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Preços Agropecuários: queda de 1,58% no fechamento do mês de novembro de 2012
O
Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista
(IqPR)1,2 encerrou o mês de novembro de 2012 em queda de 1,58%.
Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) registrou
variação negativa de 2,81%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem animal) subiu
1,74% (Tabela 1).
Tabela 1 - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, Novembro de 2012 e Acumulado nos Últimos 12 Meses.
Índice Acumulado |
São Paulo |
São Paulo - sem cana | ||
Variação mensal Novembro/12 |
Acumulado 12 meses |
Variação mensal Novembro/12 |
Acumulado 12 meses | |
IqPR |
-1,58% |
3,18% |
-2,16% |
10,29% |
IqPR-V |
-2,81% |
1,07% |
-6,37% |
11,16% |
IqPR-A |
1,74% |
8,15% |
- |
- |
Fonte: Instituto de Economia Agrícola
Quando a cana-de-açúcar (que em novembro fechou em queda de 0,94%) é excluída do
cálculo do índice devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR e
o IqPR-V tem quedas mais acentuadas e fecham com -2,16% e -6,37%,
respectivamente (Tabela 1).
Tabela 2 - Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, Novembro de 2012.
Ori gem |
Produto |
Unidade |
Cotações (R$) |
Variação mensal (%) |
|
|
Variação Nov/12 –Nov/11 (%) | |
Outubro/12 |
Novemb/12 | |||||||
VE GE TAL |
Algodão |
15 kg |
52,10 |
52,81 |
1,35 |
8ª |
|
-6,65 |
Amendoim |
sc.25 kg |
34,64 |
33,12 |
- 4,39 |
|
7ª |
-11,05 | |
Arroz |
sc.60 kg |
47,12 |
47,84 |
1,53 |
7ª |
|
60,02 | |
Banana nanica |
kg |
0,4464 |
0,4547 |
1,87 |
6ª |
|
-31,37 | |
Batata |
sc.50 kg |
53,51 |
46,20 |
- 13,65 |
|
2ª |
86,84 | |
Café |
sc.60 kg |
363,94 |
342,91 |
- 5,78 |
|
4ª |
-26,06 | |
Cana-de-açúcar |
kg de ATR |
0,4806 |
0,4761 |
- 0,94 |
|
10ª |
-4,47 | |
Feijão |
sc.60 kg |
156,62 |
155,04 |
- 1,01 |
|
9ª |
44,91 | |
Laranja p/ Indústria |
cx.40,8 kg |
7,13 |
6,11 |
- 14,39 |
|
1ª |
-31,31 | |
Laranja p/ Mesa |
cx.40,8 kg |
7,00 |
6,62 |
- 5,39 |
|
5ª |
-42,48 | |
Milho |
sc.60 kg |
27,21 |
28,65 |
5,30 |
2ª |
|
9,57 | |
Soja |
sc.60 kg |
76,64 |
67,81 |
- 11,51 |
|
3ª |
61,20 | |
Tomate p/ Mesa |
cx.22 kg |
24,77 |
23,58 |
- 4,81 |
|
6ª |
-20,72 | |
Trigo |
sc.60 kg |
35,46 |
34,88 |
- 1,64 |
|
8ª |
27,94 | |
ANI MAL |
Carne Bovina |
15kg |
96,50 |
96,68 |
0,19 |
9ª |
|
-5,37 |
Carne de Frango |
Kg |
2,50 |
2,58 |
3,29 |
4ª |
|
25,01 | |
Carne Suína |
15 kg |
61,32 |
64,98 |
5,97 |
1ª |
|
22,65 | |
Leite B |
Litro |
0,9329 |
0,9567 |
2,55 |
5ª |
|
1,17 | |
Leite C |
Litro |
0,8650 |
0,8660 |
0,12 |
10ª |
|
0,28 | |
Ovos |
30 dz |
48,92 |
51,24 |
4,72 |
3ª |
|
23,46 | |
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA). |
Os
produtos do IqPR que registraram as maiores altas no mês de novembro foram:
carne suína (5,97%), milho (5,30%) e ovos (4,72%) (Tabela 2).
No
caso da carne suína, o aumento nos volumes de cevados, direcionados ao mercado
internacional via exportação e, além disto, o aumento típico de consumo deste
período do ano – festas de final de ano, melhoram os preços recebidos pelos
suinocultores.
Exportações recordes de milho em outubro e novembro, para atender forte demanda
internacional, mais a desvalorização do real provocaram a elevação dos preços do
grão estocado pelos produtores paulistas.
Temperaturas muito elevadas, ocorridas no final do inverno (agosto e setembro)
provocaram a mortalidade de elevado número de aves poedeiras. Some-se a isto, a
elevação dos preços do milho (impacta no custo da ração) estimulou a elevação
geral dos preços dos produtos animais.
Os
produtos que apresentaram as maiores quedas de preços neste mês foram: laranja
para indústria (14,39%), batata (13,65%), soja (11,51%), café (5,78%) e laranja
para mesa (5,39%) (Tabela 2).
A
queda nos preços da laranja para indústria pode ser atribuída à oferta estar
sendo superior à compra pelas indústrias.
A
produtividade da batata voltou ao normal, melhorando a oferta e levando,
consequentemente à queda nos preços, quando comparados ao período anterior,
afetados pelo forte calor do fim de inverno.
Para a soja, a divulgação de valores maiores para a safra norte-americana do
produto pelo USDA/USA, além da expectativa da boa produção no mercado interno
influenciaram a redução das cotações.
A
queda nos preços do café parece corresponder à redução nas cotações das
principais bolsas internacionais (houve grande volume de vendas para realização
de lucros sobre valorização anterior).
Em
resumo, em novembro, 10 produtos apresentaram alta de preços (4 de origem
vegetal e todos os 6 de origem animal) e 10 apresentaram queda (todos de origem
vegetal).
Nos últimos 12 meses todos os índices acumularam altas. O IqPR anual valorizou
3,18%. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) e o
IqPR-A (produtos de origem animal) subiram 1,07% e 8,15% respectivamente (Tabela
1). Na evolução mensal, os índices IqPR e IqPR-V apresentam a mesma linha de
tendência de variações em quase todo o período, exceto as variações de
janeiro/2012 (com maior intensidade para os produtos vegetais); estes
indicadores apresentaram ascensões quase ininterruptas entre março e setembro de
2012, em virtude de reajustes como os do tomate, soja e do milho (Figura 1). Já
no mês de outubro, ancorados pelos preços do tomate para mesa (com produção
normalizada) e da banana nanica, o IqPR-V, ao cair 3%, apresenta sua maior
oscilação negativa mensal desde julho de 2011 e, em novembro segue a tendência
de queda (-2,81%), agora com a maioria dos produtos vegetais apresentando
variação negativa, puxado principalmente pela laranja para indústria.
No
caso dos produtos animais (IqPR-A), o que se vê nos últimos 12 meses é um
desempenho com oscilações. Após variações de preços positivas em dezembro de
2011 (fruto da maior demanda, com as festas de fim de ano, impulsionada pela
maior circulação monetária gerada com o 13º salário), em janeiro de 2012
apresenta forte queda do índice, puxada pelo recuo dos preços das carnes. Nos
meses de março e abril de 2012 houve recuperação deste indicador com as
valorizações dos leites, ovos e carne de frango e nova queda em maio, ancorada
pela desvalorização dos ovos pós-quaresma. Com o descarte excessivo de aves
poedeiras e a baixa reposição de pintinhos nas avícolas, ovos e carne de frango
movimentaram para o alto o IqPR-A em junho e julho. Abaixo da base 100 até
agosto do presente ano, com a elevação dos custos da ração animal, as carnes
suína e de frango incentivaram em grande intensidade a significativa elevação do
índice em agosto e setembro de 2012. Em outubro e novembro, a elevação do índice
continua puxada principalmente pela carne suína, seguidas dos ovos e carne de
frango (Figuras 1 e 2).
Figura 1. Evolução do Índice Acumulado Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista Com Cana-de-Açúcar, Novembro de 2011 a Novembro de 2012.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Desconsiderando a cana-de-açúcar (que no período anual teve variação negativa de
4,47%), o IqPR e o IqPR-V apresentaram aumentos significativos e fecharam o
acumulado dos últimos 12 meses, respectivamente em 10,29% e 11,16% (Tabela 1),
puxados pelas valorizações dos grãos (arroz, feijão, soja e trigo) e da batata.
Banana nanica, laranjas (para mesa e indústria) e o café foram os produtos que
tiveram as maiores perdas no período.
Ao analisar o comportamento dos índices com cana (figura 1) e sem cana (figura 2) do IqPR e do IqPR-vegetais, os índices seguem a mesma linha de tendência, porém com maior intensidade para os índices sem a cana. Ou seja, quando considerado o cálculo com a cana, mesmo com os produtos vegetais subindo mais, a variação da cana segurou a alta. Assim, quando os produtos vegetais registraram maior queda, a cana sustentou o índice devido ao seu comportamento de ligeira desvalorização mensal ao longo dos últimos doze meses.
Figura 2. Evolução do Índice Acumulado Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista Sem Cana-de-Açúcar, Novembro de 2011 a Novembro de 2012.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Em
síntese, na comparação de novembro/2011 com novembro/2012, um conjunto de 11
entre 20 produtos apresentou variações positivas, enquanto outro conjunto de 9
produtos teve variações negativas. Tiveram incrementos em patamares mais
elevados que a inflação acumulada para os últimos 12 meses, medida pelo
IPCA-IBGE: batata (86,84%), soja (61,20%), arroz (60,02%), feijão (44,91%),
trigo (27,94%), carne de frango (25,01%), ovos (23,46%), carne suína (22,65%) e
milho (9,57%). Eventos climáticos, em diferentes partes do planeta, incluindo os
ocorridos no país, comprometeram safras que diminuíram os estoques e a oferta de
várias commodities alimentares. Tais eventos foram a principal contribuição para
a elevação dos preços destes produtos nos últimos 12 meses. Em menor expressão
variaram também positivamente o leite B (1,17%) e o leite C (0,28%) (Tabela 2).
Apresentaram reduções de preços os seguintes produtos: laranja para mesa
(42,48%), banana nanica (31,27%), laranja para indústria (31,31%), café
(26,06%), tomate para mesa (20,72%), amendoim (11,05%), algodão (6,65%), carne bovina (5,37%) e cana-de-açúcar (4,47%) (Tabela 2).
___________________________________________
1 A fórmula de
cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da
produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas
pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas
comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os
preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência =
01/11/2012 a 30/11/2012 e base = 01/10/2012 a 31/10/2012.
2 Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 06/12/2012
Autor(es):
Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor