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Preços Agropecuários: alta de 0,44% no fechamento do mês de março de 2013
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela
Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 encerrou o mês de março de 2013 em
alta de 0,44%. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem
vegetal) subiu 1,08%, e o IqPR-A (produtos de origem animal) fechou em queda de
1,23% (Tabela 1). Quando a cana-de-açúcar (que em março fechou em alta de
1,19%) é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação
dos produtos, os índices continuam em alta, o IqPR vai para 1,87% e o IqPR-V
sobe para 5,18% (Tabela 1). Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas no
mês de março foram: laranja para mesa (24,51%), batata (18,64%), banana nanica
(17,89%), feijão (10,79%), algodão (9,75%) e tomate para mesa (9,43 %)
(Tabela 2). A escassez de laranja de qualidade e o aumento da demanda
com o fim das férias escolares, associados à menor concorrência com final de
safra de outras frutas típicas do verão, propiciaram o reajuste nos preços
recebidos pelos citricultores. Para a batata, os preços são influenciados pela demanda
derivada dos hábitos de consumo da Semana Santa. A banana nanica recuperou, em parte, os preços que
estavam muito baixos entre os meses de janeiro e fevereiro. A maior demanda com
o início das aulas escolares contribuiu para esta valorização. No caso do tomate para mesa, as chuvas geraram
perdas na colheita, com impacto conjuntural no abastecimento do produto,
elevando seus preços. Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços
neste mês foram: amendoim (19,19%), carne suína (6,61%), leite C (5,48%) e
carne de frango (5,32%) (Tabela 2). Os bons preços do mês de fevereiro aceleraram a colheita
da safra recorde de amendoim, colocando assim uma quantidade muito grande do
produto no mercado, que consequentemente reduziu os preços recebidos pelos
produtores. Para a carne suína e carne de frango, a redução do
consumo no período - os preços altos na concepção dos consumidores associados
ao período da quaresma - resultou na queda dos preços pagos aos
produtores. Em resumo, em março, 10 produtos apresentaram alta de
preços (8 de origem vegetal e 2 de origem animal) e 10 apresentaram queda (6 de
origem vegetal e 4 de origem animal). Na evolução dos últimos 12 meses, os índices apresentaram
comportamentos diferentes, fundamentados principalmente nas altas dos produtos
animais. IqPR e IqPR-V seguiram a mesma linha de tendência de suas
variações, em quase todo o período, com constante elevação de abril a setembro
de 2012, em virtude de reajustes como os do arroz, feijão, batata e soja
(Figura 1)3. Já nos meses de outubro e novembro, ancorados pelas
desvalorizações das laranjas e da inversão nos preços da soja, o IqPR-V cai
quase 6 pontos percentuais neste bimestre. Em dezembro, estes índices voltam a ter ascensões devido
ao reajuste da demanda ocasionada pela maior circulação monetária com o
13º salário. Após estabilização em janeiro, elevam-se novamente em fevereiro e
março/2013 com as altas dos produtos perecíveis. Assim, de março de No caso dos produtos animais (IqPR-A), o acumulado nos
últimos 12 meses registrou alta de 18,82%. Com exceção a maio de 2012, que
apresentou queda do índice devido à desvalorização dos ovos no pós-quaresma, o
comportamento deste indicador permaneceu praticamente estável de março a julho
de O comportamento dos preços agropecuários
paulista é fortemente influenciado pelo preço da cana-de-açúcar, quando
analisados em grupo de produtos. Quando se exclui esse principal produto da
agropecuária paulista, ainda que o índice continue seguindo as mesmas linhas de
tendências para o IqPR e IqPR-V (vegetais), as oscilações nos índices são em
maiores proporções, tanto para cima como para baixo (Figura 2). Assim, no
acumulado, os índices sem a cana registram altas bem superiores: 21,19% para o
IqPR e 23,22% para o IqPR-V, puxados principalmente pelo tomate e a batata, e
com exceção do café os grãos também contribuíram para alta dos índices (Tabela
1). Manifestaram preços com incrementos em patamares mais
elevados que a inflação acumulada para os últimos 12 meses (6,59%), medida pelo
IPCA-IBGE: tomate para mesa (302,57%), batata (263,32%), trigo (59,67%), carne
de frango (51,02%), ovos (39,17 %), arroz (38,51%), carne suína (32,38%),
feijão (26,97%), algodão (21,05%), soja (19,34%) Em menor expressão variaram
também positivamente: milho (6,55%), laranja para mesa (5,15%), carne bovina
(3,11%), leite B (2,65%) e amendoim (1,62%) (Tabela 2). Apresentaram reduções de preços os seguintes produtos:
banana nanica (27,40%), café (25,60%), cana-de-açúcar (5,36%) e leite C (1,46%)
(Tabela 2). ___________________ 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR)
é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária
paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no
Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços
médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro
primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/03/2013 a 31/03/2013 e base =
01/02/2013 a 28/02/2013. 2Artigo completo com a metodologia:
PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária
Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set.
2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>.
Acesso em: maio 2013. 3Para uma conferência pormenorizada das
variações por produto nos últimos 12 meses, consultar: INSTITUTO DE ECONOMIA
AGRÍCOLA – IEA. Banco de dados. São
Paulo: IEA, 2012. Disponível em: <http://www.iea.sp.
Palavras-chave: preços agrícolas,
índice de preços, agropecuária paulista, março 2013.
gov.br/out/quadrissemana.php?codTipo=1&ano=2012>. Acesso em: maio 2013.
Data de Publicação: 21/05/2013
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor