Preços Agropecuários: Alta de 0,21% na terceira quadrissemana de março

 

            O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou alta de 0,21% na terceira quadrissemana de março de 2012. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) apresentou baixa de 1,50%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem animal) subiu 4,78% (Tabela 1).
 

Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana – Março/2012.

São Paulo

São Paulo - sem cana

IqPR

0,21%

0,79%

IqPR-V

- 1,50%

- 3,52%

IqPR-A

4,78%

-

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).

            Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR sobe e vai para 0,79%, já o IqPR-V recua mais fechando negativamente em 3,52% (Tabela 1).
 

Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana - Março/2012.

Origem

Produto

Unidade

Cotações (R$)

Variação quadrissemanal (%)

3ª Fev/12

3ª Mar/12

VEGETAL

Algodão

15 kg

57,26

54,20

- 5,34 

Amendoim

sc.25 kg

32,84

32,08

- 2,31 

Arroz

sc.60 kg

32,23

32,02

- 0,63 

Banana nanica

cx.21 kg

0,65

0,64

- 1,87 

Batata

sc.50 kg

22,78

17,60

- 22,76 

Café

sc.60 kg

463,36

400,59

- 13,55 

Cana-de-açúcar 

kg de ATR

0,5029

0,5007

- 0,43 

Feijão

sc.60 kg

157,43

151,80

- 3,57 

Laranja p/indústria

cx.40,8 kg

...

...

... 

Laranja p/Mesa 

cx.40,8 kg

10,62

11,27

6,12 

Milho

sc.60 kg

25,81

24,49

- 5,14 

Soja

sc.60 kg

42,66

45,12

5,77 

Tomate p/ Mesa

cx.22 kg

16,81

15,27

- 9,15 

Trigo

sc.60 kg

26,38

25,95

- 1,61 

ANIMAL

Carne Bovina

15kg

96,50

95,32

- 1,22 

Carne de Frango

Kg

1,52

1,77

16,58 

Carne Suína

15 kg

50,92

49,12

- 3,54 

Leite B

Litro

0,9091

0,9079

- 0,14 

Leite C

Litro

0,8193

0,8227

0,41 

Ovos

30 dz

39,72

45,23

13,86 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).


 


            Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas na terceira quadrissemana de março foram: carne de frango (16,58%), ovos (13,86%), laranja para mesa (6,12%) e soja (5,77%) (Tabela 2).
 

            A ascensão nos preços da carne de frango reflete a relação com os períodos anteriores (que apresentavam valores reduzidos), ademais a demanda interna está relativamente firme e os granjeiros adequaram à oferta do produto face aos custos de produção que estavam maiores que a remuneração recebida.
 

            Para os ovos, o período da quaresma, com a tradição religiosa de consumir menos carne, aumenta a preferência pelo produto, elevando os preços recebidos pelos granjeiros.
 

            Na laranja para mesa, a demanda para sucos com a volta às aulas e o final da colheita de outras frutas permitiu a reversão do quadro de queda de preços, continuando a apresentar elevação neste período.
 

            O preço da soja vem crescendo no mercado internacional o que numa situação de recente movimento de desvalorização da moeda nacional produziu elevação dos preços recebidos pelos agricultores.
 

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços nesta quadrissemana foram: batata (22,76%), café (13,55%), tomate para mesa (9,15%) e algodão (5,34%) (Tabela 2).
 

            No caso da batata, o significativo volume de colheita registrado no intervalo de análise desta terceira quadrissemana de março, identificou-se uma redução das cotações. Contudo, a redução da oferta observada neste final da safra das águas, já apresenta aumentos das suas cotações.
 

            No café, os preços internacionais impactam as cotações internas levando a sua redução.
 

            O tomate, produto perecível que se caracteriza pela alta amplitude de variação conjuntural nos preços, uma vez que com as temperaturas elevadas, prossegue com a relativa oferta nas lavouras e com qualidade relativamente inferior em algumas plantações, têm levado à continua redução das suas cotações.
 

            No caso do algodão, face à perspectiva de alteração da realidade das últimas safras, em vista da redução das diferenças entre suprimento e demanda (e num cenário em que a crise pode afetar o consumo) os agentes que adquirem a pluma estão reticentes em realizar volumes substanciais de negócios. De outro lado, os produtores capitalizados seguram o que ainda detêm na esperança de alta dos preços. Nessa queda de braço, os preços recebidos tem recuado.
 

            No período analisado, 5 produtos apresentaram alta de preços (2 de origem vegetal e 3 de origem animal) e 14 apresentaram queda (11 vegetais e 3 de origem animal). A laranja para indústria está sem cotação de preços devido à entressafra.
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro semanas anteriores (base), sendo a referência = 22/02/2012 a 23/03/2012 e a base = 24/01/2012 a 21/02/2012.

²Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573

 

Data de Publicação: 29/03/2012

Autor(es): Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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