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Feijão: Preços Em Alta
Os
preços médios diários recebidos pelos produtores do Escritório de
Desenvolvimento Regional (EDR) de Avaré continuaram, em março, o movimento
ascendente iniciado em dezembro do ano passado. O valor subiu de R$38,00 a saca
de 60 quilos para o patamar de R$70,00, no qual permaneceu durante onze dias de
março. Esse fato permitiu que o preço médio mensal do EDR de Avaré ficasse
valendo R$65,64 a saca em março deste ano, nível considerado muito favorável
para os produtores paulistas. (Figura 1)
O preço obtido no Estado de São Paulo está relacionado com o desempenho da
produção nacional da safra de feijão das águas 2000/01. Segundo a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), a área semeada com o feijão da primeira safra
(a das águas) caiu 21,6% em relação à da safra anterior. Em todos os Estados
houve redução na área de plantio, devido à opção principalmente pelo cultivo do
milho (que, na ocasião, apresentava condições mais favoráveis de mercado). Em
consequência, a produção nacional de feijão das águas na safra 2000/01 teve
redução de 20,4% em relação à da safra anterior. A maior parte dessa redução
origina-se no Estado da Bahia, sem chuvas entre o final de dezembro de 2000 e
fevereiro último, causando diminuição de 57,1% na produtividade e de 67,4% na
produção, ou seja, menos 211,3 mil toneladas em relação à safra anterior. Em
termos nacionais, estima-se produção de 1,125 milhão de toneladas, menos 287,5
mil toneladas em relação à produção da safra anterior.
A oferta de feijão na Zona Cerealista de São Paulo, no dia 8 de março, segundo a
Bolsinha Informs, teve a seguinte origem: São Paulo (71,4%), Minas Gerais
(4,8%), Paraná (14,3%) e Goiás (9,5%). No dia 15 de março, o produto teve
procedência dos estados de São Paulo (48,0%), Paraná (24,0%), Minas Gerais
(16,0%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Santa Catarina (4,0%). E, no dia 22 de
março, a oferta apresentou a seguinte distribuição: São Paulo (75%), Paraná
(14,3%), Santa Catarina (7,1%) e Minas Gerais (3,6%).
A colheita da safra das águas está concluída em São Paulo e praticamente nos
demais Estados, segundo a Conab. Do produto colhido, a maior parte foi
comercializada, devido aos bons preços no mercado. A segunda safra (da seca),
que teve início em janeiro no Estado de São Paulo e no sul do País, foi
prejudicada pelas chuvas excessivas que dificultam a continuidade do plantio. Já
nas demais regiões do País, a ausência de precipitações pluviométricas atrasou o
preparo do solo e, consequentemente, o início do plantio, inclusive na Bahia, o
maior produtor nacional
Os preços no mercado nacional, no futuro próximo, vão depender do desempenho da
produção de feijão da seca no País, cuja colheita começa em abril. A Conab
estimou, no levantamento de fevereiro, aumento de 2,2% na produção brasileira de
feijão da seca, para 1,467 milhão de toneladas. Está estimada também a produção
de 845,7 mil toneladas no nordeste, a mesma quantidade da safra anterior. Mesmo
que confirme esta produção (desempenho não muito fácil), a oferta anual de
feijão já está com decréscimo de cerca de 300 mil toneladas da safra das águas,
o que contribuiu para a elevação de preços, principalmente em março. A
manutenção da tendência atual de preços favoráveis para os próximos dois ou três
meses dependerá, portanto, do volume produzido nesta última safra.
Data de Publicação: 05/04/2001
Autor(es): Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor