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Análise Comparativa Do Agronegócio Brasileiro No Período Recente
Introdução A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo está empenhada em
promover transformações no agronegócio paulista, procurando dinamizar suas
instituições para fazer frente ao desenvolvimento estadual e nacional. Avaliação da situação atual do agronegócio brasileiro
A
avaliação da situação atual do agronegócio brasileiro foi feita através da
síntese de estudos publicados recentemente sobre o tema, abordando os aspectos
essenciais de cada um, no que se refere ao enfoque utilizado pelos autores. b) CAI antes da Porteira: A
participação dos insumos e máquinas para a Agropecuária são calculados a
partir da avaliação do impacto direto que a atividade agropecuária exerce
sobre esses setores, utilizados ao longo do processo de produção dos produtos
vegetais e animais. Esses insumos compreendem os produtos de origem
agropecuária, de setores industriais e de serviços. Optaram pelo calculo dos
impactos de primeira ordem sobre os setores fornecedores de insumos para a
agropecuária. c) CAI
depois da Porteira: são classificados em produtos 'in natura', produtos
processados, que por sua vez são classificados em atividades exclusivas do CAI
e atividades pertencentes parcialmente ao CAI. Para as atividades exclusivas
do CAI, optaram por incluir todo o valor da produção, consumo intermediário e
valor adicionado. Para as atividades pertencentes parcialmente ao CAI,
adotaram algumas hipóteses, caso a caso, para identificar a parcela atribuída
ao CAI. De forma geral, para as atividades com predominância de produtos
excluídos do CAI, a parcela pertencente ao CAI foi estimada a partir dos
insumos agropecuários que a atividade consome. Ou seja, se um setor consome
10% de insumos provenientes do agronegócio, a mesma proporção foi utilizada
para avaliar o Valor da Produção do setor que deveria ser atribuído ao CAI.
Para as atividades com predominância, mas não-exclusivas, de produtos do CAI,
adotaram o procedimento contrário: estimou-se a produção da atividade
não-pertencente ao complexo, a partir do peso que os gastos com insumos de
fora do agronegócio representavam no total das despesas dessas atividades.
Essa parcela foi excluída tanto da produção quanto do consumo intermediário da
atividade. Feitas
as estimativas de todas as atividades econômicas para a constituição do Valor
Adicionado do CAI, calcularam o PIB utilizando como unidade de medida o conceito
de preço de mercado. Considerações finais
Através da análise comparativa desses estudos, enfocando basicamente a
utilização dos conceitos, com suas delimitações, e as estruturas do agronegócio,
foi possível avaliar a situação atual, em termos de sua participação no PIB,
permitindo inclusive uma consideração sobre a evolução recente. Nota-se que
RAMALHO (1988) teve por finalidade resolver a questão sobre como direcionar o
financiamento ao setor diante de crescente demanda por recursos. Utilizou a
análise de estrutura, conduta e desempenho do agronegócio para definir sua
prioridade de atuação. Enfatiza que as indústrias fornecedoras se constituem em
núcleos pressionadores do dinamismo do agronegócio. BIBLIOGRAFIA CITADA
Tendo em vista a necessidade de informações referentes ao agronegócio para
permitir a formulação de políticas públicas direcionadas ao setor, pretende-se
avaliar sua importância atual. Esse artigo tem por finalidade verificar a
situação do agronegócio brasileiro no período recente, no que se refere
basicamente à questão de conceitos e estruturas. Não se pretende esgotar o tema
mas sim realizar uma breve atualização do assunto.
A abordagem de agronegócio tem sido utilizada com diferentes objetivos e com
diferentes dimensões. As divergências sobre a questão conceitual do agronegócio
e agroindústria provocam dificuldades metodológicas em estabelecer o que deve
ser englobado nestes conceitos. Geralmente, a conceituação fica a critério do
analista, dependendo do que se quer enfatizar, do nível de análise e da
disponibilidade de informações.
RAMALHO (1988), em seu estudo sobre mudanças estruturais nas atividades
agrárias, teve por objetivo analisar a lógica de crescimento do setor
agropecuário e identificar os núcleos pressionadores de seu dinamismo, com a
finalidade de subsidiar a formulação de uma política de atuação da instituição
diante de inúmeras solicitações de apoio financeiro para o setor agropecuário.
O enfoque utilizado foi o de complexos agroindustriais por permitir analisar a
evolução da agropecuária através dos núcleos pressionadores do seu dinamismo e
evidenciá-los. O complexo agroindustrial (CAI) permite avaliar as relações
intersetoriais e explicitar o papel do progresso técnico como um elemento de
modernização da estrutura agropecuária. Dessa maneira, o autor pretendeu traçar
linhas de políticas governamentais que privilegiassem os núcleos dinamizadores.
O significado econômico do complexo agroindustrial era estimado como tendo uma
participação em torno de 40% do PIB. Considerando os segmentos da agropecuária e
da industria processadora de produtos alimentares, estes foram responsáveis por
aproximadamente 13,7% da formação bruta de capital fixo em 1975, estimando-se
que essa participação teria se elevado para cerca de 17% em 1980.
A agroindustria é caracterizada, por este autor, pelo primeiro beneficiamento da
matéria-prima agropecuária. O produto é homogêneo e destina-se a outras
indústrias ou à exportação. A competição está baseada na escala de produção e no
capital de giro para fazer face às compras sazonais de matéria-prima. A
influência que a competição exerce sobre o setor agropecuário é no sentido de
obter grandes lotes de produção.
O setor agropecuário subordina-se aos segmentos industriais que com ele se
relacionam; de um lado, vincula-se com a indústria de máquinas e insumos, que
tem na agropecuária o seu mercado, e de outro, com a indústria
processadora/beneficiadora de matérias-primas agropecuárias. A interdependência
da agropecuária com a indústria fornecedora define o padrão tecnológico de sua
produção, já que é a responsável pela geração do progresso técnico. Por outro
lado, a vinculação com a industria compradora pressiona pela transformação da
organização da produção agropecuária e pela adoção das técnicas modernas. Isso
ocorre porque essa indústria impõe exigências sobre o tipo e a qualidade do
produto e a escala da produção.
A delimitação do CAI compreende os seguintes segmentos: as indústrias
fornecedoras para o setor agropecuário, entendidas como as indústrias de bens de
capital, fertilizantes, defensivos, matrizes e sementes, bem como de outros
insumos; o setor agropecuário; as indústrias compradoras de matérias-primas
agropecuárias, distinguindo-se a agroindústria e a indústria de alimentos; e o
setor de comércio de produtos agropecuários.
A dinâmica tecnológica do complexo agroindustrial é analisada a partir da
decomposição do processo de produção, elaborando uma matriz que indica as
principais indústrias provedoras de inovações para o setor agropecuário. Conclui
o autor que a indústria fornecedora de insumos é a determinadora do padrão
tecnológico de produção do setor agropecuário. A industria processadora, ao
pressionar pela introdução do progresso técnico e ao representar a maior parte
do mercado do setor agropecuário, promove uma adequação da forma de organização
da produção deste setor aos requisitos que viabilizam a introdução do padrão
tecnológico.
Com base nas principais tendências tecnológicas em nível mundial, na análise dos
principais movimentos dos agentes produtivos do mercado internacional e interno
e na abordagem das relações intersetoriais do complexo agroindustrial, o autor
estabeleceu prioridades para orientar uma estratégia para atuação do sistema
BNDES A prioridade primeira ficou para as indústrias fornecedoras porque
determinam o padrão tecnológico a ser implantado nas atividades agrárias. Elas
geram e difundem tecnologia, o que as tornam um campo privilegiado para
direcionamento de recursos do sistema destinados ao complexo agroindustrial. A
atuação visa à consolidação do segmento moderno das atividades agrárias, que
implica na utilização de tecnologias disponíveis e na capacitação para o
fornecimento de equipamentos e insumos que atendam o novo padrão a ser
instalado.
A prioridade seguinte foi para as atividades consumidoras de matérias-primas,
pela disponibilidade de expansão dos mercados agropecuários e pelo seu papel
difusor do progresso técnico.
O terceiro campo ficou com o setor agropecuário, objetivando os investimentos
que consolidem a sua modernização, integrando-o às indústrias fornecedoras
através de intensificação da utilização de equipamentos e insumos e garantindo a
operação das indústrias processadoras e organizações comerciais, através do
suprimento de matérias-primas.
GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS (2000), estudando o agronegócio na economia
brasileira, no período de 1994 a 1999, tiveram como objetivo quantificar o
produto interno bruto, PIB, do agronegócio e fornecer subsídios para a estimação
do crescimento mensal do PIB do agronegócio brasileiro. Utilizaram o conceito de
agronegócio estabelecido por DAVIS e GOLDBERG(1957), como sendo 'a soma total
das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; das operações
de produção na fazenda; do armazenamento, processamento e distribuição dos
produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles'.
Este conceito procura abarcar todos os vínculos intersetoriais do setor
agrícola, deslocando o centro de análise de dentro para fora da fazenda,
substituíndo a análise parcial dos estudos sobre economia agrícola pela análise
sistêmica da agricultura.
No Brasil, essa abordagem sistêmica foi utilizada explicitamente por ARAÚJO,
WEDEKIN e PINAZZA (1990), com a finalidade de levantar as dimensões básicas do
agribusiness brasileiro. Estes autores concluíram que o agribusiness brasileiro
representava 46% dos gastos relativos ao consumo das famílias, o que
correspondia ao equivalente a 32% do PIB brasileiro em 1980.
GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS (2000), por sua vez, adotaram como procedimento
analítico de delimitação dos componentes do complexo do agronegócio brasileiro o
método de fracionamento matricial, por permitir uma mensuração mais precisa do
agronegócio e também uma identificação das inter- relações entre as atividades
agropecuárias e os demais setores, em termos dos impactos diretos e indiretos.
Utilizam informações provenientes das matrizes de insumo-produto calculadas pelo
IBGE, do período de 1985 a 1996, e integradas ao Novo Sistema de Contas
Nacionais do IBGE. Também foram utilizados dados das Contas Nacionais e do Censo
Agropecuário de 1995/96. Utilizaram um conceito amplo de produção com o intuito
de englobar, por exemplo, a parcela da economia não computada nos censos
econômicos. Devido ao fato de o ano de 1995 ter sido o último para o qual se
realizou o Censo Agropecuário, este foi tomado como ano-base da análise. Através
da combinação das informações existentes no Censo e nas matrizes de
insumo-produto para o ano de 1995, fez-se a abertura do setor agropecuário entre
agricultura e pecuária.
Os dados setoriais, contendo as informações da agropecuária, foram desagregados
em agricultura e pecuária. Para isso, ponderaram os valores de produção e de
insumos pela participação de cada produto no valor de produção total e de
consumo intermediário total, de acordo com os dados do Censo Agropecuário de
1995 e, quando não disponível, dos Censos de anos anteriores. O restante da
agregação original (IBGE) foi mantida, resultando em uma matriz de 43 setores.
Os produtos considerados foram: café em coco, cana-de-açúcar, arroz em casca,
trigo em grão, algodão em caroço, milho em grão e outros produtos da lavoura,
assim como bovinos e suínos, leite natural, aves vivas e outros produtos da
pecuária.
Para a análise dos índices de ligações interindustriais, que visa à determinação
de setores chave, adotaram a abordagem GHS, que é um aprimoramento do índice
puro de ligações intersetoriais. Isso porque levam em consideração a importância
de determinado setor em termos de seu nível de produção, bem como sua interação
com outros setores na economia, além de corrigir um erro de decomposição contido
em trabalhos anteriores. Os setores chave, definidos através do enfoque dos
índices puro total, foram: Agricultura, Refino de Petróleo, Construção Civil,
Comércio, Serviços prestados às famílias e Administração Pública.
Para a delimitação dos setores industriais ligados à agricultura, foram
definidos os critérios para a escolha dos setores compreendidos no grupo de
indústrias processadoras de alimentos e matérias-primas da agricultura, ou seja,
a indústria de base agrícola. Para isso, o procedimento usado foi o de ordenar
as informações pela importância do valor da produção dos diferentes setores da
economia como ofertantes de insumos ( índice de ligação para trás ) para o setor
agrícola e para a pecuária e também como demandantes ( índice de ligação para
frente ) de produtos agrícolas. Foram selecionadas as atividades que
apresentaram percentuais acima de 1%, e essas responderam por cerca de 93% dos
impactos diretos e indiretos vindos da atividade agrícola.
Finalmente, o enfoque adotado pelos autores para a estimativa do Produto Interno
Bruto do Agronegócio brasileiro foi o do produto, ou seja, do cálculo do valor
adicionado a preços de mercado, que é obtido pela soma do valor adicionado a
preços básicos aos impostos indiretos líquidos de subsídios sobre produtos e
subtração da dummy financeira.
O complexo do agronegócio, então, ficou definido, além da agricultura, pelos
setores industriais que apresentaram as maiores ligações setoriais. O mesmo foi
feito para a pecuária. Isso resultou em quatro classificações: Agregado I,
Insumos para a agricultura e pecuária; Agregado II, Agricultura e Pecuária;
Agregado III, Indústrias de base agrícola e Agregado IV, Distribuição Final.
Na industria de base agrícola foram consideradas as atividades econômicas que
efetuam até a terceira transformação das matérias-primas agrícolas,
constituídas, então, pelas seguintes atividades: Madeira e Mobiliário; Celulose,
Papel e Gráfica; Fabricação de Elementos Químicos (Álcool); Indústria Têxtil;
Fabricação de Artigos do Vestuário; Fabricação de Calçados; Indústria do Café;
Beneficiamento de Produtos Vegetais; Abate de Animais; Indústria de Laticínios;
Fabricação de Açúcar; Fabricação de Óleos Vegetais e Fabricação de Outros
Produtos Alimentares.
Na Distribuição Final, os setores considerados foram os relativos ao Transporte,
Comércio e segmentos de Serviços.
Os resultados obtidos pelos autores mostram a importância que o Agronegócio
brasileiro tem desempenhado na economia nacional, respondendo por cerca de 27%
do PIB do Brasil em 1999. Em 1994, participava com 29%; em 1996, participava com
27,42%, apresentando tendência declinante até 1998, quando apresentou um dos
valores mais baixos de participação do período (26,41%).
Para o complexo agropecuário como um todo, a estrutura do agronegócio em 1995,
identificada pelos autores, era assim composta: 8,40% de insumos, 23,84% do
próprio setor, 35,01% de processamento e 32,76% de distribuição e serviços.
Os resultados confirmaram a grande articulação entre os setores componentes do
Complexo do Agronegócio brasileiro, refletindo a importância da atividade
agrícola como setor de grande influência na estrutura produtiva da nação,
através dos altos efeitos de encadeamento a montante e a jusante.
Em síntese, concluem que a evolução da composição do Complexo do Agronegócio
confirma que as cadeias do agronegócio adicionam valor às matérias-primas
agrícolas onde o setor de armazenamento, processamento e distribuição final
constitui o vetor de maior propulsão no valor da produção vendida ao consumidor,
consolidado na forte rede de interligação entre a agricultura e a indústria.
NUNES e CONTINI (2001) estudaram o complexo agroindustrial (CAI) brasileiro com
a finalidade de produzir informações atualizadas e fidedignas sobre a estrutura
produtiva para que servisse de referência básica sobre o assunto. Usando
terminologia diferente da utilizada pelos autores acima, analisaram o
funcionamento do CAI, sua contribuição para a formação do PIB, para a geração de
divisas e para a geração de emprego. O objetivo foi de caracterizar e
dimensionar a magnitude do CAI e a respectiva participação no PIB brasileiro.
As informações usadas provieram das Contas Nacionais, sendo a fonte básica a
matriz de insumo-produto do Brasil do ano de 1996.
Com vistas à compreensão da metodologia adotada para o dimensionamento do CAI
brasileiro, fizeram uma distinção entre a forma de caracterização do CAI e a
metodologia de cálculo (dimensionamento) do seu PIB.
Para os autores, tão importante quanto medir o peso do CAI no PIB é definir o
conceito adotado na pesquisa, o que pressupõe a necessidade de caracterização do
CAI.
A caracterização do CAI brasileiro foi realizada de acordo com a definição
adotada por DAVIS e GOLDBERG(1957), que compreende atividades da agropecuária
(núcleo do CAI), atividades produtoras de insumos e máquinas para a agropecuária
(antes da porteira) e a agroindústria e os serviços relacionados com o segmento
(depois da porteira), tais como comércio e transporte de produtos
agroindustriais.
Os critérios usados pelos autores para classificar e dimensionar as atividades
pertencentes ao CAI foram os seguintes:
a) Núcleo do CAI:
parte-se da concepção de que a agropecuária constitui o núcleo central desse
complexo econômico. Na atividade agropecuária, inclui-se a produção de:
(i)produtos vegetais provenientes de lavouras temporárias e permanentes; (ii)
produtos animais; (iii) produtos de origem animal; (iv) produtos da exploração
florestal; (v) agroindústria rural (transformação de café em coco em café em
grão, produção de queijo e outras atividades industriais realizadas no
interior dos estabelecimentos rurais); e (vi) pesca realizada no interior das
unidades agropecuárias e pesca em águas fluviais ou pesca marítima.
Os resultados, obtidos pelos autores, mostraram que o agribusiness contribuiu
com 20,6% para o PIB nacional em 1996 e que o núcleo do CAI participou com 42,3%
do valor adicionado, o setor antes da porteira participou com 4,6% e que o setor
depois da porteira participou com 53,1% do CAI.
Em relação à ocupação de mão-de-obra, o CAI foi responsável por 37,1% do pessoal
ocupado. Os três grupos se comportaram da seguinte forma: 62,7% das pessoas
estavam ocupadas na agropecuária, 36,2% depois da porteira e 1,1% antes da
porteira.
Quanto à contribuição para a geração de divisas, utilizando dados sobre a
balança comercial brasileira, elaborados pela Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB, 2000), constatou-se que 40% do valor das exportações
brasileiras em 1999 tiveram origem no CAI.
Por sua vez, os dois estudos, mais recentes, objetivaram encontrar sinalizadores
para balizar possíveis condutas por parte tanto do mercado quanto dos
formuladores de política.
O estudo de GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS (2000), com dados de 1995, utiliza uma
metodologia mais atual e mais abrangente para conceituar e, portanto, delimitar
o agronegócio, para obter um sistema de ponderação para o cálculo de índices do
PIB. NUNES e CONTINI (2001) utilizam dados de 1996 e uma abordagem mais
tradicional do que a anterior e, talvez por isso, a participação do agronegócio
no PIB, em 1996, calculada por eles, de 20,6%, seja menor do que aquela obtida
pelos outros autores, de 27,42%.
A diferença nas delimitações, entre estes dois estudos, conduziu a diferentes
resultados quanto à estrutura do agronegócio, onde o setor agrícola, o núcleo do
CAI, participa com 42,3% do valor adicionado em 1996, calculado por NUNES e
CONTINI (2001), e com 23,84% em 1995, calculado por GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS
(2000).
Observa-se que não há sequer um consenso quanto à definição de agricultura
propriamente dita ou núcleo do CAI. De qualquer forma, o agronegócio brasileiro
ainda é importante. Estes dois últimos estudos estão indicando que o complexo
agroindustrial brasileiro vem sofrendo processo de encolhimento ao longo da
década de 90.
Pode-se questionar até que ponto este processo teve relação com o vetor de
propulsão do agronegócio, que RAMALHO (1988) o atribui às indústrias
fornecedoras e GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS (2000) o atribui ao setor de
armazenamento, processamento e distribuição final.
ARAÚJO, N.
B.; WEDEKIN, I.; PINAZZA, L. A. Complexo agroindustrial: o agribusiness
brasileiro. São Paulo: Agroceres. 1990. 238p.
DAVIS, J.
H; GOLDBERG, R. A. A concept of agribusiness. Boston: Harvard University. 1957.
135 p.
GUILHOTO, J. J. M.; FURTUOSO, M.C.O. ; BARROS,
G.S. de C. O Agronegócio na economia brasileira, 1994 a 1999. Piracicaba,
CEPEA/USP. Set. 2000. 139 p. Disponível em: http://www.cna.org.br/IndicadoresN/Agosto00/metodologia.HTM
NUNES, E. P. ; CONTINI, E. Complexo
agroindustrial brasileiro: caracterização e dimensionamento. Brasília : ABAG,
2001. 109 p.
RAMALHO, Y.M.M. (Coord.) Mudanças
estruturais nas atividades agrárias: uma análise das relações intersetoriais no
complexo agroindustrial brasileiro. Rio de Janeiro : BNDES/DEEST, 1988. 126 p. (
Estudos BNDES, 9)
Companhia Nacional de Abastecimento.
Balança comercial. Indicadores da Agropecuária, Brasília, v.9, n.10, p.43-48,
out. 2000.
Data de Publicação: 01/03/2002
Autor(es): Samira Aoun (samira@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor