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Preços Agropecuários: queda de 0,13% no fechamento do mês de Novembro de 2013
O Índice
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 (que mede a variação de preços recebidos
pelos produtores paulistas), encerrou o mês de Novembro de 2013 com ligeira
baixa de 0,13%. Separados em grupo de produtos, o IqPR-V (grupo de produtos de
origem vegetal) subiu 1,65%, enquanto que o IqPR-A (grupo de produtos de origem
animal) registrou forte queda de 5,48% (Tabela 1). Tabela 1 - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária
Paulista, Novembro de 2013 e Acumulado nos Últimos 12 Meses. Quando a cana-de-açúcar (que em Novembro teve pequena
variação de -0,11%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos,
o IqPR fica praticamente estável e fecha em -0,14%. Já o IqPR-V (sem cana) tem
forte alta e registra 5,56% (Tabela 1). Tabela 2 - Variações das Cotações
dos Produtos, Estado de São Paulo, Novembro de 2013. Os produtos
do IqPR que registraram as maiores altas no mês de Novembro foram: tomate para mesa (18,21%), laranja para indústria
(16,43%), batata (14,97%) e laranja para mesa (11,87%). Seguem com alta, mas em
menor escala: amendoim (4,31%), milho (3,28%), soja (1,46%), carne bovina (0,48%)
e arroz (0,28%) (Tabela 2). Período de
menor produção (com o aumento do calor e das chuvas), o preço do tomate mantém
sua escalada de alta que perdurará possivelmente até o inicio de 2014. No caso das
laranjas, a presença de uma oferta reduzida, a limitação no momento atual de uma colheita
focada prioritariamente nas variedades tardias (mantém-se boa produtividade na
entressafra somente os laranjais irrigados que, em contrapartida, tem custos
elevados antes das chuvas de verão) e o aumento da demanda ocasionado pelos
picos de calor, já na primavera, ascendem os preços recebidos pelos citricultores.
Para os produtores de laranja para mesa, mesmo com a alta verificada no
período, os custos de produção continuam elevados, principalmente no combate aos
problemas fitossanitários. Por outro lado o direcionamento de parte da laranja
para indústria, postas in-natura,
para os consumidores tem cooperado para esses ganhos. A antecipação
da colheita paulista de batata em outubro, aliada às chuvas da primeira
quinzena de novembro, reduziram a oferta do produto neste último mês e elevaram
os preços recebidos pelos produtores. Os produtos
que apresentaram quedas mais expressivas de preços neste mês foram: banana
nanica (16,32%), ovos (15,31%), carne de frango (12,49%), trigo (8,35%), feijão
(7,94%), leite B (6,69%), café (5,70%) e leite C (5,43%). Com menores variações
aparecem carne suína (2,13%), algodão (1,80%) e cana-de-açúcar (0,11%) (Tabela
2). Para a banana,
o clima mais quente e úmido que acelera a formação dos cachos e aumenta a
oferta do produto colaborou para a redução do seu preço em novembro. Com valor
bem acima da média, verificada no mesmo período dos anos anteriores, a
tendência é de maior redução com a entrada no mercado das frutas de época tradicionais
das festas de final do ano. O aumento da oferta de ovos, quando
as galinhas passam a produzir mais ovos nos dias quentes da primavera, reduziu
os preços aos granjeiros. Isso tem levado muitos a anteciparem os descartes de
galinhas rumo a uma melhor relação de oferta e procura. A carne de frango registrou queda
nas cotações em novembro, tendo uma oferta maior (descarte) do que a demanda,
porém a média mensal do preço nos meses de setembro e outubro/13 estava bem
acima das médias dos mesmos períodos dos anos anteriores. Com a expansão nos
volumes exportados e o esperado aumento da demanda com a presença da primeira
parcela do 13º salário, no final de novembro, pode-se esperar o reajuste dos
preços recebidos pelos avicultores para o mês de dezembro. No caso do feijão, o recuo das cotações
acontece com inicio da colheita da safra nova, antecipada por parte dos produtores, devido ao
excesso de chuvas que afetaram o bom desenvolvimento da cultura e a qualidade
do produto. Para os leites (B e C), com o final da
entressafra e melhor qualidade dos pastos, elevou-se a produção, provando um recuo
nas cotações. As cotações da saca de café no estado de
São Paulo acompanharam as quedas observadas no mercado internacional. Mesmo com
a leve recuperação das cotações no final do mês de novembro, não foi suficiente
para reverter o quadro de baixa. Na região de Ourinhos, produtores chegam a
comercializar a saca de café na faixa de R$ 200,00, devido ao alto estoque. Em resumo, em Novembro, 9 produtos
apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 1 de origem animal) e 11
apresentaram queda (6 vegetais e 5 de origem animal). Acumulado nos últimos 12 meses No acumulado dos últimos 12 meses (Novembro/12 a Novembro/13),
o IqPR registrou variação positiva de 3,67%, puxado pela alta do IqPR-A
(animal) que no acumulado valorizou 8,09%, enquanto que no IqPR-V (produtos
vegetais) a valorização no acumulado foi menor e fechou em 2,19%. Sem o produto
cana-de-açúcar (cujo valor do ATR teve variação negativa de 6,87% na comparação
de novembro/13 ante ao mesmo período do ano anterior), os índices acumulados têm
forte valorização: o IqPR sobe para 14,73% e o IqPR-V (vegetais) vai para 21,19%
(Tabela 1). Na figura 1 é possível visualizar a evolução das variações
dos índices. O IqPR (linha azul contínua) e IqPR sem a
cana (linha azul tracejada) apresentam a mesma linha de tendência, porém o
índice sem a cana teve valorização superior em 11,06 pontos percentuais. Essa
diferença demonstra como os preços agropecuários paulistas são fortemente
influenciados pelos preços da cana-de-açúcar. O mesmo efeito ocorre nos índices de produtos vegetais:
IqPR-V (linha verde contínua) com alta de 2,19% e IqPR-V sem cana (linha verde
tracejada) ascensão de 21,19%. Com picos de alta nos meses de abril e maio,
ocasionados pela escassez dos produtos perecíveis (tomate, batata e feijão), o
índice em seguida apresenta quedas expressivas com a normalização da produção
desses mesmos produtos (perecíveis) e da cultura do milho. A partir de setembro
o índice dos vegetais dá sinais de recuperação, com mais força neste mês de
novembro (Figura 1). No caso dos produtos animais (IqPR-A), o acumulado nos
últimos 12 meses registrou alta de 8,09%. O indicador mostra comportamento
ascendente até fevereiro/13, com a elevação dos custos da ração animal e os
repasses de preços para carne suína, frango e dos ovos. De março até junho/13
apresentam forte queda com as desvalorizações das carnes (suína e frango).
Entre julho e outubro/13 (período de entressafra) a oferta menor dos produtos
desse grupo (leites) e abates de matrizes (frangos e suínos), geraram forte
valorização do indicador e em novembro/13, com o final da entressafra, a oferta
maior tem levado os preços ao recuo e consequentemente o índice tem forte queda
(Figura 1). Figura 1.
Evolução das Variações dos Índices Acumulados Quadrissemanal de Preços Recebidos
pela Agropecuária Paulista Com e Sem Cana-de-Açúcar, Novembro/12 a Novembro/13.
Apresentaram aumentos em patamares mais elevados que a
inflação acumulada para os últimos 12 meses, medida pelo IPCA-IBGE (5,84%, outubro/13):
banana nanica (102,44%), laranja para mesa (84,57%), tomate para mesa (50,74%),
batata (33,91%), trigo (33,79%), laranja para indústria (33,04%), algodão
(31,31%), leite C (17,40%), leite B (16,32%) e carne bovina (11,62%) (Tabela
2). Apresentaram reduções de preços os seguintes produtos: café
(33,93%), feijão (29,40%), milho (25,86%), arroz (11,28%), ovos (9,58%), cana-de-açúcar
(6,87%), soja (5,00%), carne de frango (3,19%) e amendoim (1,88) (Tabela 2). A tabela 3 mostra o comportamento das variações acumuladas
dos períodos mensais de 2013. Nota-se que o IqPR, acumulado de novembro/12-13
(3,67%), mostra-se crescente em relação a outubro/12-13, depois de permanecer
com índices negativos nos acumulados de julho/12- Tabela 3 - Variações Acumuladas
(%) dos Últimos 12 Meses, Períodos Mensais de 2013, Estado de São Paulo ¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres
modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações
diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de
Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro
últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas
(base), sendo a referência = 01/11/2013 a 30/11/2013 e base = 01/10/2013 a 31/10/2013. ²Artigo
completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.;
Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária
Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008.
Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
.
Data de Publicação: 06/12/2013
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor