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Defensivos Agrícolas: Mercado Cresce Com Perspectiva Favorável Da Safra 2000/01
As
vendas totais de defensivos agrícolas no Brasil, no período de janeiro a
novembro de 2000, totalizaram US$2,12 bilhões contra US$2,04 bilhões no mesmo
período do ano anterior, ou seja, incremento de 6,7% no faturamento do setor,
segundo os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa
Agrícola (SINDAG). Os principais fatores que explicam esse desempenho são:
elevação nas aquisições para a cultura da soja, observando-se antecipação das
compras para a safra de 2000/2001; maior agressividade na concessão de crédito
pelas instituições privadas; maior aplicação de herbicidas e inseticidas no
milho safrinha, decorrente dos bons preços recebidos pelo produtor; maior
tecnificação na cultura do algodão e incremento na área plantada; e aumento no
uso de defensivos na cultura da cana-de-açúcar. Apesar desse conjunto de
aspectos positivos, quando se compara com igual período de 1998, constata-se
queda de 7,1% no faturamento.
Na análise do comportamento das vendas das várias classes de produtos,
constata-se que, com exceção dos acaricidas e fungicidas, os demais apresentaram
resultados econômicos positivos para a indústria, no período de janeiro a
novembro de 2000 em relação aos do mesmo período do ano passado. Os herbicidas
responderam pelo maior valor de vendas (51% do total), voltadas especialmente
para soja, milho e cana-de-açúcar, sendo que o faturamento aumentou 8% (US$1,11
bilhão no período de janeiro a novembro de 2000 contra US$1.028,5 milhão no
mesmo período de 1999) (Figura 1).
A classe dos inseticidas ocupou a segunda posição nas vendas, respondendo por
28,1% do total e faturamento de US$611,6 milhões, com incremento no valor
comercializado de 18,8%. Segundo o SINDAG, esse fato pode ser explicado pelo bom
desempenho comercial para as culturas de soja, milho e algodão.
No que concerne aos fungicidas, observou-se queda no faturamento (10,4%),
decrescendo de US$373 milhões para US$334 milhões, no citado período. Os
fenômenos climáticos de geada e seca reduziram a demanda, principalmente para as
culturas de café, trigo, horticultura, batata e tomate.
Figura 1 - Participação Percentual das Classes de
Defensivos Agrícolas no Valor Total das Vendas,
Brasil, Janeiro a Novembro de 2000.
Fonte: SINDAG.
O
valor das aquisições de acaricidas apresentou acentuada retração (21,3%),
movimentando US$57,1 milhões no período de janeiro a novembro de 2000, em função
das dificuldades enfrentadas pelo setor citrícola, ocasionadas pela diminuição
nas exportações de suco de laranja, maior produção da citricultura americana,
excesso de oferta e dificuldades de escoamento no mercado interno, fatores que
levaram os citricultores a diminuirem os tratos culturais. Ressalte-se que em
torno de 90% das vendas é destinada para a citricultura.
O segmento 'outros', que engloba antibrotantes, reguladores de crescimento, óleo
mineral e espalhantes adesivos, registrou aumento de 21,3% nas vendas, porém,
sua participação é pequena no mercado, respondendo por apenas 2,8% do total
(US$60,4 milhões).
O mercado da soja, principal cultura consumidora de defensivos, que vinha
apresentando conjuntura pouco favorável no primeiro semestre de 2000, altera-se
no segundo semestre com a redução na safra de soja nos Estados Unidos; a
possibilidade de a União Européia substituir a proteína animal de origem bovina
e ovina pelo farelo protéico de soja, em decorrência das precauções com a
'doença da vaca louca'; e as perspectivas de crescimento das economias dos
países asiáticos (excetuando-se o Japão).
De acordo com o segundo levantamento de intenção de plantio da safra 2000/01,
feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), em dezembro de 2000,
estima-se crescimento na área plantada de algodão no Brasil em 13,6%, em relação
à safra anterior, para o milho primeira safra de 12,3% e para a soja 0,9%
superior à da safra passada. O maior uso de defensivos agrícolas, assim como de
outros insumos, como fertilizantes, calcário e sementes de elevado potencial
produtivo, e maior tolerância às doenças, aliada à normalização climática,
deverão contribuir para aumento na produtividade dessas culturas de 7,2%, 11,1%
e 5,8%, respectivamente, segundo estimativas da CONAB.
Finalmente, a estimativa do setor de defensivos para o fechamento de 2000 é de
aumento do faturamento em torno de 5% em relação ao ano anterior, situando-se em
torno de US$2,4 bilhões, patamar que deverá ficar abaixo das expectativas das
indústrias, em função de problemas climáticos e da maior concorrência entre as
empresas, que levou a queda nos preços de vários defensivos agrícolas em relação
ao ano anterior.
Data de Publicação: 05/01/2001
Autor(es):
Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor