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Estimativa do Valor da Produção Agropecuária do Estado de São Paulo de 2015: resultado final
O cálculo do Valor da Produção Agropecuária (VPA)
permite fazer uma análise do desempenho do setor e suas atividades no período
considerado. A estimativa do VPA no ano de 2015 é resultado da contabilização
da estimativa final da produção e dos preços recebidos pelos produtores do
Estado de São Paulo de 53 produtos selecionados, durante os meses de 2015,
considerando aqueles de maior participação na renda bruta total da agropecuária
paulista. Os números da produção vegetal e animal são os dos
levantamentos sistemáticos de previsões e estimativas de safra realizados em
todos os municípios pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Os preços dos produtos agropecuários são os
levantados pelo IEA, organizados segundo a Metodologia dos Preços Médios
Recebidos pela Agricultura Paulista (PMR), obtidos no banco de dados do instituto,
inclusive os da cana-de-açúcar que, a partir de maio de 2015, voltou a ser
calculado por essa metodologia1. Os de produtos olerícolas (exceto
batata, cebola, mandioca para mesa e tomate) e frutas (exceto banana, laranja
para mesa, limão e tangerina) são os da Companhia de Entreposto e Armazéns
Gerais de São Paulo (CEAGESP), ponderados por variedade para cada espécie e
decompostos a partir dos preços de venda no atacado2. Os preços dos
produtos florestais foram extraídos da pesquisa Mercados Florestais do IEA e os
de produção tiveram como fonte primária as entidades de classe do setor3. Os preços médios recebidos pelos produtores são
valores correntes de janeiro a dezembro de 2014 e 2015. Para efeito de
comparação, os preços de 2015 foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), resultando em uma inflação anual de 10,67%4. As variações do VPA de 2015 relativas a 2014 foram
calculadas com base em índices de preços e de quantidade elaborados pela
fórmula de Fisher (base 2014 = 100), para o grupo de produtos considerados e
classificados conforme suas peculiaridades em: produtos para indústria;
produtos animais; frutas frescas; grãos e fibras; olerícolas; e produtos
florestais5. O VPA paulista calculado para 2015, de R$63,9
bilhões, revela um crescimento de 14,6%, comparativamente ao resultado de 2014.
Deflacionando os preços, o valor cai para R$57,1 bilhões e revela, portanto, um
crescimento real de 2,4% possibilitado, notadamente, pelas elevações de preços
acima da inflação em cinco dos dez produtos de maior VPA, com destaque para os
de carne bovina (16,10%); além disso, reflete também a expressiva elevação nos
volumes produzidos de soja (40,25%), milho (18,95%) e cana-de- -açúcar
(7,96%). Ainda nesse rol dos dez produtos de maiores VPAs, destacam-se o
crescimento dos VPAs de soja (50,05%), milho (29,37%) e carne bovina (21,91%). Considerando
os 53 produtos selecionados para o estudo, 19 deles tiveram seus preços
aumentados em níveis superiores ao da inflação. Destaca-se a seguir o tomate para mesa, com elevação
de preço em 41,01%, com crescimento do VPA na ordem de 44,56%. Outro produto
olerícola que teve seu VPA majorado expressivamente foi a batata, basicamente
em função da elevação de seus preços em 38,1%, compensando largamente a redução
de 5,4% na produção. Mesmo assim, subiu apenas uma posição no ranking estadual, da 13ª em 2014 para a
12ª colocação em 2015. Entre os produtos olerícolas que apresentaram fortes
elevações de VPA estão a abobrinha e a abóbora (67,80% e 63,97%, respectivamente),
devido a consideráveis aumentos de preço e produção em ambos. Entre os produtos que não estão entre os dez
primeiros do ranking, mas são
igualmente importantes para compor o VPA total do estado, o feijão também
apresentou majorações de VPA significativas. Componente de destaque no hábito
alimentar brasileiro e indispensável na cesta básica, teve elevação de 40,02%,
também compensando com folga a redução de 6,83% na produção, uma vez que seu
preço médio aumentou 50,28%. O amendoim em casca, produto em que o Estado de
São Paulo se destaca, com mais de 80% da produção nacional, teve seu VPA
elevado em 45,95%, principalmente em função do expressivo aumento da produção
(36,48%), além de expansão de 6,94% no preço médio de 2015. Entre os dez primeiros produtos no ranking de maiores VPAs, apresentaram
redução apenas o do café beneficiado (2,18%) e o do leite (5,94%), basicamente
em função de queda na produção. No caso do café, houve aumento dos preços, mas
insuficiente para compensar o decréscimo da produção, que ainda é reflexo da
escassez hídrica de 2014. Já a queda do VPA do leite decorre de ambos os
fatores, redução de preço e de produção. O VPA da soja, que em 2014 ocupava a nona colocação,
em 2015 evoluiu para sexta colocação. O VPA dos ovos no mesmo período foi do oitavo
para o sétimo lugar. Já o VPA do leite e o de café beneficiado perderam
posição, da sexta para a nona e da sétima para a décima, respectivamente. O VPA da mandioca para indústria, mesmo com um
aumento de produção de 15,86%, acusou redução de 32,04%, devido à queda de
41,35% nos seus preços, principalmente porque estes estiveram muito elevados
nos períodos anteriores, durante o ano de 2013 e início de 2014, quando a
demanda da região Nordeste do país pressionava os preços em função da estiagem. Entre os grupos de produtos, a variação do VPA do
grupo de grãos e fibras e o de olerícolas supera largamente a inflação anual,
contribuindo assim para o resultado positivo do VPA total do estado. O menor
desempenho foi o do grupo de frutas frescas. A banana, fruta fresca que
apresenta o maior VPA do grupo, caiu da 11ª para a 12ª colocação, decorrente de
uma queda de 0,96% em seu VPA. Outras frutas frescas também apresentaram
redução de VPA, contribuindo para o menor desempenho do grupo como o do limão (2ª
colocação) e, principalmente, o de pêssego (48,91%) por conta da queda de
44,36% no seu preço recebido. Porém, frutas como abacate, caqui, tangerina e
laranja para mesa sustentaram o crescimento do grupo. Já os grupos de produtos
para indústria, animais e florestais acusaram VPA ao redor de 12,00% acima dos
obtidos em 2014, por conta de ganhos tanto na produção quanto nos preços
recebidos (Tabela 1). 1INSTITUTO DE
ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco de dados.
São Paulo: IEA. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/bancodedados.html>. Acesso em: mar. 2016. 2COMPANHIA DE
ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP. Banco de dados. São Paulo: CEAGESP. Disponível em:
<http://www.ceagesp.gov.br/>. Acesso em: abr. 2016. 3Op. cit. nota 1. 4INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Banco de dados. Rio de
Janeiro: IBGE. Disponível em:
<http://www.portaldefinancas.com/ipca_ibge.htm>. Acesso em: abr. 2016.
5HOFFMANN, R. Estatística para economistas. 2. Ed.
São Paulo: Pioneira, 1991. 42 p.
Data de Publicação: 14/04/2016
Autor(es):
José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Eduardo Pires Castanho Filho (castanho@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor