Fertilizantes: Mercado Em Expansão

            No Brasil, no período de janeiro a outubro de 2000, as entregas de fertilizantes no País somaram 13,189 milhões de toneladas, com incremento de 24,5% em relação à igual período de 1999, quando as aquisições de fertilizantes foram bastante afetadas pela desvalorização cambial. Ao se comparar com o mesmo período de 1998, em que o comportamento do mercado foi considerado normal, verifica-se crescimento, embora menos expressivo, atingindo 11,7%.
            Nos dez primeiros meses de 2000, as entregas de fertilizantes concentraram-se principalmente entre junho e outubro, respondendo por quase 60% do total comercializado no País nesse período (Figura 1).
            Existe forte concentração, por região, nas entregas de fertilizantes ao consumidor final. De acordo com o critério de regionalização do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP), a Região Centro recebeu 76,2% do total, a Região Sul absorveu 13,5% e as Regiões Nordeste e Norte, 9,7% e 0,6 %, respectivamente.
            Foram observados aumentos nas vendas em todos os Estados brasileiros, exceto Ceará e Sergipe, onde tradicionalmente a comercialização sempre foi pouco significativa. Em São Paulo, o crescimento foi de 18,2% no referido período, absorvendo, ainda, a maior quantidade das entregas de fertilizantes com 2,384 milhões de toneladas. Também no Estado do Paraná observaram-se robustas entregas com 2,109 milhões de toneladas (ou 16% do total), seguido por Minas Gerais com 1,733 milhão de toneladas (13,1%); Mato Grosso com 1,709 milhão de toneladas (13%), Rio Grande do Sul com 1,456 milhão de toneladas (11%); e Goiás com 1,225 milhão de toneladas (9,3%).
            Dentre os principais fatores que explicam o bom desempenho comercial das vendas em 2000 pode-se destacar: a) o acréscimo nas vendas para a cultura da cana-de-açúcar, tendo em vista a recuperação das cotações nos mercados do açúcar e do álcool – como se verifica pela relação de troca mais favorável aos produtores (em setembro de 1999 eram necessárias 25 toneladas de cana para comprar uma tonelada de fertilizante, enquanto em setembro de 2000 essa relação declina para 18 toneladas); b) a antecipação de compra de fertilizantes para a safra de verão pelos produtores, principalmente de soja; e c) as boas vendas para a cultura do milho e do algodão.
            O aumento nas aquisições de fertilizantes contribuiu para o crescimento de 10,6% na produção da indústria nacional de produtos intermediários para fertilizantes no período de janeiro a outubro de 2000, em relação ao mesmo período do ano anterior, perfazendo 6,671 milhões de toneladas, constatando-se, também, incremento na produção, em termos de nutrientes, dos fertilizantes fosfatados (14,6%) e potássicos (4,9%).
            As importações brasileiras de fertilizantes, no período de janeiro a outubro de 2000, apresentaram maior crescimento que a produção. Houve aumento de 47,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 7,882 milhões de toneladas. O cloreto de potássio foi o principal produto importado, respondendo por 43,6% dessas importações, seguido do sulfato de amônio (14,6%) e uréia (12,0%). Também houve aumento das quantidades importadas de matérias-primas para fertilizantes (25,9%), atingindo 2,3 milhões de toneladas de produto.
            Até outubro de 2000 os preços dos potássicos ficaram estáveis no mercado internacional. O cloreto de potássio foi cotado no Canadá em cerca de US$127-138/t FOB-Vancouver (granulado), a granel. No caso dos nitrogenados, a uréia e o sulfato de amônio apresentaram aumento das cotações em relação ao ano anterior em diversas regiões do mundo, sendo que a uréia passou de US$102-104/t FOB em outubro de 1999 para US$152-153/t no mesmo mês de 2000 nos Estados Unidos (Golfo).
            A previsão do setor de fertilizantes para 2000 é de aumento nas entregas ao consumidor final no Brasil de cerca de 15% em relação ao ano anterior e de 8% quando comparado com 1998, situando-se em torno de 16 milhões de toneladas de produto o que se configuraria numa quantidade recorde na história do segmento. Destaque-se que esse crescente aumento do uso dos insumos modernos confirma que a agricultura brasileira está se aprimorando através de maior profissionalização dos agricultores e crescente adoção de novas técnicas. Essa nova dinâmica contribui para o aumento da produtividade agrícola e, conseqüentemente, para o crescimento da produção nacional.

Figura 1 - Quantidade de Fertilizantes Entregues ao Consumidor Final, Brasil e Estado de São Paulo,
Janeiro de 1999 a Novembro de 2000.


Fonte: ANDA.
 

Data de Publicação: 20/12/2000

Autor(es): Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor