Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR e o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) fecham positivamente em 1,69% e 0,29%, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana - Agosto de 2010.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).

            Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (26,30%), soja (10,37%), carne de frango (6,31%), milho (5,85%), carne suína (5,20%) e carne bovina (4,43%) (Tabela 2).

            No caso do tomate de mesa, o aumento no período representa uma recuperação dos preços em relação às baixas cotações verificada no período anterior. As baixas temperaturas nas últimas três semanas têm afetado a produção, manifestando tendência de alta para o tomate nos próximos dias.

            Para a carne de frango, os preços muito baixos do segundo trimestre do ano levaram à redução do alojamento de pintos e à conseqüente adequação da oferta, provocando a recuperação das cotações, além de que a demanda externa tem pressionado os preços internos.

            Na soja e milho, em regiões relevantes de produção de commodities (grãos) têm-se apresentado problemas climáticos de seca na Austrália, Rússia e Ucrânia que afetam esses produtos. Esse fenômeno eleva os preços e acentua a aposta na alta dos alimentos no mercado futuro, ainda que no caso do milho o ritmo dos aumentos está mais lento e os preços partem de patamar muito baixo.

            Para a carne suína, o consumo em crescimento do produto propiciou um ligeiro aumento das cotações, mesmo com as exportações em declínio não permitindo um aumento maior. Cabe salientar que os custos de produção de suínos estão subindo, em virtude dos aumentos das cotações do milho e da soja, o que poderá ocasionar um movimento altista para os próximos meses.

            Na carne bovina, a seca afetou as principais regiões pecuárias reduzindo a qualidade das pastagens, gerando menor oferta de animais para o abate com impacto nos preços, além dos movimentos de alguma recuperação nas vendas para o exterior.

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na terceira quadrissemana de agosto foram: batata (32,62%), feijão (12,99%), amendoim (9,29%), laranja para mesa (4,44%) e ovos (3,84%) (Tabela 2).

            Os preços da batata apresentam queda acentuada em decorrência da maior entrada desse produto no mercado no momento atual, diferente das altas cotações que ocorreram no segundo trimestre.

            No feijão, conforme esperado, as colheitas do final da safra da seca (que em muitos casos havia tido plantio atrasado por limitações climáticas) e as expectativas de maior produção da safra de inverno, reverteram as tendências, dando início a quedas expressivas dos preços que, contudo, ainda se mostram remuneradores para os lavradores.

            Para o amendoim, a retração do preço se deve a ajustes nos estoques de passagem, ainda que os preços atuais para o produtor estejam mais altos do que o mesmo período do ano passado.

            Na laranja de mesa, o frio mais intenso produziu a redução da demanda de laranja 'in natura' para sucos caseiros, produzindo com isso queda significativa dos preços. Dessa forma, os preços para mesa já são menores que os preços para indústria, este último com pequeno aumento derivado da prevalência de contratos.

            A tendência natural das aves é o aumento da postura em função do maior número de horas de insolação por dia, o que acontece de junho a dezembro, provocando maior oferta e menores preços dos ovos.

            No período analisado, 10 produtos apresentaram alta de preços (7 origem vegetal e 3 de origem animal) e 10 apresentaram queda (7 origem vegetal e 3 origem animal).

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¹ A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 24/07/2010 a 23/08/2010 e base = 24/06/2010 a 23/07/2010.

² Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573