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Mercado De Máquinas Agrícolas Automotrizes: Mantêm-se As Expectativas De Crescimento Do Segmento
(em unidade)
Item | | | |
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Trator de roda | |||
Produção | 8.656 | 12.510 | 44,5 |
Vendas no mercado interno | 7.216 | 9.282 | 28,6 |
Exportação | 1.157 | 2.390 | 106,6 |
Total das vendas | 8.373 | 11.672 | 39,4 |
Colhedoras | |||
Produção | 1.838 | 2.340 | 27,3 |
Vendas no mercado interno | 1.678 | 1.598 | -4,8 |
Exportação | 265 | 637 | 140,4 |
Total das vendas | 1.943 | 2.235 | 15,0 |
Total Máquinas agrícolas1 | |||
Produção | 12.044 | 16.692 | 38,6 |
Vendas no mercado interno | 10.034 | 12.184 | 21,4 |
Exportação | 1.883 | 3.467 | 84,1 |
Total das vendas | 11.917 | 15.651 | 31,3 |
1Inclui cultivador motorizado, trator de esteira, trator de roda,
colhedora e retroescavadeira.
Fonte: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).
A
expansão total nas vendas de tratores de rodas decorre do aumento nas vendas no
mercado interno e das exportações, com 28,6% e 106,6% respectivamente. Os 11.672
tratores comercializados (9.282 no mercado interno e 2.390 exportados)
correspondem a mais de 74% do total do mercado. O auspicioso desempenho dessas
exportações não deve ser creditado exclusivamente ao impacto da desvalorização
do real nesse primeiro semestre, mas, também, ao exaustivo trabalho de
desenvolvimento de produtos, marketing, distribuição, logística e assistência
técnica. Esse conjunto de ações complementam positivamente os efeitos da
desvalorização cambial favoráveis as exportações. Em 2000, o faturamento com as
exportações de máquinas agrícolas automotrizes somou US$ 471 milhões, devendo
superar os US$ 500 milhões em 2001. Com esses resultados, o segmento caminha
rapidamente para ser um dos mais importantes na pauta de exportações
brasileiras.
No mercado de colhedoras também houve elevada ampliação na produção (27,3%),
embora de menor expressão quando comparada ao ocorrido no mercado de tratores,
observando-se, inclusive, redução nas vendas destinadas ao mercado interno
frente ao mesmo período de 2000 (-4,8%). Novamente as exportações surpreenderam,
com vendas de 637 colhedoras entre janeiro e maio de 2001, frente as 265
exportadas em 2000.
Quanto ao mercado interno, o programa de financiamento para renovação do parque
de máquinas agrícolas automotrizes, denominado MODERFROTA, tem papel decisivo na
ampliação da comercialização desses equipamentos. O recente anúncio do plano de
safra 2001/02 prevê acréscimo de R$ 900 milhões para essa linha de financiamento
(atingindo cerca de R$ 1,74 bilhão), permitindo que seja atendida toda a demanda
de agricultores empresariais por máquinas.
Apesar da concentração em poucos fabricantes, o segmento de máquinas agrícolas é
bastante competitivo. A histórica liderança de produção e vendas da AGCO do
Brasil foi deslocada pela ascensão da New Holland ao primeiro lugar nas vendas
de tratores, no acumulado de janeiro a maio. A internacionalização da SLC
através da compra pela John Deere e a modernização da Valtra do Brasil
(fabricante dos tratores Valmet) tendem a aumentar ainda mais a competição. Nas
vendas de colhedoras, os equipamentos New Holland também são os mais vendidos
nos últimos quatro anos, enquanto as colhedoras John Deere são as preferidas no
mercado externo.
Estimativa efetuada por liderança aponta para manutenção de crescimento positivo
para 2001, de pelo menos 10% do mercado, através da comercialização de 34.000
máquinas agrícolas automotrizes. As culturas da soja, algodão, cana-de-açúcar,
citrus, arroz e milho encontram-se aquecidas, tanto por estímulos de preços
sinalizados pelo mercado internacional como por favorecimento financeiro
concedido pelo último plano de safra (no caso das culturas de exportação). Mesmo
na cafeicultura, que encontra-se em fase de ciclo de baixa de preços, os
esforços para incrementar a competitividade na produção têm incluído a aquisição
de colhedoras automotrizes.
Administrando a crise energética
Alguns
dos fabricantes de máquinas agrícolas encontram-se instalados na Região Sul
(fora do racionamento). Outros fabricantes, obrigados a economizar 15% em seu
consumo, lançam mão de estratégias como a instalação de geradores para
abastecimento complementar e a terceirização da fabricação de peças e
componentes. Com tais medidas, possivelmente o segmento conseguirá administrar a
questão da crise energética, mesmo mantendo a mencionada expansão da produção e
vendas do segmento.
1 Convênio IEA-APTA e DESR-ESALQ/USP. |
Data de Publicação: 16/07/2001
Autor(es):
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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