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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: alta de 4,31% em março de 2016
O Índice Quadrissemanal de
Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a
variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas) encerrou o mês de
março de 2016 com alta de 4,31% na comparação com o mês anterior. Na
decomposição dos grupos de produtos, tanto o IqPR-V (produtos de origem
vegetal) como o IqPR-A (produtos de origem animal) fecharam com altas de 4,57%
e 3,52%, respectivamente (Tabela 1). Na tabela 1 são apresentados os
resultados das variações dos índices entre as últimas semanas de fevereiro/2016
e março/2016. Nesse período, o IqPR subiu 2,86 pontos percentuais em relação ao
mês anterior; e nas 4 quadrissemanas do mês de março, as variações apresentaram
também comportamento altista, ou seja, em todas quadrissemanas os índices se
elevaram (passando de 2,14% na primeira semana para o 4,31% na última). Notam-se
também os mesmos comportamentos para os índices de origem vegetal e animal, com
o IqPR-V apresentando aceleração (de 1,78% na primeira quadrissemana passa para
um fechamento mensal de 4,57%) e o IqPR-A, que recua somente na última
quadrissemana do mês, fechando contudo 3,52% acima do índice de fevereiro. Quando a cana-de-açúcar (que em
março teve alta na tonelada no campo de 2,52%) é excluída do cálculo do índice
na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) regis-tra alta de 6,25%,
1,94 ponto percentual acima do IqPR com cana. Isoladamente, os produtos
vegetais analisados tiveram forte variação de 9,18% (Tabela 1). Os produtos do IqPR que apresentaram elevações nas
cotações do mês de março/2016 em relação a fevereiro/2016 foram, pela ordem:
banana nanica (43,76%), laranja para indústria (24%), tomate para mesa (7,23%),
ovos (6,78%), laranja para mesa (6,09%), carne de frango (5,66%), trigo
(5,58%), milho (5,46%), carne suína (4,70%), leite (2,74%), cana (2,52%), carne
bovina (1,71%) e amendoim (0,84%) (Tabela 2). No que se refere à banana nanica, as fortes chuvas
que reduziram a oferta e o início das aulas (que incrementou a demanda) foram
os principais motivos da subida dos preços do produto no mercado produtor
paulista. Já a laranja para
indústria apresentou no reajuste dos embarques de suco principalmente para o
mercado europeu o indicativo do melhor preço oferecido pelas empresas
beneficiadoras. Os produtos que apresentaram quedas de preços no mês
de março/2016 foram: batata (18,81%), arroz (10,80%), feijão (8,37%), soja
(3,20%), algodão (3,04%) e café (0,76%) (Tabela 2). A batata, após a Semana Santa, manteve um nível de
oferta aquecido que não foi acompanhado pelos consumidores, rebaixando os
preços recebidos pelo produtor paulista. Em resumo, no mês de março/2016, 13 produtos
apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 6 de animal) e 6
apresentaram queda (todos de origem vegetal) (Tabela 2). ACUMULADO
DOS ÚLTIMOS 12 MESES No acumulado dos últimos 12 meses (março/2015 a
março/2016), os três índices apurados (IqPR, IqPR-V e IqPR-A) registraram altas
nas variações e fecharam respectivamente em 18,47%, 19,92% e 13,82% (Tabela 1 e
Figura 1). Retirado o produto cana-de-açúcar (cujo valor da
tonelada campo teve variação positiva de 13,06% na comparação com março de
2015), os índices acumulados encerraram o último mês de 2016 com valorizações
maiores: o IqPR (sem cana) atinge para 24,02%, enquanto o IqPR-V (sem cana)
sobe para 34,58%. Esses números realçam que grande parte dos produtos vegetais
teve seus preços com variações bem maiores do que a cana no acumulado destes 12
meses (Tabela 1). Na figura 1, observam-se as
variações acumuladas mensalmente dos três índices (IqPR, IqPR-V e IqPR-A). De
um modo geral, apresentam praticamente o mesmo comportamento, com crescimentos
bastante significativos a partir do mês de agosto/2015. Por um lado, em parte,
é reflexo da desvalorização do real frente ao dólar que amplia o mercado
interno de produtos para exportação, e por outro lado encarece os custos de
produção pela utilização de insumos importados. Fatores como aumento dos
combustíveis e tarifas de energia elétrica também contribuíram no aumento dos
custos, que foram repassados para os produtos. Comparando os preços entre março/2016 e março/2015,
apenas batata (-22,4%) e carne suína (-6,14%) apresentaram quedas em suas
cotações. Com altas significativas, laranja para indústria (61,5%), milho
(57,87%), banana nanica (46,49%), trigo (37,41%), feijão (35,28%), algodão
(35,23%), amendoim (28,96%), ovos (26,95%), carne de frango (16,67%) e soja
(16,14%) subiram acima do Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP),
calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) nos últimos 12 meses (alta
de 15,16%)3. Abaixo do patamar desse indicador, que
indica os reajustes dos custos de produção, estão as variações das seguintes
culturas: leite cru resfriado (15,03%), laranja para mesa (13,24%),
cana-de-açúcar (13,06%), café (9,73%), carne bovina (7,68%), tomate para mesa
(6,16%) e arroz (4,72%) (Tabela 2). ________________________________________ 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada,
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a
referência = 01/03/2016 a 31/03/2016 e base = 01/02/2016 a 29/02/2016. 2Artigo completo
com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: abr.
2016. 3O Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) consiste em uma
medida de caráter geral das variações nos preços dos insumos e serviços
comprados pelos agricultores. Ele é composto por produtos de natureza
industrial (como adubos, defensivos, vacinas, medicamentos, combustíveis,
lubrificantes e outros), produtos de natureza agrícola (como sementes, mudas e
adubos vegetais e animais), máquinas e equipamentos.
Data de Publicação: 15/04/2016
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor