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Preços Agropecuários: alta de 1,16% na terceira quadrissemana de dezembro
O Índice
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2
registrou alta de 1,16% na terceira quadrissemana de dezembro de 2010. O
IqPR-V (produtos de origem vegetal) encerrou com elevação de 1,09%, e o IqPR-A
(produtos de origem animal) fechou em alta de 1,33% (Tabela 1).
Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana de Dezembro de 2010.
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice (devido a sua importância na ponderação dos produtos), o IqPR fecha com declínio de apenas 0,03%. Já o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) apresenta queda de 1,32% (Tabela 1). Nesse sentido, numa leitura de conjunto, a presença da cana de açúcar ajuda a explicar a alta dos preços agropecuários dos produtos de origem vegetal no período, uma vez que os demais produtos com comportamentos divergentes de preços, ao contrário, direcionam para baixo as variações do IqPR-V.
Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana - Dezembro de 2010
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (20,98%), carne de frango (14,18%), milho (9,58%), ovos (6,73%) e café (6,44%) (Tabela 2).
No caso do tomate, as chuvas que ocorreram durante a semana passada geraram perdas na produtividade da colheita e do abastecimento do produto, elevando seus preços.
Quanto à carne de frango, mesmo com o aumento de sua produção no comparativo com 2009, o reajuste no volume exportado reduziu a oferta do produto no mercado interno em um momento que se apresenta um aumento de sua demanda enquanto produto substituto às outras carnes (bovina e suína), devido ao seu preço mais atrativo. A subida no valor dos principais itens que compõem os custos de produção da avicultura de corte (milho) reforça o repasse para cima no preço da carne de frango.
O preço do milho vem aumentando em decorrência de pressões do mercado internacional, face aos baixos estoques de passagens mundiais. Além disso, a perspectiva de que a oferta somente esteja normalizada no final do primeiro trimestre de 2011 leva a formação de expectativas altistas, precificando a possibilidade de maior escassez.
Para os ovos, ocorre reposição dos valores pagos em parte também explicado pelo maior preço da carne bovina, além da pressão da demanda decorrente do aumento da massa salarial frente à queda do desemprego e aumento da renda média. Isso vem aumentando a demanda de produtos da panificação, confeitaria e massas alimentares (macarrão) que demandam ovos.
No caso do café, os preços desta commodity se elevam devido às pressões da demanda internacional e doméstica e aos menores estoques. Ademais, a redução em especial da safra colombiana abre espaço para vendas de café brasileiro de qualidade superior, elevando os preços médios no mercado interno de arábica, como o café paulista.
Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços na terceira quadrissemana de dezembro foram: feijão (44,11%), batata (36,75%), banana nanica (12,67%) e carne bovina (4,53%).
Quanto aos preços do feijão, a queda é derivada da entrada de volumes expressivos das colheitas da safra das águas. A maior entrada de produto fez os preços despencarem na principal região produtora paulista. Com essa queda persistente, os preços atuais já estão abaixo dos custos de produção, levando às perdas os produtores.
No caso da batata, boas colheitas e uma quantidade ofertada considerável no período analisado reduziram os preços recebidos por seus produtores no estado de São Paulo.
No caso da banana, o gradativo aumento da temperatura e das chuvas acelera a formação dos cachos, aumentando a oferta da fruta ao mesmo tempo em que aumenta a oferta de frutas concorrentes, consequentemente reduzindo os seus preços.
Para a carne bovina, pressões do varejo ocasionadas pela ocorrência de sobras deste tipo de carne nos açougues e supermercados, fruto do efeito substituição que levaram os consumidores a realizarem compras em maiores quantidades de carne de frango e suína, reduziram a cotação do boi gordo em diversas regiões.
No período
analisado, 11 produtos apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 3 de
origem animal) e 8 apresentaram queda (5 de origem vegetal e 3 de origem
animal). Neste intervalo, não houve cotação para o algodão.
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres
modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações
diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de
Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro
últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro segundas semanas
(base), sendo a referência = 24/11/2010 a 23/12/2010 e base = 24/10/2010 a
23/11/2010.
²Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 28/12/2010
Autor(es):
Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor