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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Setembro de 2016
De janeiro a
setembro de 2016, as exportações1 do Estado de São Paulo somaram US$34,47
bilhões (24,7% do total nacional), e as importações2, US$38,66
bilhões (37,5% do total nacional), registrando deficit de US$4,19 bilhões. Em relação ao período de janeiro a
setembro de 2015, o valor das exportações paulistas aumentou 2,3% e o das
importações caiu 21,9%, reduzindo em 73,0% o deficit comercial (Figura 1). Comparando-se os primeiros nove meses
de 2016 e 2015, as exportações paulistas cresceram (+2,3%), enquanto as
brasileiras diminuíram (-3,6%); nas importações, o decréscimo em São Paulo
(-21,9%) foi menor do que no Brasil (-23,1%). Assim, na conjunção dos
desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de
73,0%, enquanto o superavit da
balança comercial brasileira atingiu US$36,18 bilhões, mais do que o triplo de
igual período do ano anterior. O
agronegócio3 paulista apresentou exportações crescentes
(+17,5%), atingindo US$13,75 bilhões; as importações setoriais caíram (-14,8%),
somando US$3,34 bilhões, resultando em um superavit de US$10,41 bilhões, o que representa aumento de
33,8% no saldo comercial do agronegócio em relação aos nove primeiros meses de
2015 (Figura 2). Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores -
exclusive o agronegócio - somaram US$35,32 bilhões e as exportações US$20,72
bilhões, gerando um deficit comercial
desse agregado, de US$14,60 bilhões de janeiro a setembro de 2016. Assim,
conclui- -se que o comércio exterior paulista seria muito mais deficitário não
fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio paulista, no período de janeiro a
setembro de 2016, foram: complexo sucroalcooleiro (US$5,82 bilhões); carnes (US$1,50
bilhão, em que a carne bovina respondeu por 79,5%); sucos (US$1,39 bilhão, dos
quais 97,9% referentes a sucos de laranja); complexo soja (US$1,33 bilhão); e produtos florestais (US$1,15 bilhão).
Esses cinco agregados representaram 81,4% das vendas externas setoriais
paulistas (Tabela 1). Tiveram
crescimento, na comparação do período de janeiro a setembro de 2016 com o de
2015, as exportações paulistas de: pescados (+490,3%); complexo sucroalcooleiro
(+55,1%); animais vivos (+54,2%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (+38,5%); produtos apícolas (+26,2%); demais produtos de origem
vegetal (+22,0%); frutas (+10,9%); chá, mate e especiarias (+8,6%); complexo
soja (+7,8%); sucos (+4,1%); demais produtos de origem animal (+3,9); cereais,
farinhas e preparações (+3,8%); carnes (+1,9%); rações para animais (+1,2%);
fibras e produtos têxteis (+0,6%); e produtos alimentícios diversos (+0,3%). Houve redução nas demais4, ou seja:
lácteos (-28,1%); couros, produtos de couro e peleteria (-18,5%); café
(-17,7%); plantas vivas e produtos de floricultura (-13,7%); produtos
florestais (-9,2%); produtos oleaginosos (-7,8%); bebidas (-6,3%); e cacau e
seus produtos (-4,3%) (Tabela 1). A participação
das exportações do agronegócio paulista no total do estado aumentou 5,2 pontos
percentuais, e a participação das importações cresceu 0,7 ponto percentual, na
comparação dos primeiros nove meses de 2015 e 2016 (Figura 3). A balança
comercial brasileira registrou superavit
de US$36,18 bilhões no período de janeiro a setembro de 2016, com exportações
de US$139,37 bilhões e importações de US$103,19 bilhões. O aumento no superavit comercial ocorreu em função de
queda nas importações (-23,1%) maior do que a das exportações (-3,6%) (Figura
4). De janeiro a
setembro de 2016, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 0,6% em
relação a igual período do ano anterior, atingindo US$67,36 bilhões (48,3% do
total). Já as importações do setor diminuíram 3,4%, também na comparação com os
nove primeiros meses de 2015, somando US$9,79 bilhões (9,5% do total). O superavit do agronegócio no período foi
de US$57,57 bilhões, 1,3% superior ao de janeiro-setembro do ano passado
(Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário
devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com
exportações US$72,01 bilhões e importações de US$93,40 bilhões, produziram no
período um deficit de US$21,39
bilhões. Os cinco principais
grupos do agronegócio brasileiro nas exportações do período janeiro a setembro
de 2016 foram: complexo soja
(US$23,52 bilhões); carnes (US$10,74 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$8,17
bilhões); produtos florestais (US$7,58 bilhões); e café (US$3,71 bilhões). Esses cinco agregados responderam por
79,7% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação
com janeiro a setembro de 2015, aumentaram as exportações de: complexo
sucroalcooleiro (+37,7%); cereais, farinhas e preparações (+25,6%); cacau e
seus produtos (+14,9%); pescados (+14,0%); fibras e produtos têxteis (+12,2%);
rações para animais (+8,6%); demais produtos de origem vegetal (+6,0%); sucos
(+5,3%); demais produtos de origem animal (+2,1%); produtos alimentícios
diversos (+1,8%); e produtos apícolas (+0,8%). Diminuíram as exportações de:
lácteos (-47,7%); bebidas (-23,0%); plantas vivas e produtos de floricultura
(-19,9%); café (-19,5%); produtos oleaginosos (-19,0%); animais vivos (-17,2%);
chá, mate e especiarias (-15,5%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (-13,9%); fumo e seus produtos
(-12,6%); couros, produtos de couro e peleteria (-10,4%); complexo soja
(-4,0%); carnes (-2,1%); frutas (-1,8%); e produtos florestais (-0,6%) (Tabela
2). A participação
do agronegócio no total do país aumentou 2,0 pontos percentuais, tanto nas
exportações, quanto nas importações (Figura 6). A participação
paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das
exportações (+1,4 ponto percentual) e também no tocante às importações (+0,6
ponto percentual) (Figura 7). Em relação ao
agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período de
janeiro a setembro de 2016 representaram 20,4%, percentual 2,9 pontos superior
ao de janeiro a setembro de 2015, enquanto as importações representaram 34,1%,
sendo 4,6 pontos percentuais inferior à representatividade verificada no mesmo
período do ano anterior (Figura 8). A participação
do agronegócio paulista no agronegócio nacional, no período de janeiro a
setembro de 2016, destacou-se nos grupos: sucos (87,0%); produtos alimentícios
diversos (75,8%); complexo sucroalcooleiro (71,3%); plantas vivas e produtos de
floricultura (62,8%); demais produtos de origem vegetal (55,8%); produtos
oleaginosos (46,8%); demais produtos de origem animal (44,1%); rações para
animais (39,8%); animais vivos (34,1%); produtos apícolas (28,4%); lácteos
(27,5%); e bebidas (25,6%) (Tabela 3). Em relação ao
mesmo período do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de
São Paulo nos grupos: animais vivos (+15,8 pontos percentuais); complexo
sucroalcooleiro (+8,0 pontos percentuais); produtos hortícolas, leguminosas,
raízes e tubérculos (+7,6 pontos percentuais); lácteos (+7,5 pontos
percentuais); demais produtos de origem vegetal
(+7,3 pontos percentuais); produtos apícolas (+5,7 pontos percentuais);
produtos oleaginosos (+5,7 pontos percentuais); bebidas (+4,6 pontos percentuais);
e plantas vivas e produtos de floricultura (+4,5 pontos percentuais). Já as
maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: rações para animais
(-2,9 pontos percentuais); cacau e seus produtos (-2,3 pontos percentuais);
couros, produtos de couro e peleteria (-2,1 pontos percentuais); produtos
florestais (-1,4 ponto percentual); e produtos alimentícios diversos (-1,2
ponto percentual) (Tabela 3). ________________________________________________ 1Estado produtor
(unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os
minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de produtos
do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://agrostat2.agricultura.gov.br/index. 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações nos primeiros nove meses de 2016). Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações,
importações.
htm>. Acesso em: out. 2016.
Data de Publicação: 13/10/2016
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor