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Valor da produção e emprego na indústria rural paulista
Tabela 1- Valor anual da produção da indústria rural, por
atividade, Estado de São Paulo, 2002 e 2003
No levantamento de previsão e estimativas de safras de junho de 2004, realizado pelo IEA/CATI, os produtores ou responsáveis pelos imóveis rurais responderam questões básicas referentes ao
valor anual da produção comercializada com base em matéria-prima agrícola
(referente a 2003); percentual da matéria-prima na atividade de beneficiamento,
produzido na própria Unidade de Produção Agrícola (UPA); percentual da renda
total da UPA obtido com as atividades da indústria rural; destino do produto
processado na UPA e ocupação e emprego na indústria rural.
Em 2003, no estado de São Paulo, 4.194 UPAs desenvolviam atividades industriais, resultando em valor anual da produção de R$ 203,63 milhões, ligeiramente inferior ao obtido em 2002, em termos correntes, de R$ 204,52 milhões. As atividades de leite pasteurizado e de
torrefação e moagem de café foram as que mais contribuíram para esse resultado,
com percentuais de aproximadamente 37,4% e 23,5%, respectivamente. Dentre as
demais, destacaram-se o processamento de frutas e sucos (8,0%), o processamento
de madeira (3,9%) e a fabricação de queijos, iogurte, manteiga, creme e doce de
leite (3,7%). O item outros, que inclui packing-house, atingiu percentual
elevado, de 19,3% (tabela 1).
Doces, comp., gel., cons., pães,
roscas, bol.
Queijos, iogurte, mant., creme e
doce de leite
Mel
Pescado
Process. Hortaliças
Process. Frutas, sucos
Farinhas e polvilho
Torrefação e moagem de
café
Aguardente
Leite Pasteurizado
Processamento de
madeira
Processamento de
cereais
Fumo
Outros (inclusive Packing-
house)
Total
Fonte: IEA/CATI
Em 2003, a renda gerada nas UPAs em função da atividade industrial concentrou-se na faixa de 20,1 a 60%, diferentemente do ocorrido em 2002, quando essa concentração ficou na faixa de 20%. Isto indica uma maior importância da indústria rural na formação da renda anual total das propriedades ou imóveis rurais paulistas. Em outras palavras, das 2.525 UPAs que responderam esse item da pesquisa, cerca de 32% obtiveram de 20,1 a 60% de sua renda anual com a indústria rural. Também os percentuais nas faixas de 60,1-80% e 80,1-100% foram elevados, totalizando 27,6% e 26,4% da renda derivada da atividade industrial (tabela 2).
Tabela 2- Número de UPAs de acordo com percentual da renda total obtida com a indústria rural, 2002 e 2003
. |
|
| ||
Limites (%) |
|
|
|
|
80,1-100 |
417 |
13,8 |
666 |
26,4 |
60,1-80 |
897 |
29,6 |
697 |
27,6 |
20,1-60 |
58 |
1,9 |
816 |
32,3 |
até 20 |
1654 |
54,7 |
346 |
13,7 |
Total |
3026 |
100,0 |
2525 |
100,0 |
Quanto ao uso de matéria-prima, do total de UPAs informantes, 2.593 (63,0%) utilizam de 90,1% a 100% da sua própria matéria-prima na indústria rural (tabela 3).
Tabela 3- Número de UPAs, de acordo com percentual da matéria-prima produzida na UPA utilizada na atividade de beneficiamento , 2002 e 2003
. |
|
| ||
|
|
|
|
|
90,1-100 |
2.216 |
78,7 |
2.593 |
63,0 |
20,1-90 |
369 |
13,1 |
921 |
22,4 |
até 20 |
229 |
8,1 |
602 |
14,6 |
Total |
2.814 |
100,0 |
4.116 |
100,0 |
Quanto ao destino da produção da indústria rural, em 2003, apenas 684 UPAs (17,3%) comercializaram o produto na própria unidade, sendo que 70,2% venderam de 30,1% a 50% da produção nesse equipamento e 19,6%, de 80,1% a 100%. Atacadistas e mercearias foram os equipamentos mais procurados pelos produtores para venda, respondendo, respectivamente, por 39,5% e 39,6% das UPAs declarantes desses itens. Ambos absorveram de 80,1 a 100% da produção industrial gerada nas UPAs. A venda para outra indústria, bem menos expressiva, foi informada por apenas 3,7% do total de UPAs (tabela 4).
Tabela 4 - Número de UPAs¹ segundo o destino da produção da indústria rural, 2002 e 2003
Limites |
| |||||||||
Venda na UPA |
|
Outra Indústria |
|
Cooperativa | ||||||
. |
2002 |
2003 |
2002 |
2003 |
2002 |
2003 |
2002 |
2003 |
2002 |
2003 |
0-5 |
10 |
70 |
1 |
1 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
5,1-10 |
14 |
0 |
0 |
0 |
48 |
47 |
0 |
0 |
0 |
0 |
10,1-15 |
0 |
0 |
9 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
15,1-20 |
391 |
0 |
0 |
62 |
1 |
63 |
0 |
62 |
0 |
0 |
20,1-30 |
504 |
0 |
2 |
63 |
0 |
0 |
10 |
0 |
0 |
0 |
30,1-50 |
934 |
480 |
346 |
389 |
0 |
0 |
346 |
428 |
0 |
0 |
50,1-80 |
0 |
0 |
514 |
0 |
0 |
0 |
403 |
434 |
0 |
0 |
80,1-100 |
750 |
134 |
499 |
1048 |
351 |
35 |
581 |
642 |
176 |
0 |
Total |
2603 |
684 |
1371 |
1563 |
400 |
145 |
1340 |
1566 |
176 |
0 |
Percentual |
44,2 |
17,3 |
23,3 |
39,5 |
6,8 |
3,7 |
22,8 |
39,6 |
2,9 |
0 |
Fonte: IEA/CATI
Aproximadamente dezoito mil pessoas ocuparam-se da produção industrial rural
paulista, em média 4,3 pessoas por UPA. Desse total, 53,8% (9.35) residem na
UPA. Dos trabalhadores residentes nas UPAs, 62,5% são proprietários (incluindo
familiares e agregados) e 29,8% são empregados permanentes. As categorias de
parceiros e de empregados temporários residentes nas UPAs não são
representativas.
Ao se avaliar o total de dias trabalhados no ano para as diferentes categorias
de trabalho com maior representatividade, a maior média entre os empregados
ficou com os empregados permanentes residentes (315 dias). Efetuando-se a
multiplicação do total de pessoas ocupadas por categoria e a média de dias
trabalhados no ano, obtém-se a estimativa do total de dias trabalhados no ano
que, em 2003, foi maior entre os residentes nas UPAS - 3.110.456 dias/ano
(56,1%) (tabela 5).2
Tabela 5 - População ocupada na indústria rural, por categoria, 2002 e 2003
Categoria |
| |||||||||
2002 | 2003 |
|
|
|
| |||||
Residente na UPA | Número |
% |
Número | % | Dias trabalhados no ano |
Dias/
homem |
% |
Dias/
homem |
% | |
Proprietário, familiares e agregados |
3. 268 |
54,4 |
6.081 |
62,5 |
216 |
316 |
705.465 |
44,7 |
1.921.596 |
61,8 |
Parceiro, sócio, familiares e agregados |
2 |
0,0 |
757 |
7,8 |
365 |
365 |
756 |
0,0 |
276.305 |
8,9 |
Empregados Permanentes |
2. 735 |
45,5 |
2.897 |
29,8 |
318 |
315 |
871.162 |
55,2 |
912.555 |
29,3 |
Empregados Temporários |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0,0 |
- |
- |
Sub-Total |
6. 006 |
100,0 |
9.735 |
100,0 |
- |
- |
1.577.383 |
100,0 |
3.110.456 |
100,0 |
Não residente na UPA | ||||||||||
Proprietário, familiares e agregados |
976 |
12,2 |
2.742 |
32,9 |
303 |
303 |
295.885 |
16,6 |
830.826 |
34,1 |
Parceiro, sócio, familiares e agregados |
303 |
3,8 |
494 |
5,9 |
365 |
365 |
110.674 |
6,2 |
180.310 |
7,4 |
Empregados Permanentes |
3. 535 |
44,0 |
4.499 |
53,9 |
299 |
300 |
1.056.363 |
59,1 |
1.349.700 |
55,4 |
Empregados Temporários |
3. 217 |
40,1 |
610 |
7,3 |
101 |
123 |
324.427 |
18,2 |
75.030 |
3,1 |
Sub-Total |
8. 031 |
100,0 |
8.345 |
100,0 |
- |
- |
1.787.349 |
100,0 |
2.435.866 |
100,0 |
Total |
14.037 |
- |
18.080 |
- |
- |
3.364.732 |
- |
5.546.322 |
- |
___________________________
1 Como o conceito de
indústria rural, adotado na pesquisa, é aquele que considera como tal apenas a
atividade de beneficiamento ou transformação realizada, em bases artesanais, de matérias-primas vegetais ou
animais ¾ próprias ou adquiridas de outros produtores ¾ , nas propriedades
rurais para a venda externa, foram excluídas as grandes agroindústrias como as
usinas de açúcar, destilarias de álcool, extratoras de suco de laranja, fábricas
de laticínios e outras instalações de grande porte.
2 Artigo registrado no
CCTC-IEA sob número HP-43/2005
Data de Publicação: 06/06/2005
Autor(es):
Marina Brasil Rocha (mabrasil@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Maria Carlota Meloni Vicente (carlota@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor