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Fertilizantes: vendas atingem recorde em 2002 e continuam crescendo em 2003
A
previsão inicial do setor de fertilizantes é de que o consumo brasileiro em 2003
cresça 10% em relação ao ano anterior, para cerca de 21 milhões de toneladas.
Esta previsão tem como base as projeções favoráveis de aumento da área cultivada
e da produtividade agrícola, assim como de ampliação do consumo interno de
produtos agrícolas, em função do programa de alimentação do Governo Federal
(Fome Zero). Figura 1 - Fertilizantes entregues ao consumidor final,
Estado de São Paulo e Brasil, Janeiro de 2000 a Março de 2003
As entregas de fertilizantes ao consumidor final no Brasil, em 2002, somaram a
quantidade recorde de 19,11 milhões de toneladas, em comparação com 17,07
milhões de toneladas em 2001 (aumento de 12,0%). Os principais fatores que
contribuíram para esse desempenho foram: a) melhora nas relações de troca de
diversas culturas como milho, soja, laranja, trigo, arroz e feijão; b)
antecipação das compras de fertilizantes por parte dos produtores,
principalmente de soja, em função de preços estimulantes no mercado
internacional e da valorização do dólar; c) maior utilização de tecnologia na
agricultura; e d) aumento na área cultivada de diversas culturas.
O levantamento de abril de 2003, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)1, estima que a área cultivada no Brasil
cresceu 6,1% na safra 2002/2003, em relação à da safra anterior. No caso
específico da soja, principal cultura consumidora de fertilizantes, a área
plantada foi de 18,08 milhões de hectares na safra 2002/03 (acréscimo de 10,8%
em relação à safra 2001/02), com aumento de 8,4% na produtividade.
A comercialização de fertilizantes em 2002 seguiu o padrão sazonal, com a
concentração das vendas no segundo semestre, simultaneamente ao plantio das
culturas de verão, que receberam 63,1 % do total entregue (figura 1).
Fonte: Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-BRASIL), Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA)2, Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP)3, Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (SIARGS) e Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos do Nordeste (SIACAN).
Na quantidade total de fertilizantes entregues no País em 2002, a participação das formulações (em tonelada) foi de 77,2% e a dos fertilizantes simples, de 22,8%. Os formulados são comercializados em três formas: granulado, pó e mistura granulada (figura 2).
Figura 2 – Participação das formulações e dos fertilizantes simples na quantidade de fertilizantes entregues ao consumidor final, Brasil, 2002
Fonte: Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-BRASIL), Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP), Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (SIARGS) e Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos do Nordeste (SIACAN).
No
primeiro trimestre de 2003, as entregas de fertilizantes no País totalizaram
3,67 milhões de toneladas (acréscimo de 30,5% em relação a igual período do ano
anterior). O acréscimo nas vendas ocorreu na maioria dos Estados brasileiros. O
Estado de São Paulo foi o que absorveu maior quantidade nas entregas
(representando 19,6% do total), seguido do Paraná (16,8%), de Minas Gerais (14,1
%) e do Mato Grosso (12,8%) (tabela 1).
Segundo fontes do setor, estima-se que as vendas em abril também apresentaram um
bom desempenho. Esse quadro no mercado de fertilizantes pode em parte ser
explicado pela boa comercialização registrada nas culturas de milho safrinha,
trigo e café e pela antecipação de compras para o plantio da safra 2003/04,
especialmente da cultura da soja.
A CONAB estima acréscimo de 10,7% na área do milho safrinha na safra 2002/03, em
relação à safra anterior, e aumento de 32,5% na produtividade, em função do
maior emprego de tecnologia e das condições climáticas vigentes no plantio e no
período de desenvolvimento da cultura. Também, para o trigo, prevê-se incremento
de 12,4% na área em 2003 e acréscimo da produtividade, tendo em vista os preços
recebidos pelos produtores, com melhora nas relações de troca, que deverão
estimular o maior uso de insumos agrícolas pelos triticultores.
No primeiro trimestre de 2003, observou-se incremento nas entregas de
fertilizantes ao consumidor final nas regiões centro (32,6%), sul (32,7%),
nordeste (10,7%) e norte (57,9%), de acordo com o critério de regionalização do
SIACESP no Estado de São Paulo.
TABELA 1 – Entregas de fertilizantes ao consumidor final,
por região e Estado, Brasil, 2001-2003
(em mil
toneladas de produto)
Região e Estado | 2001 | 2002 | Jan.-mar./02 | Jan.-mar./03 |
Região Sul | ||||
Rio Grande do Sul | 2.045.491 | 2.349.530 | 180.213 | 245.447 |
Santa Catarina | 531.626 | 597.963 | 38.443 | 44.768 |
Subtotal | 2.577.117 | 2.947.493 | 218.656 | 290.215 |
Região Centro | ||||
Distrito Federal | 50.544 | 55.586 | 5.195 | 14.766 |
Espírito Santo | 207.988 | 267.161 | 61.131 | 66.708 |
Goiás | 1.567.706 | 1.754.184 | 192.618 | 349.515 |
Mato Grosso | 2.546.358 | 3.167.294 | 265.023 | 469.404 |
Mato Grosso do Sul | 782.280 | 847.214 | 155.075 | 215.771 |
Minas Gerais | 2.189.743 | 2.387.234 | 437.189 | 518.790 |
Paraná | 2.247.227 | 2.512.515 | 451.653 | 617.247 |
Rio de Janeiro | 44.030 | 46.569 | 10.812 | 13.024 |
São Paulo | 3.090.189 | 3.151.215 | 679.522 | 720.138 |
Tocantis | 76.417 | 97.293 | 4.888 | 14.577 |
Subtotal | 12.802.482 | 14.286.265 | 2.263.106 | 2.999.940 |
Região Nordeste | ||||
Alagoas | 226.146 | 214.236 | 79.680 | 82.019 |
Bahia | 849.234 | 988.778 | 93.464 | 108.558 |
Ceará | 21.808 | 25.963 | 6.659 | 9.232 |
Maranhão | 149.188 | 183.214 | 13.385 | 14.854 |
Paraíba | 34.419 | 43.512 | 23.022 | 22.109 |
Pernambuco | 183.276 | 168.996 | 51.556 | 67.566 |
Piauí | 58.620 | 63371 | 4.318 | 3.264 |
Rio Grande do Norte | 41.475 | 47.099 | 19.152 | 15.703 |
Sergipe | 16.605 | 24.193 | 5.597 | 5.200 |
Subtotal | 1.580.771 | 1.759.362 | 296.833 | 328.505 |
Região Norte | 108.844 | 121.148 | 30.649 | 48.406 |
Brasil | 17.069.214 | 19.114.268 | 2.809.244 | 3.667.066 |
A produção da indústria nacional de produtos intermediários para fertilizantes aumentou 2,6% no período de janeiro a março de 2003, em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foi produzido 1,78 milhão de toneladas. Também cresceram, no referido período, as importações brasileiras de fertilizantes (76,6%). O cloreto de potássio foi o principal produto importado, respondendo por 34,2 % do total, seguido do sulfato de amônio (22,5%), uréia (20,2%) e fosfato mono-amônio-MAP (9,2%).
1 CONAB : www.conab.gov.br
2 ANDA : www.anda.org.br
3 SIACESP : www.siacesp.com.br
Data de Publicação: 27/05/2003
Autor(es): Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor