6% do total). O superavit do agronegócio no período 2018 foi de US$34,33 bilhões, sendo 4,9% superior ao mesmo período do ano anterior (Figura 5).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$53,31 bilhões e importações de US$63,47 bilhões, produziram no um deficit de US$10,16 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do país diminuiu em termos das exportações (-1,1 ponto percentual) e também no tocante às importações (-1,8 ponto percentual) (Figura 6).

3 - DESEMPENHO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira apresentou ligeira diminuição nas exportações (-0,1 ponto percentual) e nas importações (-0,7 ponto percentual) (Figura 7).

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo nos cinco primeiros meses de 2018 representaram 17,6%, ou seja, 1,9 ponto percentual inferior a 2017, enquanto as importações representaram 36,2%, sendo 2,3 pontos percentuais superior ao verificado no mesmo período do ano anterior (Figura 8).

¹Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

²Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

³Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/ servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: jun. 2018. 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior.