A quantidade exportada de banana pelo Brasil, em 2001, ultrapassou 105 mil toneladas, sendo 46% superior às 71,8 mil toneladas de 2000. Desde 1985 que a exportação desta fruta não atingia este patamar. Aparentemente a desvalorização do Real aumentou a competitividade da banana brasileira em relação a seus competidores internacionais, principalmente no mercado argentino, diante do produto equatoriano (maior exportador mundial), permitindo a remessa de 60,9 mil toneladas em 2001, contra 35,0 mil em 2000 (Tabela 1). (este argumento não vale p/ o RU?).

         FONTE: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - SECEX

            O valor das exportações de banana variou em menor proporção, passando de 12,3 milhões de dólares ,em 2000, para 16,0 milhões em 2001. O preço médio por tonelada caiu de US$172 para US$153.
            O segundo maior comprador do nosso produto é o Uruguai, com uma quantidade de 27,3 mil toneladas em 2001, superior às 23,3 mil toneladas de 2000, mas inferior às 27,7 mil toneladas de 1999. Neste caso o preço por tonelada caiu mais acentuadamente, atingindo US$119. As remessas de banana para países do Hemisfério Norte tiveram um incremento de 24% em sua quantidade, de 2000 para 2001. Neste caso, a variação entre 1999 e 2001 aponta um crescimento exponencial das vendas a países europeus, destacadamente para o Reino Unido e a preços mais de 100% superiores àqueles obtidos no comércio com países do Mercosul.. Trata-se da banana produzida no Rio Grande do Norte e escoada pelos portos de Fortaleza e Natal, provavelmente pelos navios da frota da multinacional Del Monte (Tabela 2), fazendo este estado nordestino assumir o primeiro lugar em valor das exportações brasileiras de banana, representando 41,5% do total, seguido por Santa Catarina (41,29%) e São Paulo (7,73%) . Por outro lado, a quantidade exportada por Santa Catarina (52,86% do total brasileiro) é quase o dobro da quantidade de banana exportada pelo Rio Grande do Norte (26,95%). As vantagens locacionais proporcionaram a especialização regional no comércio da fruta favorecendo as exportações dos estados sulinos para o Mercosul (escoadas por via terrestre) e dos estados nordestinos para o Hemisfério Norte (escoadas por via marítima).

              FONTE: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - SECEX

            Uma aparente contradição nos dados estatísticos é a remessa de mais de 12 mil toneladas de banana do Rio Grande do Norte para Argentina e Uruguai, sendo a maior parte delas registradas nos postos alfandegários de Foz do Iguaçu (PR), Dionísio Cerqueira (SC) e Chui (RS) . É mais lógico supor que a banana catarinense esteja sendo exportada por firma sediada do Rio Grande do Norte do que aceitar a hipótese de que tenha ocorrido o transporte terrestre da fruta daquela região para o mercado consumidor dos países do sul da América.
            As pequenas remessas destinadas a diversos países (Canadá, Chile, Estados Unidos e Suíça) e cujas cotações ultrapassaram dois mil dólares por tonelada provavelmente dizem respeito à banana passa (escoada por portos e aeroportos), uma vez que o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC/SECEX) a inclui no item aqui analisado 'bananas frescas ou secas'.
            A análise comparativa dos meses de janeiro de 2001 e janeiro de 2002 mostra um grande crescimento nas exportações brasileiras de banana, cujas quantidades foram, respectivamente 4.963 toneladas e 15.488 toneladas (212%). O mercado argentino absorveu 1539 toneladas em janeiro de 2001 e 9.177 toneladas em janeiro de 2002 (variação de 496%), sendo que as remessas de Santa Catarina para este país evoluíram de 961 toneladas para 7.400 toneladas (670%). Estes valores são tão expressivos que devem anular parte do efeito negativo da desvalorização do peso e da inadimplência do mercado argentino , permitindo a continuidade da expansão das exportações brasileiras de banana, estimuladas também pelo crescimento das exportações do Rio Grande do Norte para o Reino Unido , que foram de 1.487 toneladas em janeiro de 2001 e de 2.382 toneladas em janeiro de 2002, com um incremento de 60%, de acordo com a SECEX.