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Estimativa de Oferta e Demanda de Milho no Estado de São Paulo em 2016
A
primeira estimativa de oferta e demanda de milho no Estado de São Paulo em
2016, da Câmara Setorial de Milho, confirma a trajetória de recuperação da
oferta, com aumento da produção da primeira safra com 2,746 milhões de
toneladas, e a segunda safra atingindo 1,974 milhão de toneladas do cereal,
representando, respectivamente, expansão de 1,8% e 5,5% em relação ao ano
anterior (Tabela 1). Não fosse a preferência do produtor pela soja na primeira
safra, o crescimento da produção de milho seria ainda mais destacado. Em 2015, as produções
de carnes de frango e ovos exibiram excepcional desempenho. No início de 2016,
manteve-se otimismo no segmento em razão dos preços praticados pelo grão (ainda
que alavancados pela majoração da taxa de câmbio) e pelo incremento das
exportações. O drive exportador
produziu escassez do grão para o suprimento do mercado interno. Tal majoração
nos preços refletiu-se no aumento de custos da produção animal (rações),
induzindo estagnação da produção avícola. Fator associado ao custo do
arraçoamento deve também ser considerado nessa estagnação como o representado
pela redução da demanda por carne e ovos, devido ao achatamento da renda das
famílias. A partir de consultas
aos técnicos e representantes dos segmentos da cadeia produtiva do milho
atuantes no Estado de São Paulo, espera-se crescimento de 0,5% e 0,6% na
produção avícola (carne e ovos). Quanto à suinocultura, a demanda de milho
poderá ter igualmente acréscimo de 0,5%. A estimativa do consumo industrial
pode alcançar 1,39 milhão de toneladas de milho, e para o não comercial, 487
mil toneladas. Somadas as expectativas de demanda pelo grão, espera-se que no Estado
de São Paulo sejam consumidas 8,388 milhões de toneladas de milho em grão, ou
seja, 3,7% a mais que em 2015. Tal patamar de oferta permitirá redução de 9,3%
no volume importado por São Paulo de outros estados. As acentuadas
flutuações na cotação do milho criam dificuldades ao produtor na tomada de
decisão e no planejamento das ações futuras. Esses custos afetam, igualmente, a
demanda no consumo animal e industrial em que saltos de preços encontram
restrições no repasse ao consumidor. Com a ajuda do câmbio
que ocasionou aceleração dos embarques ao longo do primeiro trimestre, os
preços do milho no mercado interno tiveram aumento no segundo trimestre. Por
sua vez, com expectativa de quebra da segunda safra e pela falta de estratégia
visando o abastecimento do produto pelos consumidores (criadores e indústria),
que não estavam posicionados por meio de contratos futuros, favoreceu-se ainda
mais a alta de preços altos. Segundo a Secretaria de
Comércio Exterior (SECEX)2, em 2015 foram embarcados 1,488 milhão de
toneladas somente pelo Estado de São Paulo. Como os carregamentos das
exportações de milho são mais concentradas no primeiro e o último trimestre do
ano, pode-se esperar manutenção da pressão sobre as cotações. __________________________________ 1O autor agradece
a colaboração do Agente de Apoio à Pesquisa Científica Paulo Caldeira Franco. 2MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Secretaria de Comércio Exterior
- MDIC/SECEX. Sistemas de análise das
informações de comércio exterior (ALICE). Disponível em:
<http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/>. Acesso em: 20 maio 2016. Palavras-chave:
câmara setorial, consumo, demanda, milho, oferta, produção.
Data de Publicação: 17/08/2016
Autor(es): Maximiliano Miura (maximiliano.miura@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor