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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2012/13, 2º Levantamento e Levantamento Final, Ano Agrícola 2011/12, Novembro de 2012
1 - Introdução12 As previsões de área e produção de
culturas no Estado de São Paulo, referentes à safra agrícola 2012/13, e as
estimativas finais de 2011/12, foram obtidas em levantamento realizado entre os
dias 1 e 23 de novembro de 2012, pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e
pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) (Tabelas 1, 2, 4, 5,
7 e 9). Os dados foram obtidos pelo método subjetivo2, que consiste
nas informações fornecidas pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um
dos 645 municípios paulistas. 2 - Safra agrícola 2012/13 O levantamento da safra paulista de
grãos 2012/13 (algodão, amendoim, feijão das águas, arroz, milho e soja) indica
área total de plantio de 1,3 milhão de hectares, 0,6% superior à safra 2011/2012,
que apresentou 1,29 milhão de hectares, enquanto o volume de produção apresenta
um acréscimo de 2,1%, no mesmo período. Os dados apontam para a cultura de
algodão, área plantada de 10,9 mil hectares, com uma diminuição de 23,4% em
relação ao levantamento de intenção de plantio realizado no mês de setembro. Comparando-se com a safra passada
(2011/12), as informações pesquisadas em novembro indicam fortes reduções de
área (41,2%) e de produção (40,5%), com previsão de 37,5 mil toneladas de
algodão a serem colhidas. É esperado ligeiro acréscimo de 1,1% na produtividade.
As causas da redução da área, de maneira geral em São Paulo e no país, se devem
à queda nas cotações da pluma tanto no mercado interno como no externo, à
previsão de aumento nos custos de produção e à melhor rentabilidade do milho e
da soja. Devido a este resultado, há a possibilidade de importação para suprir
a indústria têxtil nacional. Quanto ao mercado internacional, a menor
participação da China na demanda pelo produto, que pressionou para baixo as
cotações, e as condições adversas para a economia global não permitiram a
recuperação dos mercados como esperado. O levantamento para a cultura do
amendoim das águas corrobora o realizado em setembro de 2012 sobre a intenção
de plantio, que sinaliza a área plantada ao redor de 80,0 mil hectares,
permanecendo nos mesmos níveis da safra passada. Porém, esperam--se acréscimos
de 4,8% na produção pelo incremento da produtividade da ordem de 4,1%. Todavia,
deve-se aguardar as próximas informações do campo para tecer considerações mais
concretas, notadamente sobre a produtividade. Quanto à cultura do arroz, embora os resultados
apontem retração na área plantada de 16,2% e de 13,2% no volume a ser
produzido, espera-se ganho de produtividade de 3,5% (Tabela 1). Para a safra de feijão das águas, neste
levantamento, a área plantada é estimada em 57,9 mil hectares, 7,0% inferior em
relação ao levantamento de intenção de plantio de setembro. Na comparação com a
safra anterior (2011/12), a diminuição de área é de 14,0%, com queda de 7% na
produção, o que sinaliza para uma safra de 114,26 mil toneladas, com produtividade
superior a 8,3%. Esse resultado é indício do interesse dos produtores de feijão
em explorar outras culturas, principalmente a soja, que no momento se mostra
mais rentável. Os preços mais atrativos e a demanda
elevada para exportações na safra anterior não motivaram os produtores de milho
a ampliar a oferta do cereal. A cultura apresenta reduções na área de 3,1% e na
produção de 3,6%, comparativamente à safra passada. O próximo levantamento,
levado a campo em fevereiro de 2013, poderá confirmar esta situação. Confirmando as previsões de intenção de
plantio, a soja paulista apresentou uma boa recuperação na área com expansão de
8,3% e melhor resultado na produção com 17,9% de crescimento, o que resulta em
um aumento na produtividade de 8,9%, em relação à safra agrícola 2011/12. Sem
explicar totalmente este comportamento, a diminuição do cultivo nos Estados
Unidos e a participação da China como grande comprador da soja brasileira
favorecem a manutenção da demanda e das cotações do produto no mercado
internacional. Quanto à batata das águas, os
resultados indicam queda na área plantada (21,6%) e na produção (19,6%), apesar
do ganho de 2,6% da produtividade agrícola, comparativamente a 2011/12. A
disponibilidade do tubérculo no mercado pode ficar comprometida em função da
grande suscetibilidade da qualidade do produto em relação às variações
climáticas. A estimativa do primeiro levantamento da
safra 2012/13 para o café no Estado indica pequena expansão em área de 0,7%, em
relação à safra agrícola anterior e decréscimos na produtividade de 11,9% e na
produção de 11,1%, devendo colher 4,7 milhões de sacas. A safra 2013 dá inicio
ao ciclo bienal da cafeicultura de baixa produção que poderá se acentuar ainda
mais, caso adversidades climáticas atinjam as lavouras. Na bananicultura, o aumento na
produtividade de 2,1%, em relação à safra passada, favoreceu a produção
paulista, que deverá ser maior em 3,2%, em uma mesma área plantada. Esse ganho
de produção está relacionado às perdas ocorridas na safra passada, e o próximo
levantamento poderá confirmar tal tendência. Os resultados do 2º levantamento da
safra agrícola 2012/13, em comparação com a safra agrícola 2011/12,
encontram-se disponibilizados para o Estado na tabela 1, por Escritório de
Desenvolvimento Rural (EDR) na tabela 2, e por Região Administrativa (RA) na
tabela 3. 3 - Resultados finais, safra agrícola 2011/12 Para o conjunto de culturas, os índices
agregados das estimativas finais da safra 2011/12 mostram que a área total
plantada apresenta aumento de 2,69% e a produção de 4,42%. A produtividade
agrícola eleva em 3,16% o desempenho da agricultura paulista, indicando que o
setor, nesta safra, obteve melhores resultados em termos da produção por área,
comparativamente à safra 2010/11. Analisando-se em separado, para as
culturas anuais, houve acréscimo na área total cultivada (3,62%) e as condições
climáticas adequadas refletiram em maior produtividade (5,03%). Em
consequência, o volume produzido foi 8,83% superior ao ano agrícola anterior. Quando se consideram somente os grãos,
estes apresentam comportamento semelhante observando-se aumentos de 3,34% para
a área, 5,55% para a produtividade e 9,08% para a produção. O índice com as
culturas perenes e semiperenes foi maior que o da safra anterior, puxado pela
boa produção do café, com aumentos de 2,45% de área total cultivada, de 3,17%
na produtividade e de 3,74% na produção, relativamente à safra passada (Tabela
6). O levantamento final para a cultura da mandioca
para indústria apresentou números negativos na área plantada (7,8%), na
produção (4,3%) e na produtividade (1,6%), relativamente à safra 2010/11. Por
outro lado, os resultados finais da mandioca para a mesa são positivos, com
ganhos de 6,2% na área, de 20,5% na produção e de 10,7% na produtividade. A estimativa final da safra de cana-de-açúcar
indica que o volume produzido no campo, de 424,7 milhões de toneladas, foi 4,6%
superior ao estimado em 2010/11, reflexo do aumento em 2,9% da produtividade
(79,3 t/ha), devido às condições climáticas favoráveis – regime de chuvas
equilibrado, intercalado com períodos de sol -, e de investimentos nos
canaviais com reforma e cuidados com os canaviais mais velhos. Em relação à área total cultivada, houve expansão
da cultura de 3,5%, enquanto na área para corte o aumento foi de 1,6%. Para a
atual safra, estima-se que menor área deixará de ser colhida, isto é, a
quantidade de cana bisada deve diminuir. O levantamento de campo de novembro de
2012 mostrou também que na safra 2011/12 o volume de cana destinado à produção
de álcool corresponde a aproximadamente 54% do total produzido e 43% para a
produção de açúcar, percentuais similares aos da safra anterior. O restante da
produção teve como destino destilarias e alambiques paulistas e outros usos,
como caldo de cana, por exemplo. Para a cultura de tomate envarado, o levantamento
final da safra 2011/12 apontou praticamente a mesma produção (0,7%) e aumento
na produtividade de 2,4%, em comparação à safra 2010/11. A área plantada passou
de 8,53 mil hectares para 8,39 mil hectares (decréscimo de 1,7%). Devido às
condições climáticas atípicas, o comportamento dos preços foi marcado pela redução
na oferta em decorrência do excesso de chuvas em alguns períodos do ano, em
contraponto à demanda regular, fazendo com que as cotações chegassem a
patamares mais altos. Na cultura do tomate rasteiro (indústria), os
números finais registraram ganhos, tanto na área quanto na produção, 29,7% e
30,5% respectivamente, comparativamente à safra 2010/11. Apesar deste resultado,
a produtividade agrícola manteve-se praticamente estável (0,6%). O Estado de
São Paulo possui o segundo maior parque industrial de processamento de tomate
no país, que influencia na logística da entrega do produto para o processamento
e a formação dos preços recebidos pelos produtores. A produção paulista de laranja para a safra 2011/12 (ano agrícola
2012/13) foi estimada em 355,3 milhões de caixas de O volume
informado acima inclui tanto as frutas comerciais como os frutos provenientes
de pomares não expressivos economicamente e as perdas relativas ao processo
produtivo e à colheita. Nesta estimativa final da safra, a área total plantada
foi estimada em 541,36 mil hectares (5,0% inferior que a plantada na safra
passada), sendo 481,9 mil hectares de pomares em produção. Para essa safra a
produção média por hectare é similar à da safra passada, que foi de 732 caixas
de 40,8 kg por hectare. Esta última
pesquisa para a laranja, levada a campo em novembro de 2012, mostra indícios de
que 67% do volume colhido teve como destino as indústrias processadoras de suco,
enquanto 33% foi para o mercado de fruta fresca. O levantamento também indica
que, aproximadamente, 2% dos pés existentes foram renovados e 6% erradicados. Os resultados finais da safra agrícola
2011/12, encontram-se disponibilizados para o Estado nas tabelas 5 e 9, por
Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) na tabela 7 e por Região
Administrativa (RA) na tabela 8. ___________________________________________________ 1Os autores agradecem os comentários dos colegas pesquisadores do IEA.
Também agradecem aos técnicos das Casas de Agricultura pelo desempenho no
levantamento. 2Entende-se
por método subjetivo a informação fornecida pelo técnico da Casa de
Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de
forma declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção. Palavras-chave: previsão de
safra, 2º levantamento, Estado de São Paulo.
Data de Publicação: 07/02/2013
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Ana Maria Montragio Pires de Camargo Consulte outros textos deste autor
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Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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