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Preços Agropecuários Paulistas:queda de 1,05% no fechamento do mês de junho de 2013
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela
Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 encerrou o mês de junho de 2013 em
queda de 1,05%. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem
vegetal) fechou em baixa de 1,68%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem
animal) registrou alta de 0,63% (Tabela 1). Quando a cana-de-açúcar (que em junho fechou em queda de
1,21%) é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação
dos produtos, a variação dos índices em junho permanecem negativos, o IqPR tem
desvalorização menor e fecha em -0,87% e o IqPR-V registra -2,46% (Tabela 1).
Essa desvalorização maior no grupo de origem vegetal se deve as quedas das
cotações para grande parte dos produtos, puxados principalmente pelas cotações
do feijão, tomate, batata e laranja para mesa (Tabela 2). Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas no
mês de junho foram: soja (13,45%), carne suína (10,70%), leite B (4,83%), carne
de frango (3,75%) e trigo (3,06%) (Tabela 2). Para a soja, os bons números das exportações associadas à
valorização do dólar elevaram as cotações no mercado interno. No caso da carne suína, os aumentos no consumo interno e
das exportações permitiram alta nas cotações dos suínos. No leite B, a redução da quantidade e qualidade das
pastagens reflete na menor oferta dos produtos, o que tem pressionado as
cotações para cima. Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços
neste mês foram: feijão (18,75%), tomate para mesa (12,03%), batata (11,39%),
laranja para mesa (10,52%%) e algodão (5,74%) (Tabela 2). Para o feijão, a queda das cotações é por conta da maior
oferta do produto com a colheita da safra da seca e a demanda reprimida por
conta dos preços crescentes no varejo (Figura 1). A mesma situação é verificada
para a batata. Enquanto isso, a manifestação da tradicional sazonalidade
da cultura do tomate, a redução das chuvas e a não ocorrência de geadas no
outono levam abaixo as perdas e suas interferências nos custos de produção,
aumentando a oferta com consequente redução nos preços. Em resumo, em junho, 8 produtos apresentaram alta de
preços (5 de origem vegetal e 3 de origem animal) e 12 apresentaram queda (9
vegetais e 3 de origem animal). Acumulado nos últimos 12 meses No acumulado dos últimos 12 meses, o IqPR ficou
praticamente estabilizado em 0,02%, o IqPR-V (vegetal) teve queda de 3,42% e o
IqPR-A (produtos de origem animal) valorizaram positivamente em 9,56% no
período. Sem o produto cana-de-açúcar (que no período o valor do ATR teve
variação negativa de 12,83%), os cálculos dos índices acumulados tiveram altas
expressivas, o IqPR sobe para 12,64% e o IqPR-V (vegetais) vai para 15,36%
(Tabela 1). O
comportamento dos índices acumulados com a cana e sem a cana apresentaram comportamentos
diferentes (Figura 2). O IqPR (linha azul contínua) e o IqPR sem a cana (linha
azul tracejada), apresentam a mesma linha de tendência, mas o índice sem a cana
tem maiores oscilações, tanto para alta quanto para baixa. O mesmo efeito
ocorre para os índices de produtos vegetais, o IqPR-V (linha verde contínua) e
o IqPR-V sem cana (linha verde tracejada). Isso mostra como o comportamento dos
preços agropecuários paulistas é fortemente influenciado pelo preço da
cana-de-açúcar. Na figura 2 é possível visualizar a evolução dos produtos
vegetais com elevação do índice em agosto e setembro de 2012, em virtude de
reajustes como os do arroz, feijão, batata e soja. Já nos meses de outubro e novembro,
ancorados pelas desvalorizações das laranjas e da inversão nos preços da soja,
o IqPR-V cai quase 6 pontos percentuais neste bimestre. Em dezembro, estes
índices voltam a ter ascensões devido ao reajuste da demanda ocasionada
pela maior circulação monetária com o 13º salário e continua subindo até abril/2013
com as altas dos produtos perecí No caso dos produtos animais (IqPR-A), o acumulado nos
últimos 12 meses registrou alta de 9,56%. O comportamento deste indicador
mostra que, a partir de agosto/2012, o índice sobe com maior intensidade,
provocado pela elevação dos custos da ração animal. De outubro a dezembro a
elevação do índice continua puxada principalmente pela carne suína, seguida dos
ovos e da carne de frango. Nos primeiros meses de 2013, o índice se mantém no
mesmo patamar (de alta) e de março até maio tem quedas acentuadas com as
desvalorizações das carnes suína e de frango e recuperação em junho, agora com
valorizações nas mesmas carnes (Figura 2). Apresentaram aumentos em patamares mais elevados que a
inflação acumulada para os últimos 12 meses, medida pelo IPCA-IBGE (6,49%
referência maio/2013): batata (114,04%), trigo (48,58%), tomate para mesa
(44,00%), carne suína (31,59%), algodão (30,94%), ovos (24,41%), laranja para
mesa (24,28%), arroz (24,04%), leite B (12,65%), feijão (9,11%), milho (7,59%)
e soja (6,64%). Em menor expressão variaram também positivamente: leite C
(5,02%), carne bovina (4,82%) e carne de frango (0,95%) (Tabela 2). Apresentaram reduções de preços os seguintes produtos:
café (19,76%), cana-de--açúcar (12,83%), amendoim (10,21%) e banana nanica
(9,56%) (Tabela 2). A laranja para indústria estava sem cotação de preços em junho
de 2012. 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR)
é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária
paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no
Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços
médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro
primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/06/2013 a 30/06/2013 e base =
01/05/2013 a 31/05/2013. 2Artigo completo com a metodologia: PINATTI,
E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária paulista
(IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações
Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em:
jun. 2013. Palavras-chave: preços agrícolas,
índices de preços, produtos agrícolas, mercado.
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Data de Publicação: 01/08/2013
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor