O artigo analisa a capacidade de expansão da produção paulista de grãos e seu potencial de geração de emprego, considerando as possibilidades e restrições decorrentes de aspectos agronômicos e econômicos. Para a avaliação da viabilidade econômica da expansão da produção de grãos utilizaram-se os critérios de rentabilidade e risco das atividades e, para a estimativa do potencial de geração de emprego, decorrente da expansão das áreas de grãos, foram utilizados os coeficientes técnicos de utilização de mão-de-obra. Verificou-se que a área apta para grãos encontra-se ocupada por cana-de-açúcar, pastagens e culturas perenes (laranja, banana, frutíferas em geral, seringueira e maca-dâmia, entre outras) nas regiões (DIRAs) de Registro, São José dos Campos, Sorocaba, Campinas, Ribeirão Preto e Bauru, enquanto que nas de São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Marília, há possibilidade de expansão em uma área de 588 mil hectares, cerca de 3% da área cultivada do Estado. Segundo os critérios de rentabilidade e risco, as culturas de soja e milho são as que apre-sentam maior possibilidade de expansão, o que resultaria, caso os 588 mil hectares fossem divididos meio a meio entre elas, em 2.500 postos de trabalho no caso de culturas conduzidas sob o sistema de plantio direto e 4.242 no caso de plantio convencional. Considerando que para cada 60 empregos agrícolas seja gerado 1 emprego indireto, ter-se-iam 5.000 novos empregos no Estado, ou 0,3% do emprego agrícola estimado para 1999. A viabilização dessa expansão dependeria ainda de incentivos econômicos governamentais, já que essas culturas têm apresentado estabilidade de área de cultivo na última déca-da, necessitando de políticas que alterem o atual ranking de rentabilidade e risco das atividades agrope-cuárias, combinadas com um programa estadual de sustentação de preços.